[TAG SUMMIT 2023] Empreendendo Sucesso: Uma Conversa com Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank

Leia os destaques da participação de Cristina Junqueira no TAG Summit 2023.
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Por Ednael Ferreira - 09/08/2023
Atualizado em 13/11/2023
5 min de leitura

“A história do empreendedorismo é sobre trazer grandes desafios”, disse Thiago de Castro, CEO da TAG Investimentos. Com essa filosofia em mente, ele abriu o diálogo com Cristina Junqueira no TAG Summit 2023 querendo saber quais foram as adversidades no caminho da cofundadora do Nubank.

Junqueira revelou que, ao contrário do que muitos pensam, ela não abdicou de sua carreira bem remunerada em um grande banco para empreender. O egresso se deu por perceber que poderia fazer mais, mas a organização não pedia tanto. “Sentia que eu estava entrando na fase mais produtiva e mais criativa da minha carreira e eu não queria desperdiçar isso”, falou.

Nesse período ela conheceu seu sócio, que tinha a visão de que a tecnologia estava sendo usada para melhorar vários setores, exceto o bancário. Foi aí que se iniciou a famosa história do escritório roxo na Rua Califórnia em São Paulo.

Numa época onde quase não existia venture capital no Brasil, o Nubank começou com U$ 1 milhão e em menos de um ano já estava operando com seus primeiros clientes. “Hoje vemos empresas gastando 1 milhão de dólares no primeiro escritório”, disse Junqueira.

Participação virtual de Cristina Junqueira no TAG Summit 2023.

Os desafios que ninguém vê 

A empresária e seus sócios tinham consciência do desafio que iriam enfrentar. Revolucionar o sistema bancário e sanar a dor do consumidor exigem muito conhecimento técnico e investimento em tecnologia. 

Apesar disso, as coisas que a fizeram pensar em desistir não estavam relacionadas a isso, muito menos à tração de clientes. “O difícil foi o lado que ninguém vê, da porta para dentro: os desafios de liderança, a gestão de pessoas, a inteligência emocional e a quantidade de desaforos para engolir”, relembra. 

De lá para cá, a empreendedora afirma que o investimento em suas habilidades de inteligência emocional foram fundamentais. “Nos últimos 5 ou 6 anos, tenho investido nisso tremendamente”, falou. 

A concorrência, a filosofia e os próximos passos

Desde a fundação do Nubank em 2013, muita coisa mudou, inclusive em termos de concorrentes. Hoje existem outros bancos digitais na disputa num ecossistema mais dinâmico e competitivo. Ainda assim, Junqueira não teme: “Isso traz muito mais inovação e talentos, vemos isso com muito bons olhos”. 

“Atender o cliente e dar a ele o que ele precisa sempre foi o nosso objetivo. Nossos maiores concorrentes são os grandes bancos e eles estão correndo atrás da experiência do cliente também”, completa. 

A cofundadora do Nubank também afirmou que a instituição ainda tem muito espaço para crescer, uma vez que o principal produto do banco ainda é o cartão de crédito e existem outras possibilidades de produtos e serviços a serem oferecidos dentro do ecossistema bancário. 

Transformando clientes em fãs

Castro fez uma provocação à convidada ao questionar se ainda faz sentido questionar a indústria tradicional. 

“Estamos numa era onde o poder de decisão do consumidor mudou muito. Se tornou mais importante tratar muito bem o cliente. Acredito que essa é a grande vantagem que uma empresa pode ter no longo prazo”, respondeu Junqueira. 

A empresária afirmou ainda que o Open Finance e novas tecnologias darão ao cliente cada vez mais o poder de escolha. Ter essa filosofia engendrada desde o início da empresa foi fundamental para que a companhia chegasse onde está. 

“Pedem até hoje para a gente fazer companhia aérea e companhia telefônica. Onde o cliente vê dor, ele quer que a gente vá resolver”, brincou.

Nubank na Colômbia e México 

Sobre a expansão do Nubank para a Colômbia e México, Junqueira disse que “são países diferentes, culturas diferentes, línguas diferentes e desafios diferentes”. Contudo, há similaridades, como a concentração de serviços em grandes instituições.

Nessa nova etapa, a cofundadora do banco digital afirmou que a empresa entrou nos vizinhos latino-americanos com “o mindset de curiosidade”. “Pensamos em quais aspectos iriam fazer os clientes colombianos e mexicanos sentirem que estávamos ali para eles, e não que chegamos do Brasil para colocar ali algo que deu certo em nosso país e ver se funcionava. Isso fez total diferença”, analisou.  

A empreitada está dando certo. Segundo Junqueira, o Nubank está crescendo, proporcionalmente, mais no México e Colômbia do que cresceu em seu início no Brasil.

Monetização da base do banco 

Quando questionada sobre a capacidade do Nubank de monetizar a base, Junqueira esclareceu: “Nossa operação no Brasil já é rentável há cerca de dois anos. Não tem mais uma discussão de se a gente vai conseguir monetizar a base. A gente sempre teve um modelo de negócio muito claro. A gente não passou do dia pra noite a cobrar um monte de tarifas. O que acontece é que cada cliente que sempre foi rentável no nível individual foi crescendo a receita por cliente ativo”.

“O que se pode debater é o ritmo que esse lucro irá crescer”, acrescentou.

Thiago de Castro, CEO da TAG Investimentos.

O Nubank e os clientes de alta renda

A empresária afirmou que 63% dos clientes de alta renda no Brasil já têm um produto do Nubank, mas o banco não é a principal instituição financeira desse público. O trabalho para que essa transição aconteça já está sendo feito. Junqueira citou a parceria com a Disney na Disney Magic Run, que contará com vantagens exclusivas para os clientes Ultravioleta (bandeira de alta renda do Nubank).

Administração da vida pessoal

Junqueira se declarou obcecada pela eficiência. “Tempo todo mundo tem, a questão é como o usamos e o priorizamos”, disse. A empreendedora afirmou otimizar a rotina com frequência e buscar maneiras de escalar essa otimização. O trabalho como influenciadora é um exemplo disso, a tarefa surgiu da necessidade de ganhar escala de comunicação, uma vez que ela é demandada por muita gente. “As redes sociais me viabilizaram falar com dezenas de milhares de pessoas e gerar impacto com isso”, disse.

Ela citou a família e o Nubank como prioridades. “Foco também é saber falar ‘não’ o tempo todo”, explicou ao falar sobre o manejo de sua agenda agitada.

Cris Junqueira, investidora

“A minha filosofia é a seguinte: o meu maior ativo sou eu, é a minha carreira. A minha prioridade é essa”. Junqueira afirmou que possui apenas ações do Nubank, uma pequena parcela em renda fixa e duas casas. 

Ela afirmou não ser um bom retorno de seu tempo buscar maneiras de maximizar a renda de outros recursos.

Planos futuros

Para o futuro, Junqueira declarou: “O Nubank é um filho que a gente criou e vê como projeto de vida. Nossa visão era criar algo para 40, 50 anos, então existe muito a ser feito”. 

Na vida pessoal, a família continuará como prioridade de Junqueira. Para ela, o sucesso nessa instância está relacionado a ser a melhor mãe e esposa que puder. “Sucesso é seus filhos adultos quererem estar com você. Não podemos subestimar o valor que isso tem e nem o quão difícil é atingir isso”, concluiu.  

Confira aqui a cobertura completa de todos os painéis do TAG Summit 2023.

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