Marcação a Mercado: entenda como funciona e afeta seus investimentos

O investimento em renda fixa segue sempre uma taxa fixa? O conceito de marcação a mercado mostra como ele pode variar. Saiba mais!
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Por Gustavo Maia - 07/03/2022
Atualizado em 26/12/2022
6 min de leitura

Se você já investe ou acompanha diariamente o mercado financeiro, deve perceber que o seu valor em carteira ou o valor dos ativos varia durante os pregões. Se quiser entender como e porque isso acontece, acompanhe esse artigo e venha conhecer o conceito de marcação a mercado.

O que é Marcação a Mercado?

Marcação a mercado (MaM) é mais um termo utilizado no mercado. Oriundo  da matemática financeira, ele implica a prática diária de atualização da cotação de ativos, tanto em renda fixa, quanto em renda variável, quanto em fundos de investimento. 

No olhar do investidor, a técnica designa qual seria o preço do seu ativo caso tivesse a intenção de vendê-lo naquele momento.

Como funciona?

A fim de precificar as cotações dos mais diversos ativos todos os dias, há uma série de fatores para os quais o mercado se atenta para explicar a flutuação dos preços e ajudar a moldar as expectativas dos investidores.

Em primeiro lugar, a oferta e demanda pelos títulos, tanto no mercado secundário quanto no primário, vão conduzir a valorização ou desvalorização do papel ao longo do dia. Caso haja maior interesse na aquisição dos papéis frente à oferta, por exemplo, a tendência dos preços é de aceleração.

Outro fator essencial para a marcação a mercado é a liquidez ou, em outros termos, a velocidade na qual você consegue resgatar seu investimento. Enquanto títulos com maior liquidez são marcados diariamente, de acordo com o valor de fechamento, ativos menos líquidos devem ter seus preços definidos pela estimativa do valor justo e maior é a defasagem entre a intenção de resgatar o título e a operação de fato. 

Fatores macroeconômicos, como a inflação, a taxa de juros, a taxa de câmbio ou movimentações do cenário internacional também podem afetar o preço dos ativos direta e indiretamente.

Além de muitos desses indicadores servirem de indexadores para uma variedade de títulos públicos e privados (assim, caso haja uma elevação da taxa de juros básica da economia, novos títulos serão lançados ao mercado com taxas mais elevadas), as expectativas formadas pelo mercado sobre a economia no longo prazo afetam também a preferência dos investidores sobre quais ativos eles querem manter em suas carteiras, impactando a demanda.

A elevação da taxa de juros, por exemplo, gera, na teoria, uma desvalorização dos títulos de renda variável uma vez que títulos de renda fixa, atrelados à Selic ou CDI (vistos como mais seguros) serão lançados ao mercado pagando mais, o que promove uma movimentação dos investimentos de renda variável para renda fixa. 

No caso de uma queda da taxa de juros, títulos de renda fixa que já estavam no mercado, pagando a taxa de juros anterior (rendendo mais), se tornam mais atraentes, elevando seus valores.

Qual é a importância da Marcação a Mercado?

A marcação a mercado para a atualização da cotação dos ativos está em vigência no país desde 2002, conforme decidido pelo Banco Central. A prática é fundamental para que não ocorram distorções nos valores de negociação dos ativos e que todo movimento de valorização ou desvalorização seja absorvido instantaneamente, evitando defasagens nos preços.

Essa estratégia eleva a transparência do mercado financeiro por refletir o valor real do investimento. Assim, investidores e cotistas têm o mesmo leque de informações sobre o valor que possuem e os valores a receber. Esse modelo também evita a transferência de riquezas entre cotistas uma vez que os preços dos títulos estão em sintonia.

Anteriormente, os preços eram atualizados apenas baseados na curva do valor teórico desses papéis.

Marcação pela curva do papel

A marcação pela curva do papel, ao contrário da marcação a mercado, não é resultado da atualização diária da cotação dos ativos pelo valor de mercado. Essa prática, ainda empregada por aqueles que planejam resgatar seus títulos apenas no vencimento, implica a correção do valor dos títulos pelo respectivo indexador e taxa de juros utilizados quando a aplicação foi acordada.

Em outras palavras, a marcação pela curva atualiza diariamente o valor dos títulos pela taxa em que a negociação foi feita, sem levar em consideração o valor de mercado no momento. Esse cálculo mais simplificado garante que o investidor possua conhecimento, de antemão, sobre o rendimento de sua aplicação, mas impede que o título seja resgatado antecipadamente.

Marcação a Mercado em renda fixa

Que a cotação dos preços dos ativos de renda variável varie conforme as movimentações do mercado ao longo do dia já é esperado, no entanto, na renda fixa isso também ocorre e é de extrema importância caso o investidor deseje resgatar algum título antecipadamente.

Apesar de se chamar renda fixa, diversos títulos estão atrelados a indexadores variáveis, como CDB, CRI, CRA, Tesouro Direto, LCI e LCA. Dessa forma, expectativas do mercado sobre juros ou inflação afetam o valor esperado dos novos títulos a serem lançados no mercado e, com isso, o valor atual dos títulos em vigência.

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O que muda com a nova regra de marcação a mercado?

A partir de 2 de janeiro, a nova regra de marcação a mercado para ativos de renda fixa entrará em vigor, na qual bancos e corretoras passarão a atualizar o valor de determinados títulos públicos pelo seu valor de mercado e não mais pela curva.

A nova regra, estabelecida pela Anbima e aplicada sobre Debêntures, CRAs, CRIs e Títulos Públicos negociados no mercado secundário, permitirá que, assim como já ocorre nos títulos do Tesouro Direto, os investidores acompanhem a diariamente suas aplicações em renda fixa pelo seu valor negociado no mercado.

Na prática, a mudança não implica nenhuma alteração no valor dos títulos detidos, apenas facilita a visualização do patrimônio pelos investidores, caso desejem vender antecipadamente, e agiliza a atualização dos preços na carteira. Caso não haja intenção de resgate, os títulos devem render o que foi acordado na aquisição.

No entanto, a exceção se dará na carteira dos investidores qualificados, aqueles que possuem mais de R$ 1 milhão aplicado, que poderão escolher a maneira que desejam acompanhar seus investimentos. Caso escolham pela curva, deverão formalizar um pedido à instituição distribuidora dos títulos.

Marcação a Mercado em fundos de investimentos

Para os fundos de investimento, a prática possui outras utilidades. Para investir em fundos, o investidor deve adquirir cotas e a marcação ajusta o valor de mercado dessas participações diariamente. Assim, o cotista receberá o valor correspondente à última marcação no momento em que decidir resgatar sua participação.

Ainda, a marcação evita a transferência de riquezas entre cotistas, ou seja, impede que o valor teórico da cota seja utilizado em sua negociação. Caso o valor de mercado fosse inferior ao teórico, na hora do resgate ou aquisição, haveria uma discrepância entre os cotistas que permaneceram no fundo e aquele que saiu.

Conseguiu entender a importância da marcação a mercado para o bom funcionamento do mercado financeiro e como ela auxilia na tomada de decisão dos investidores? 

Além de garantir maior transparência entre os investidores e impedir a transferência de riquezas entre cotistas, a atualização diária dos preços possibilita que mercado acompanhe os valores em carteira de maneira uniforme e sem distorções, além de aproveitar movimentações econômicas para reavaliar seus portfólios e resgatar títulos caso ache vantajoso.

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