Tesouro Selic: uma opção segura para sua reserva de emergência

Tesouro Selic é investimento conservador, com bom rendimento e que você pode retirar a qualquer momento sem perder dinheiro. É interessante para você? Saiba mais neste artigo.
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Por Samira Oliveira - 21/09/2022
Atualizado em 15/12/2022
9 min de leitura

O que você vai ver neste artigo:

Um investimento mais rentável que a poupança e que permite saque sem perda de dinheiro parece um sonho mas existe! Muitos brasileiros têm procurado se aprofundar na educação financeira e buscam investimentos que sejam fora da poupança, mas que tenham igual segurança.

O Tesouro Selic se apresenta como uma boa opção por ser um investimento de rendimento previsível e bastante seguro. Mas seu destaque maior é que, diferentemente da poupança, ele possui maior rentabilidade a longo prazo. Isso é ideal para quem deseja começar com o pé direito no mundo dos investimentos e criar uma reserva de emergência.

O que é Tesouro Selic

O Tesouro Selic é uma modalidade do Tesouro Direto. Ao optar por investimentos desse tipo, você se torna credor do Tesouro Nacional, ou seja, com um título de dívida emitido pelo governo. Sendo assim, ao investir no Tesouro Selic a pessoa estará emprestando dinheiro para o poder público e espera receber esse valor devolvido com base em uma rentabilidade e um prazo que foram definidos no momento da compra. 

E adivinha em qual taxa a rentabilidade está atrelada? À taxa Selic! 

Mas o que seria essa taxa Selic?

A taxa Selic é a taxa básica de juros, que, desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em agosto de 2022 está em 13,75% ao ano.

O Banco Central utiliza a Selic como uma forma de controlar o avanço da inflação nos preços do País. Logo, no Tesouro Selic, quando o Copom sobe a taxa, a remuneração sobe e quando o comitê a reduz, a rentabilidade da aplicação Tesouro Selic também cai.

Se aprofunde no assunto:

 

Outros investimentos no Tesouro Direto

O Tesouro Nacional emite diversos títulos para captar recursos do mercado. Alguns são investimentos de curto prazo, como é o caso do Tesouro Selic. Mas outros são investimentos de médio ou longo prazo como: Tesouro IPCA+, Tesouro Pré-fixado, Tesouro IPCA+ com juros semestrais e Tesouro Pré-fixado com juros semestrais.

  • Títulos Pré-fixados: possuem taxa de juros fixa que você conhece no momento do investimento.
  • Títulos Pós-fixados: tem sua rentabilidade atrelada a um indicador financeiro como a Selic, CDI ou IPCA.
  • Títulos Híbridos: sua rentabilidade é composta por uma parte variável e uma parte fixa determinada no momento da aplicação.

Dica: No site oficial do Tesouro Direto você pode utilizar um simulador de investimentos e ver quais opções de Tesouro são interessantes para a sua carteira!

  • Tesouro Selic: títulos pós-fixados e que possuem rentabilidade atrelada à taxa Selic. É ideal para quem está começando a investir e quer montar uma reserva de emergência – falaremos mais disso adiante.
  • Tesouro Pré-fixado: são títulos que possuem uma taxa de juros fixa que você já conhece no momento de investir. É a escolha ideal para quem quer saber exatamente o valor que vai receber ao final da aplicação.
  • Tesouro IPCA: a rentabilidade desse título está atrelada à inflação, que é medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Sendo assim, esses títulos oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros.

Tesouro com Juros semestrais X Tesouro Comum

Os juros semestrais indicam que o investidor recebe um cupom a cada seis meses com sua rentabilidade acumulada. Já quando o Tesouro Direto não possui esse cupom, o investidor recebe todo o rendimento na data do vencimento, o que pode ser mais rentável devido à ação dos juros compostos.

