Confira os melhores ETFs de 2022

Índices que refletem o Ibovespa e aqueles que replicam o desempenho de empresas pagadoras de dividendos foram os melhores ETFs do semestre.
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PorDaniel Keny - 13/06/2022
Atualizado em 25/07/2022
4 min de leitura

Índices que refletem o Ibovespa, os grandes pagadores de dividendos, as commodities e o setor financeiro no Brasil estão entre os melhores ETFs do primeiro semestre de 2022.

Entretanto, os índices que buscam representar a rentabilidade das criptomoedas e das empresas de inovação americanas são aqueles que apresentaram os piores desempenhos no mesmo período.

Um levantamento feito pelo Gorila listou os melhores ETFs de 2022, e nós convidamos o Márcio Wolter Filho, fundador da Passer, planejador financeiro e consultor de valores mobiliários para comentar os ativos em destaque.

Mas, antes de conferir quais são os melhores ETFs – e também os piores -, vamos a um breve cenário daquilo que determinou os desempenhos nos últimos seis meses.

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Após invadir a Ucrânia, a Rússia sofreu sanções do Ocidente. Como resultado, “ficou malvista pelos investidores internacionais”, afirma Márcio.

Para o fundador da Passer, “outras bolsas de emergentes mundo afora não parecem, aos olhos dos investidores, tão atrativas, como o caso da Índia”.

O petróleo é a commodity que mais afeta a inflação no Brasil, seguido pelas commodities agrícolas. Dessa forma, a subida no preço do barril, em decorrência da guerra, contribui para o aumento do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), que em maio ficou em 11,73%, considerando os últimos 12 meses, segundo o IBGE.

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A alta inflação reduz o consumo, mas para o mercado financeiro outros fatores são levados em conta quando o tema é investimento.

“Mesmo se esperando um baixo crescimento neste ano, aliado à alta taxa de juros e inflação também elevada, o Brasil acaba sendo um destino razoável”, explica Márcio, que ainda destaca outras razões que nos favorecem:

  • Somos um país de destaque em commodities;
  • Na faixa de R$ 5, o dólar torna o país mais barato do que no pré-pandemia;
  • Para parte dos analistas, a bolsa está barata. O preço/lucro de cerca de 7 vezes representa um forte desconto em relação à média histórica dos últimos 15 anos, de pouco mais de 11 vezes.

Agora fica mais fácil entender os melhores ETFs do semestre e fazer boas escolhas de investimento, não é mesmo? Vamos ao levantamento do Gorila, comentado por Márcio Filho.

Os melhores ETFs de 2022

POSIÇÂOTICKERRENTABILIDADE (%)PREÇO REFERÊNCIA EM 03/01 (R$)PREÇO REFERÊNCIA EM 31/05 (R$)
1FIND11 16,3888,93103,50
2DIVO11 14,8063,8673,31
3BBSD11 12,5181,8392,07
4CMDB11 7,6410,6011,41
5BOVX11 7,5210,3711,15
6PIBB11 7,36180,65193,95
7XBOV11 7,15101,83109,11
8BOVB11 7,14104,35111,80
9BOVV11 7,12104,63112,08
10BBOV11 7,0953,2066,58

Fonte: Gorila
Dados referentes ao período de 03/01/2022 a 31/05/2022

FIND11 (+16,38%)

O FIND11 ficou acima do Ibovespa e teve pico de rentabilidade de 17,24% em janeiro. Abril foi o único mês com perda mais significativa, de -11,66%. Fonte do gráfico: Gorila

Busca replicar o desempenho das empresas mais representativas dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos e previdência e seguros.

Depois de uma grande queda no segundo semestre de 2021, os bancos demonstraram bons resultados e perspectivas, assim, tiveram uma boa recuperação em 2022.

DIVO11 (+14,80%) e BBSD11 (+12,51%)

Estes ETFs focam em empresas que se destacam no pagamento de dividendos.

Portanto, o desempenho positivo se deve à grande procura de investidores por ações com boa previsibilidade de receita e forte caixa, com grande participação de empresas de energia, bancos, mineração, seguros e telecomunicações.

CMDB11 (+7,64%)

O CMDB11 representa o desempenho médio das ações de empresas produtoras e exportadoras de commodities.

Uma vez que há grande inflação mundial, os investidores também mostraram apetite por empresas desse setor, imaginando que os preços continuarão elevados.

PIBB11 (+7,36%)

Este ETF replica o desempenho das 50 empresas mais negociadas da bolsa. Como estamos falando de, principalmente, mineração, petróleo e bancos, fica fácil deduzir o porquê da subida no período.

BOVX11 (+7,52%), XBOV11 (+7,15%), BOVB11 (+7,14%), BOVV11 (+7,12%) e BBOV11 (+7,09%)

Por último, temos os ETFs que buscam seguir o Ibovespa, ou seja, o desempenho da bolsa, através da variação das ações de cerca de 90 das empresas mais importantes do mercado.

Os piores ETFs (até 31/05/2022)

Neste grupo de produtos aparecem os setores voltados à DeFi (finanças descentralizadas), criptomoedas e empresas americanas de inovação.

Dessa forma, o principal fator a ser considerado aqui é a alta de juros mundo afora, por conta da inflação elevada e das incertezas quanto ao crescimento global.

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Por conta disso, “ativos mais arriscados como as criptos e empresas de inovação e tecnologia, que exigem muito investimento, são bastante punidos, pois o crédito não está mais tão barato quanto nos últimos anos”, analisa Márcio. Ao mesmo tempo, a renda fixa se torna mais procurada pelos investidores.

Vimos os melhores ETFs, agora vamos aos produtos com pior desempenho:

O QDFI11 chegou a registrar alta de 23,03% em fevereiro, mas acumulou rentabilidade negativa de 22,99% em abril e 35,93% em maio, perdas que levaram o ETF a registrar o pior desempenho do semestre. Fonte do gráfico: Gorila

QDFI11 (-65,95%) e DEFI11 (-47,62%): ETFs investidos em protocolos de DeFi (finanças descentralizadas);

NFTS11 (-64,79%): ETF que replica no Brasil o desempenho do índice MVIS Crypto Media & Entertainment Leaders Index, que investe em tokens de mídia e entretenimento;

QETH11 (-56,34%), ETHE11 (-56,18%): refletem índices que acompanham o Ethereum;

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SHOT11 (-53,37%), WEB311 (-50,85%): espelham índices compostos por ações de empresas e plataformas de inovação listadas nas bolsas americanas.

Do mesmo modo, o BTEK11 (-50,79%) pode ser incluído aqui, já que aplica seu patrimônio em cotas do ETF XBI, que replica o desempenho de empresas do setor de biotecnologia listadas na Bolsa de Nova York (Nyse).

HASH11 (-47,78%) e BITH11 (-42,87%): o primeiro reflete o mercado de criptoativos, enquanto o segundo replica o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC), benchmark desenvolvido pela Nasdaq para acompanhar o preço do bitcoin.

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