Juros sobre Capital Próprio: conheça esse tipo de provento

Se você investe em ações provavelmente já ouviu falar em JCP! Leia o artigo do Gorila para entender essa forma de remunerar o investidor!
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Por*Luana Araujo - 16/08/2022
Atualizado em 29/08/2022
4 min de leitura

Quando receber notificação do app do Gorila anunciando recebimento de JCP, pode comemorar porque é uma boa notícia! 

Essa sigla corresponde a Juros sobre Capital Próprio, uma das maneiras de distribuição do lucro das empresas para seus investidores.

Para saber o que é, quais as vantagens e desvantagens e como funciona, continue a leitura.

O que são Juros sobre Capital Próprio?

Considerados um tipo de provento, os Juros sobre Capital Próprio (JCP) são uma maneira de remunerar o investidor da empresa. Trata-se de parte do lucro das companhias, calculada a partir do patrimônio líquido da instituição e da taxa de longo prazo (TJL). Os JCP são pagos antes do lucro líquido, e, por isso, são considerados despesas das instituições.

Alguns exemplos:

Essa forma de remunerar os acionistas é comum entre grandes empresas, separamos três casos para você:

  • Em junho de 2022, o Bradesco (BDC4) anunciou a distribuição de mais de R$2 bilhões em juros sobre capital próprio
  • No mesmo mês, o Conselho Administrativo da Vivo (VIVT3) liberou R$480 milhões para JCP
  • Ainda em junho de 2022, o Carrefour (CRFB3) anunciou o pagamento de cerca de R$264 milhões desse tipo de provento

Falando em receber dinheiro das empresas, leia também:

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Vantagens e desvantagens dos JCP

Assim como todos os aspectos do mundo financeiro, o JCP apresenta pontos positivos e pontos negativos.

Para as empresas, a grande vantagem dos Juros sobre Capital Próprio é que eles são considerados uma despesa da companhia. Sendo assim, a empresa paga menos impostos, visto que o Imposto de Renda (IR) é cobrado a partir do lucro líquido. 

Podemos considerar que haverá uma redução de carga tributária no patrimônio da empresa, visto que o pagamento de JCP será feito antes da definição dos lucros. Porém, há uma desvantagem às instituições: há um valor máximo a ser distribuído como juros sobre capital próprio. Ou seja, mesmo optando pelos JCP, algumas instituições deverão, também, distribuir dividendos.

Já para os investidores, um grande ponto positivo é a maior frequência com a qual, geralmente, os JCP são distribuídos. Mas, um ponto negativo a ser levado em consideração é a cobrança de Imposto de Renda no valor a receber.

Relatório gerado pelo Gorila mostrando os pagamentos de dividendos e de juros sobre capital próprio da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) em um período de oito meses.

Diferença entre JCP e dividendos

Tanto os juros sobre capital próprio quanto os dividendos são formas de retribuir o acionista com o lucro da empresa. Porém, há algumas diferenças importantes. Observe:

Os dividendos são tributados e calculados a partir do lucro líquido da empresa. Ou seja, uma porcentagem do lucro líquido é reservada para o pagamento dos dividendos. Além disso, os investidores são isentos de impostos (que, por sua vez, são cobrados das empresas) e o pagamento tem frequência variada.

Os JCP são calculados a partir do patrimônio líquido da instituição. Ou seja, são considerados uma despesa da empresa direcionada aos contribuintes, que é paga antes do lucro líquido. Nesse caso, há a cobrança de 15% do IR no valor a ser recebido pelo investidor e, na maioria dos casos, é um provento distribuído com maior frequência.

Como são calculados os Juros sobre Capital Próprio?

Até 2017, a taxa de referência de cálculo do JCP era a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Porém, a partir de 2018, outra sigla entrou no cenário substituindo a anterior, ela é a TLP (Taxa de Longo Prazo). Essa nova taxa soma a meta da inflação (IPCA) a uma porcentagem fixa (divulgada mensalmente pelo BACEN).

A conta, então, é feita a partir da TLP multiplicada pelo Patrimônio Líquido da Empresa, que é obtido considerando a diferença entre os ativos e passivos da entidade. Essa multiplicação resulta no valor a ser distribuído aos acionistas como juros sobre capital próprio.

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Como funciona e quando é feito o pagamento?

O pagamento de juros sobre capital próprio não tem prazos, a única regra para que ele aconteça é a aprovação do Conselho Administrativo da empresa. Na maioria dos casos, antes de efetuar o pagamento, a instituição o anuncia; e a partir do anúncio, o pagamento deve ser feito em até 60 dias.  

Geralmente, a empresa divulga o valor total de JCP que distribuirá (que pode chegar na casa dos bilhões) e quanto cada ação terá de provento. Assim, é só multiplicar o tanto de ações que você tem pelo valor que cada uma receberá. Além disso, o valor cai direto na conta do banco ou da corretora do acionista com o valor de IR já descontado

Os Juros sobre Capital Próprio precisam ser declarados no IR?

Sim! Esse provento precisa ser declarado e tem espaço especial no Imposto de Renda. Basta selecionar a categoria de Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva e, em seguida, o código 10 – Juros sobre Capital Próprio. O próximo passo é preencher os campos solicitados com os seus dados e os da empresa pagadora.

Quer saber mais sobre o Imposto de Renda? Leia o nosso ebook.

Seja notificado dos proventos das suas ações no app do Gorila!

Relatório feito pela ferramenta Eventos da Carteira do app do Gorila, a partir dele você pode acompanhar todos os proventos recebidos com datas e valores.

Com o Gorila você acompanha todos os ativos do seu portfólio. Além disso, você pode receber as notificações dos eventos de sua carteira. Já pensou em receber uma notificação avisando que seus dividendos ou juros sobre capital próprio já caíram na sua conta? 

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca

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