Agora que você já sabe como funciona o Tesouro Direto, vamos voltar para o Tesouro Selic

Como funciona o Tesouro Selic

Ao investir no Tesouro Selic, você poderá ver o dinheiro render diariamente acompanhando a variação da taxa. Quanto à lucratividade e o risco de investir no Tesouro Selic temos três fatores que devem ser levados em conta:

  • Risco x Rendimento: essa é uma relação que deve ser entendida por todos que investem. Quanto mais arriscada for uma aplicação, maior é a possibilidade de retorno. Por outro lado, quanto mais conservadora (e mais segura portanto) for a aplicação, menor será sua rentabilidade.
  • Risco: o Tesouro Selic tem um risco praticamente inexistente, não importando o tempo de aplicação ou a data de resgate.
  • Investimento de alta liquidez: a liquidez significa o quão rapidamente uma aplicação pode se tornar dinheiro no bolso. Como o Tesouro Selic permite que você retire o dinheiro da aplicação a qualquer momento, é natural que a rentabilidade seja um pouco menor, porém, você terá a certeza de que pode contar com aquele dinheiro na hora do aperto.

 

Agora veremos mais atentamente as características de liquidez e rentabilidade no Tesouro Selic:

Liquidez

Uma das características que fazem o Tesouro Selic tão atrativo é a sua liquidez. Isso significa que, a qualquer momento que você precise do dinheiro investido você poderá sacar rapidamente.

O tempo de resgate do Tesouro Selic costuma ser de D+1, isso significa que o dinheiro solicitado pelo investidor estará disponível em sua conta no dia útil seguinte ao da solicitação. Porém, se a solicitação do resgate for feita até as 13h em dias úteis, poderá receber no mesmo dia. Após esse horário, o seu dinheiro será creditado em sua conta no próximo dia útil, D+1. Para saber mais leia: Liquidação de resgates em D+0.

Esse prazo é necessário para a liquidação e disponibilização do recurso pelo Tesouro. Mas vale destacar que nessa aplicação o investidor pode retirar seu dinheiro quando quiser e sem perda de rentabilidade.

Rentabilidade

Investindo no Tesouro Selic não vão existir surpresas quanto à rentabilidade da aplicação. Isso porque, como você já sabe, seu rendimento está atrelado à taxa Selic. 

Essa taxa, por sua vez, costuma se alterar no curto prazo. As mudanças da Selic estão vinculadas à inflação do país, que deve sempre se manter dentro da meta anual do Banco Central.

Assim, quando a inflação fica abaixo do esperado, o Copom reduz a Selic. Com inflação baixa as pessoas passam a consumir mais e as empresas a investir mais, isso estimula a inflação.

Quando o cenário é diferente e a inflação aumenta mais que o esperado, o Copom aumenta a Selic. Dessa forma, o consumo e investimento caem, o que tende a estabilizar o aumento dos preços.

Vantagens x Desvantagens

Se você deixa um dinheiro em aplicações com períodos muito longos e precisa retirar essa quantia antes da hora há perda de rentabilidade. Já o Tesouro Selic permite esse saque, o que pode ser interessante para momentos de emergência. Considere fazer uma reserva de emergência aplicada no Tesouro Selic. E lembre-se: especialistas indicam que a reserva de emergência seja equivalente a seis vezes o seu custo familiar.

Outra vantagem do Tesouro Selic é que a possibilidade de perder dinheiro é muito baixa. O governo federal é o melhor pagador, pois o título só deixará de ser pago se a economia do país quebrar, de forma que é impossível ter um rendimento negativo após investir nesse título público.

Tem como perder dinheiro investido no Tesouro Selic?

A única forma é na hipótese do investidor resgatar o dinheiro em menos de duas semanas (esse prazo varia). Nesse cenário a pessoa pode perder dinheiro devido a fatores como IOF, taxa da B3, Imposto de Renda, spread de compra e venda ou possível variação de ágio e deságio.

O que é Ágio e Deságio?

Essa é uma situação de anormalidade e que pode gerar um rendimento negativo, pois uma aplicação de curtíssimo prazo no Tesouro não é vantajosa. Um dos fatores é o Ágio e deságio. O Ágio funciona como uma cobrança adicional que acaba reduzindo a rentabilidade do investimento. E Deságio é como um desconto na compra de um produto, de acordo com as condições do mercado e do ativo. Se, por exemplo, o investidor comprar um título com Ágio, ao vendê-lo poucos dias depois ao Tesouro Nacional com Deságio, terá prejuízo.

