Asset management: como funciona?

Quando o investidor compra cotas em um fundo de investimento, ele terceiriza a gestão dos recursos aplicados a uma asset management. A asset toma decisões de investimentos com o objetivo de valorizar o dinheiro do cotista. Entenda como funciona esse processo.
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Por Daniel Keny - 18/10/2022
8 min de leitura

Asset management é o serviço de gestão de ativos realizado por instituições financeiras e empresas especializadas. Em outras palavras, as assets são responsáveis pela gestão de fundos de investimentos e têm total responsabilidade e autonomia para tomar decisões de investimentos para os cotistas, sempre buscando maximizar a rentabilidade, em equilíbrio com o risco.

O nível de risco varia: existem fundos mais seguros, por exemplo os de renda fixa referenciados, que aplicam a maior parte do patrimônio do investidor em títulos do Tesouro Direto; e fundos para investidores com maior tolerância ao risco, caso dos multimercados e de ações.

Quem coloca a estratégia de investimentos em prática é o asset manager (gestor de ativos). Este profissional gere o patrimônio dos cotistas efetuando a compra, venda ou a manutenção dos ativos que compõem a carteira do fundo, conforme o regulamento pré-estabelecido. 

Contudo, vale destacar que nem toda empresa que atua com asset management é, necessariamente, uma gestora de fundo. Para gerir ativos de terceiros, não é obrigatório constituir um fundo. O que é indispensável é que a asset seja autorizada a operar pela CVM.

Neste artigo, vamos explorar principalmente a atuação das gestoras de fundos. Boa leitura! 

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Como funciona uma asset management?

Asset management é uma gestão terceirizada de ativos. Ao comprar cotas de um fundo, seja por meio de uma instituição bancária ou corretora de valores, o investidor confia ao asset manager as decisões de investimentos. 

Por sua vez, este profissional gerencia os ativos que compõem o fundo buscando as melhores alternativas para aumentar o patrimônio dos cotistas, de acordo com a classe (renda fixa, ações, multimercados, cambiais, imobiliários, entre outros) e o perfil do fundo (agressivo, moderado, conservador).

A categoria do fundo ajuda a compreender a estratégia de investimento, porque o investidor primeiro avalia o nível de risco que deseja assumir e a sua expectativa de retorno. Então, compra suas cotas e concede a gestão dos recursos para a asset. 

Cada gestora tem suas particularidades na operação. Mas as assets maiores costumam atuar com especialistas por classes de ativos, além de contarem com analistas econômicos e gestores de risco que, juntos, definem a estratégia de investimentos do fundo para proporcionar aos cotistas a melhor relação entre risco e retorno.

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A estrutura de um fundo de investimento

Segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), desde 2010 até 2021 – período de ascensão das plataformas de investimentos que levou a grandes mudanças na indústria de asset management –, o número de fundos cresceu 131%, para cerca de 23.500. 

Os fundos de investimentos são criados por um administrador, em geral uma instituição financeira. Ela define a categoria de ativos, objetivos, políticas de investimento e taxas. E submete o regulamento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para registro.

Após ser autorizado pela entidade, o fundo é distribuído por bancos, corretoras e outras instituições financeiras, ou seja, é comercializado. Os interessados se tornam cotistas após formalizar a participação e comprar cotas, gerando o patrimônio que o gestor terá disponível para alocar em ativos financeiros.

A valorização ou desvalorização da carteira do fundo é que determina a rentabilidade para os cotistas. O administrador do fundo envia informações mensalmente aos cotistas, ou conforme periodicidade prevista em regulamento. Mas os investidores podem deliberar em assembleia geral em casos específicos, por exemplo, quando há alteração na política de investimento do fundo. 

Vale lembrar que alguns tipos de fundos, como os imobiliários e os fundos em participações, entre outros, possuem uma regulamentação distinta, portanto não obedecem exatamente às regras descritas.

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O custodiante

Os principais prestadores de serviços de um fundo de investimento são o administrador, o gestor e o custodiante, que ainda não abordamos. Quando o investidor coloca dinheiro em um fundo, o recurso fica sob custódia de uma instituição financeira.

Essa instituição, que deve ser autorizada pela CVM, atua como intermediária nas liquidações envolvendo os ativos do fundo. Seu papel é tornar o processo mais seguro para o investidor e garantir que as operações estejam de acordo com as regras estabelecidas. 

Outro participante importante é o auditor independente, que fiscaliza as contas e documentos do fundo, também para garantir que o regulamento seja cumprido.

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O asset manager (gestor de ativos ou recursos)

Quando o investidor toma a decisão de alocar recursos em um fundo, passa a contar com a expertise do asset manager. Diferentemente do assessor de investimentos, que não pode realizar operações em nome do cliente, o gestor de ativos, como vimos, tem autonomia para tomar decisões.   

