Ata do FOMC: Preocupação com emprego e inflação

A Ata da última reunião de política monetária do Banco Central dos EUA mostra que os dirigentes do Fed receberam bem a queda recente da inflação, mas ainda consideram os índices de preços excessivamente elevados, diante da pressão do mercado de trabalho. O texto divulgado nesta quarta-feira (22) revela que alguns participantes do Fomc defenderam um aumento maior do juro na reunião de 31 de janeiro e 1º de fevereiro, de 0,50 ponto percentual, mas aceitaram o aumento de 0,25 ponto diante dos efeitos cumulativos das altas anteriores.
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Os dirigentes do Fed acreditam que as projeções do mercado para o fim do aumento dos juros estavam demasiadamente otimistas, por conta da recente desaceleração dos índices de inflação, mas apontaram que os preços de serviços ainda seguem bastante altos.
Para os dirigentes do BC americano, será preciso mais evidências substanciais de progresso por uma gama ampla de preços para o banco se certificar de que a queda da inflação é sustentável, e que por enquanto, há pouca evidência de queda nos núcleos dos preços de serviços, que representam mais da metade do núcleo do índice de gastos do consumo pessoal (PCE).
O documento reforça que as taxas de juros devem permanecer suficientemente restritivas até que a inflação retorne à meta de 2%, ao passo que as projeções do colegiado apontam que o indicador só deve convergir para a meta em 2025.
A manutenção do mercado de trabalho apertado segue no sendo um ponto de atenção ao Comitê, que enxerga perigo nas pressões inflacionárias advindas das pressões salariais, assim como do relaxamento das condições financeiras, e não entende como preocupante os recentes desligamentos em massa das empresas de tecnologia.
Os diretores do Fed apontaram ainda para condições apertadas no mercado financeiro, mais que em 2022, e que é importante que as projeções do mercado sejam consistentes com o ritmo de política monetária, um sinal de que o Fed deverá ser mais duro em sua comunicação com os mercados.
A visão é que para conter a inflação será necessário um crescimento abaixo do potencial por mais tempo, o que significa que as chances dos Estados Unido entrarem em recessão em 2023 seguem elevadas. Segundo o documento, dirigentes indicaram que o crescimento real do PIB do país deverá diminuir mais em 2023, depois da desaceleração de 2022.
A reação dos investidores à Ata foi negativa, apesar de muitos desses temas terem já sido comentados por diretores do Fed na semana passada. As projeções para a próxima reunião do Fed em março na CME, a Bolsa de Chicago, aumentaram as chances de alta de 0,50 ponto no juro americano, de 21% para 24% antes da Ata.
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