Chave para explorar potencial bilionário da IA em wealth management está na melhoria dos dados transacionais
A relação entre inteligência artificial (IA) e wealth management tem se intensificado, trazendo inovações e mudanças significativas na forma como os serviços financeiros são oferecidos e gerenciados.
Estamos vivendo uma transformação tecnológica que pode ser comparada a revoluções como o surgimento do PC e da internet. Assim como ocorreu com essas novas tecnologias nos anos 90, esse novo ciclo tecnológico levará tempo para alcançar todo o seu potencial e exigirá que empresas, consumidores e mercados se adaptem ao longo dos próximos anos.
No setor de wealth management, a inteligência artificial surge como uma ferramenta capaz de transformar a rotina ao automatizar tarefas pequenas, mas que consomem tempo relevante. Com isso, os profissionais podem focar em atividades estratégicas, elevando a eficiência e aprimorando o atendimento ao cliente.
A inteligência artificial permite personalizar os serviços de gestão de patrimônio de maneira inédita. Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados, a IA identifica com precisão as necessidades e objetivos de cada investidor. Isso substitui os produtos padronizados por portfólios ajustados às metas financeiras, ao perfil de risco e até às preferências pessoais, como investimentos sustentáveis ou éticos.
A automação dessas tarefas também reduz a carga de atividades de backoffice, como a produção de relatórios, análise de dados e ações de marketing.
A IA tem potencial bilionário na indústria de wealth management
Conforme apontado no relatório Wealth Management Top Trends 2024, da Capgemini,o mercado de IA generativa no setor de gestão de patrimônio tem um potencial de gerar entre US$ 200 e US$ 300 bilhões anualmente.
O estudo indicou que 55% dos indivíduos de alto patrimônio líquido (HNWIs) levam em conta as capacidades digitais das empresas de gestão de patrimônio ao escolher seus prestadores de serviços. Na outra ponta, mais de 50% das empresas de gestão de patrimônio estão planejando aumentar seus investimentos em inteligência artificial e machine learning, segundo a Capgemini.
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Melhoria de dados transacionais como base para evolução da IA
A melhoria dos dados transacionais impulsiona a adoção da IA no setor de gestão de patrimônio. Com a crescente disponibilidade de dados, a precisão das previsões e personalizações feitas pela IA está em constante aprimoramento. Além disso, os avanços no processamento e armazenamento de dados mostram que o potencial da IA nesse setor ainda está em uma fase inicial, com muito espaço para exploração e desenvolvimento.
Elias Ghanem, Global Head of Research Institute for Financial Services na Capgemini, afirma que diante desse cenário é necessário tomar algumas ações essenciais.
Para começar, é necessário transformar a intenção em ação, superando a fase de planejamento e iniciando a implementação. Ter uma equipe qualificada, realizar investimentos apropriados e manter a paciência para observar os resultados ao longo do tempo também são passos a serem seguidos. Fora isso, é importante que a base de operações esteja na nuvem. A adoção da nuvem, seja ela pública ou privada, é vital para proporcionar a infraestrutura robusta e escalável que os projetos de IA demandam.
Outro aspecto fundamental é assegurar a quantidade e a qualidade dos dados que serão usados para alimentar a IA. Também é importante estabelecer canais de interação internos e externos para facilitar a comunicação e o compartilhamento de dados.
No contexto do open finance, com o Brasil liderando essa iniciativa, os dados disponíveis sobre os clientes — como hábitos de consumo, histórico financeiro, situação de saúde e perfil familiar — permitirão aos gestores de patrimônio oferecer soluções cada vez mais personalizadas.
A evolução do profissional de investimentos na era da IA
O futuro dos profissionais de investimentos será significativamente moldado pela capacidade de adaptação à IA. A transformação digital está revolucionando o papel do profissional de investimentos, que agora precisa se afastar das tarefas rotineiras e operacionais, delegando essas funções à automação.
Com isso, esses profissionais poderão concentrar seus esforços na compreensão mais profunda do comportamento dos clientes, oferecendo insights valiosos e subjetivos que vão além dos números.
Segundo Rodrigo Gianotto, CTO do Grupo Primo, essa evolução implica desenvolver habilidades interpessoais avançadas, quase como um psicólogo, entendendo as motivações e preocupações de seus clientes para proporcionar uma experiência mais personalizada e humana.
Dessa forma, a combinação de tecnologia avançada com a inteligência emocional e o conhecimento profundo dos clientes promete redefinir o futuro da gestão de patrimônio, tornando-a mais eficaz, personalizada e orientada para o cliente.
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