Outras vantagens em investir no Tesouro Selic

  • Investimento de alta liquidez para sacar recursos;
  • Aplicação segura pois é garantida pelo melhor pagador do mercado, o governo federal;
  • Segurança de ser uma aplicação pós-fixada e indexada à taxa Selic;
  • Rendimento superior ao da poupança;
  • Acessível pois seu investimento mínimo é de cerca de 100 reais;
  • O Imposto de Renda é cobrado apenas no resgate dos títulos (mas seus rendimentos devem ser declarados na ficha Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva.).

 

Leia também: Como declarar investimentos no Imposto de Renda

Suas desvantagens são características da aplicação e são mais relevantes ao compararmos com a poupança. Mas esses pontos devem ser avaliados por cada pessoa, sempre se atentando ao seu perfil de investidor, tolerância a riscos e diversificação da carteira.

Desvantagens do Tesouro Selic

  • Seu rendimento é menor do que de outros títulos públicos;
  • Não pode ser sacado aos finais de semana e feriados como a poupança;
  • Possui taxa de custódia da B3;
  • Não possui rendimento anual fixo, ele varia de acordo com a Selic;
  • Sofre a incidência de IR conforme tabela regressiva;
  • Nos resgates feitos com menos de 30 dias de aplicação sofre incidência de IOF.

 

Caso o investidor deixe seu dinheiro investido por menos de 1 mês terá a incidência de IOF. Sem esquecer que existe ainda a taxa de custódia da B3 que é descontada semestralmente sobre o montante aplicado mesmo em caso de rendimento negativo no curto prazo.

Qual a diferença entre o Tesouro Selic e a poupança?

Ao contrário do que muita gente pensa, existem consideráveis diferenças entre a poupança e o Tesouro Selic. Na prática, enquanto que na caderneta de poupança o investidor está emprestando dinheiro para seu banco, no Tesouro Selic está emprestando para o Tesouro Nacional.

O governo federal é considerado o melhor pagador do mercado, isso porque, ao contrário de bancos ou empresas, é quase impossível uma nação quebrar. Além disso, algumas práticas econômicas podem ajudar em caso de crise, como, por exemplo, o aumento de impostos para aumentar a arrecadação. Por mais que não sejam políticas ideais na economia, isso dá mais segurança aos investidores.

Como você leu anteriormente, o Tesouro Selic possui rendimento atrelado à taxa Selic. E a poupança? Ela possui regras de rendimento diferentes, são elas:

  • Quando a Taxa Selic está igual ou menor que 8,5%: rende 70% da Selic + Taxa Referencial;
  • Quando a Taxa Selic está maior que 8,5%: rende 0,5% ao mês + Taxa Referencial.

 

Como você pôde perceber, por causa da regra de rendimento da caderneta de poupança, o Tesouro Selic sempre terá maior rentabilidade. Isso mesmo considerando a tributação de IR e de demais taxas, que veremos ainda neste artigo.

Tela de Rentabilidade Avançada no Gorila mostrando a rentabilidade da poupança e comparando com a Selic. Podemos perceber que o gráfico cresce sempre abaixo da Selic indicando uma rentabilidade menor. Em destaque o período de 28/03/2022 quando a poupança rendeu 4,11% e a taxa Selic 6,77%

Taxas e impostos do Tesouro Selic

Algumas taxas podem existir em investimentos desse tipo, são elas:

  • Taxa de Custódia da B3: cobrança de 0,20% ao ano com base no montante aplicado pelo investidor. Essa taxa é provisionada diariamente e paga semestralmente ou no momento do resgate antecipado. 

Porém, em 2020 a B3 comunicou que investimento em Tesouro Selic abaixo de 10 mil reais teria isenção da taxa de custódia. Além disso, o limite de cobrança incide no teto de 5 milhões de reais aplicados.

  • Taxa de Custódia da Instituição Financeira: a maior parte das corretoras já extinguiram essa taxa, então pesquise bem!
  • Taxa de Administração da Instituição Financeira: assim como a taxa anterior, essa já não existe em boa parte das instituições e nas corretoras financeiras ela já foi extinta para quem investe em títulos do Tesouro.
  • Imposto Sobre Operações Financeiras: essa taxa se aplica quando, após investido, o valor é resgatado antes de 30 dias. O IOF é um imposto federal cobrado pelas movimentações de crédito de pessoas físicas e jurídicas.

Saiba mais: 9 taxas de investimento que você precisa conhecer antes de investir.

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