Isso significa que o asset manager pode comprar e vender ativos da carteira do fundo considerando tolerância ao risco, liquidez e oportunidades de mercado. Por isso, informação rápida e de qualidade, leitura de dados do mercado e troca de ideias com pares são fatores importantes para a atuação do manager.

Além disso, este profissional precisa ter uma certificação. Por exemplo, a CGA (Certificação de Gestores Anbima), a CGE (Certificação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados) ou a CFA (Chartered Financial Analyst), esta última emitida pelo CFA Institute, dos Estados Unidos. Sobretudo, precisa ser um ótimo analista também.

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Forma de remuneração das assets

As gestoras são remuneradas por taxa de administração, que equivale a um percentual do dinheiro investido, mas varia conforme o perfil de risco do fundo. Em geral, quanto maior o risco, maior a taxa. Fundos multimercados e de ações cobram, em média, 2%.

A taxa de performance costuma ser cobrada em fundos de maior risco como prêmio por boa gestão. Ou seja, quando o fundo de investimentos excede o benchmark, essa taxa incide sobre os ganhos que excedem o indicador de referência. No Brasil, a média de taxa de performance dos fundos é de 20%.

Método de gestão

A gestão ativa de um fundo de investimento visa superar um índice de referência, que pode ser o CDI, o Ibovespa, o IPCA ou outro. A gestão ativa oferece maior potencial de ganho, mas também envolve mais risco e normalmente possui taxa de performance. 

Já a gestão passiva objetiva replicar a performance do benchmark. Como não demanda a atuação direta do gestor, não cobra taxa de performance. Além disso, tem maior previsibilidade de retorno, já que se baseia na rentabilidade do benchmark. 

Os ETFs são um exemplo de fundo de gestão passiva – aqui no blog do Gorila já falamos bastante sobre eles. Veja como investir nesses ativos e quais são os melhores em 2022.

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Quem demanda os serviços de asset management?

Tanto pessoas físicas como clientes institucionais, além dos próprios fundos de investimentos, podem investir em fundos administrados por uma asset management. No caso das pessoas físicas, o caminho mais comum é via corretoras ou bancos – o cliente escolhe o fundo que lhe interessa e aloca o montante desejado. 

Quando o cliente investe pela corretora, o assessor de investimentos responsável pelo seu atendimento pode ajudá-lo na escolha de um ou mais fundos para sua carteira. Esse processo, comum entre os investidores menores, é conduzido pelo assessor a partir da análise de suitability e dos interesses do cliente.

Já para os investidores com grande patrimônio acumulado, o wealth management é recomendado. Trata-se de um serviço mais abrangente e traz uma visão holística sobre a vida financeira do cliente, identificando a melhor maneira de alocar o patrimônio.

Dessa forma, os fundos de investimentos fazem parte de uma estratégia maior quando olhamos para wealth, que além da gestão de investimentos vai abarcar os planejamentos tributário, imobiliário e filantrópico, por exemplo.

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Assets vs. corretoras

Com a sofisticação do mercado financeiro nos últimos anos aqui no Brasil, muitos investidores pessoa física têm dúvidas sobre termos como asset management e wealth management. A própria atuação das assets não é tão clara para algumas pessoas.

Vale destacar que as assets desenham a estratégia de investimentos olhando para o desempenho do portfólio de um fundo, e não para os ativos individualmente. E então alocam os recursos disponíveis e movimentam ativos buscando a melhor rentabilidade. 

As corretoras, por sua vez, mediam a compra e a venda de ativos diversos, de títulos do Tesouro Direto até ações negociadas na bolsa de valores. Mas não fazem recomendações de aplicação, não gerem recursos diretamente e não respondem pelas decisões tomadas por seus clientes.

Essa é uma diferença muito importante. Quando o investidor destina recursos a um fundo de investimentos, via corretora, a seleção e a movimentação dos ativos passa às mãos da asset. 

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Asset management: vantagens e desvantagens

O investidor que delega a carteira de investimentos (ou parte dela) para um gestor profissional, geralmente concluiu que não consegue ou não deseja fazer dos investimentos uma prioridade em sua rotina. 

De fato, ele não precisará acompanhar com tanta frequência seus rendimentos ao investir em um fundo com uma asset – praticidade e economia de tempo são fatores decisivos para quem procura este serviço.

Outra vantagem é a expertise com a qual irá contar. Os gestores de ativos são certificados e capacitados para exercer este trabalho, portanto o investidor passa a contar com uma equipe experiente tomando as decisões por ele. A flexibilidade na alocação de recursos também merece destaque.

As desvantagens: a taxa de administração raramente é menor que 1% ao ano em fundos de gestão ativa, mais a taxa de performance. Ainda podem ser cobradas outras taxas, a depender da classe do fundo. Os fundos de previdência, por exemplo, cobram taxa de entrada, também conhecida como taxa de carregamento, e taxa de saída.

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