Banco Central quer criar novos modelos para aumentar a tecnologia no sistema financeiro
O sistema financeiro brasileiro está experimentando um momento de avanços tecnológicos sem precedentes. Dentro desse cenário, o Banco Central (BC) tem adotado uma estratégia que visa aumentar o acesso a serviços financeiros, reduzir gastos associados à intermediação e estimular a concorrência diminuindo barreiras de entrada. Otávio Damaso, diretor de regulação da instituição, falou sobre a agenda da autarquia na Innovation Xperience Conference, evento promovido em São Paulo.
Damaso afirmou que a instituição está direcionada a criar novos modelos. “O BC se abriu para fazer com que a tecnologia entrasse de uma forma mais intensa dentro do sistema financeiro”, disse.
O diretor de regulação lembrou que esse posicionamento começou há muito tempo, com ações “pequenas, médias e grandes”. Uma medida que foi adotada ao longo do tempo foi a permissão para que contas fossem abertas em instituições financeiras de maneira remota, por exemplo. “O Brasil foi pioneiro no mundo em relação a isso”, relembrou.
Essa pequena mudança na regulação impulsionou o crescimento dos bancos digitais, que geralmente atuam sem agência física. “O efeito disso para a competição e concorrência foi enorme”, falou Damaso.
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Um dos resultados mais expressivos dessa agenda foi a criação do Pix. Damaso declarou que a tecnologia é, “sem dúvida, o sistema de pagamento instantâneo mais parrudo e eficiente do mundo”.
O diretor de regulação do BC mencionou que a autarquia presta consultoria para outros bancos centrais, sobretudo na América Latina, para auxiliar na implementação de modelos similares em outros países. “[O Pix] é o grande benchmark do pagamento instantâneo”. Em sua fala, ele afirmou também que o BC planeja desenvolver novas funcionalidades dentro da plataforma Pix.
Damaso também falou sobre o Open Finance, a integração que permite o compartilhamento de dados entre instituições financeiras, e ressaltou a segurança do modelo, já que todas as instituições participantes são reguladas e supervisionadas pelo BC.
O membro da direção autarquia disse que o Open Finance, assim como o Pix, é uma plataforma que o BC está consolidando, mas que será desenvolvida pelos agentes inovadores do mercado (instituições financeiras e fintechs). “Daqui a 10 anos vamos estar nesse mesmo evento falando sobre como não conseguimos viver sem o Open Finance”, conjeturou.
A fala do diretor também mencionou testes pilotos do Drex, a moeda digital brasileira, e o processo de tokenização para ativos que estão dentro e fora do sistema financeiro.
Segundo Damaso, o BC abriu as portas para conhecer o que os inovadores estão pensando sobre tokenização. Se a autarquia ver potencial transformador nas propostas, ela cooperará com o mercado, visando criar produtos e serviços financeiros que beneficiem a sociedade brasileira.
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