Como engajar o time e extrair o máximo das ferramentas: lições do CTO Summit 2023
Como construir uma cultura corporativa sólida, delineando valores e moldando sua equipe para o melhor engajamento? As diferentes respostas para esse questionamento foram trazidas em uma conversa com Guilherme Assis, cofundador e CEO do Gorila, e Daniel Gomes, Head Global de Estratégia e Operações da Engenharia de Produto da Syngenta. O papo aconteceu no CTO Summit 2023, o maior evento para CTOs do Brasil.
“Cultura é o que as pessoas fazem quando ninguém está olhando”, disse Assis parafraseando Nizan Guanaes. O CEO do Gorila sugeriu que para compreender verdadeiramente a cultura de uma empresa, é necessário considerar também o comportamento dos indivíduos fora do escrutínio público. Isso pode ajudar a identificar valores reais, práticas de trabalho e ética que realmente impulsionam a organização.
Assis relembra que no processo da aquisição da Fluxonaut, empresa com solução para agregação de informação em tempo real, pelo Gorila em 2021, a cultura foi um fator decisivo. Além do produto, o Gorila assimilou aspectos da cultura da companhia adquirida.
Gomes também relatou uma mudança estrutural no time: “A Syngenta Digital foi formada com a aquisição de algumas startups pelo mundo inteiro”. Com isso, as diferenças, além de organizacionais, são culturais. O Head de Operações de Engenharia contou da necessidade de um esforço grande e contínuo para aglutinar todos esses times e acostumá-los à mesma cultura e modo de trabalho.
O líder foi à Índia e Europa fazer workshops sobre cultura, melhores práticas, estratégia e valores. Apesar do esforço, “é importante estar trazendo sempre novos elementos para enriquecer e aumentar a diversidade”, disse. Gomes afirmou ainda que esse processo garante um “fast flow” do time e estimula novos aprendizados.
A necessidade de fomentar novos aprendizados para engajar o time
Fomentar um sentimento de propriedade e cultivar a atualização constante dos times são elementos cruciais para construir uma equipe engajada e produtiva. Assis reforçou a necessidade de se criar uma cultura de feedbacks, com one-on-one’s frequentes e reviews bem feitas.
O CEO do Gorila completou dizendo que é preciso promover a interação entre áreas e esclarecer ao time o porquê certas decisões estão sendo tomadas na empresa. “Todas essas coisas vão se somando não só ao ownership do código, mas também de todo o produto”, acrescentou.
“Uma coisa que a gente faz muito é o All-Hands, uma reunião onde a empresa conversa e repetimos a nossa missão e o que estamos fazendo. Cada vez que você traz o desenvolvedor, maior vai ser o entendimento dele para criar soluções inovadoras”, disse Assis.
“Outra coisa que deixa o desenvolvedor muito feliz é quando ele vê o que ele fez sendo usado”, comentou Gomes. O Head de Operações de Engenharia divulgou que na Syngenta há o hábito de enviar desenvolvedores para visitar fazendas para que os profissionais entendam mais do negócio e das operações. Gomes também defendeu a autonomia dos times e squads para tomar certas decisões sobre o produto junto ao time de negócio.
O papel central de treinamentos no uso de ferramentas
Extrair o máximo das ferramentas de tecnologia no ambiente de trabalho requer uma abordagem estratégica e criteriosa, especialmente em um cenário onde há uma ampla variedade de opções disponíveis.
Gomes analisou que “é preciso tomar cuidado com os modismos. O desenvolvedor tem vontade de testar o novo sempre, mas é preciso selecionar corretamente as ferramentas de uso”.
“A ferramenta está a serviço do time e não o contrário. É importante adotar com cautela. Já aconteceu de termos 2 ou 3 ferramentas que faziam a mesma coisa e ninguém as usava direito”, concordou Assis, evidenciando a relação entre a extração máxima de ferramentas tecnológicas no ambiente de trabalho e o custo para a empresa.
“O papel do CTO e de qualquer liderança é olhar para o impacto. Se você compra uma ferramenta e não treina o time para usá-la bem, você está prejudicando o retorno do investimento que você está fazendo. O treinamento pode ser o diferencial entre ajudar o time e o negócio e a ferramenta ser só um custo”, falou Gomes.
Nesse sentido, Assis relatou que no Gorila há a promoção de treinamentos de ferramentas com especialistas da própria empresa. Esses encontros servem para mostrar novas tecnologias, casos de uso e boas práticas. “O legal é que você está lidando com pessoas muito qualificadas e curiosas, então existe uma demanda por evolução de conhecimento. A pessoa bem preparada está sempre atrás disso”, disse o CEO.
“Estamos numa área onde as pessoas têm o interesse em se manter atualizadas, até porque a área exige isso. É muita novidade. Acho super importante manter o time curioso e fazer as escolhas certas das novidades considerando o impacto que se quer gerar e o propósito da empresa”, declarou Gomes.
No centro de qualquer organização estão as pessoas – funcionários, clientes e parceiros.
“Acho que isso, no final do dia, mais do que as ferramentas e as tecnologias que a gente usa, está no cerne do que a gestão precisa entender realmente para criar a estrutura sólida que o negócio precisa”, finalizou Assis.
Este artigo foi útil?
Você merece o melhor conteúdo para investir.
Ao inscrever-se, você declara que conhece a Política de Privacidade e autoriza o recebimento de comunicações do Gorila.
Você merece o melhor conteúdo para investir.
Ao inscrever-se, você declara que conhece a Política de Privacidade e autoriza o recebimento de comunicações do Gorila.
Artigos Relacionados
Você merece o melhor conteúdo para investir.
Ao inscrever-se, você declara que conhece a Política de Privacidade e autoriza o recebimento de comunicações do Gorila.
Você merece o melhor conteúdo para investir.
Ao inscrever-se, você declara que conhece a Política de Privacidade e autoriza o recebimento de comunicações do Gorila.