Vieses comportamentais e como eles afetam as decisões de investimento

Escape das armadilhas do cérebro: veja como reconhecer e evitar vieses comportamentais na tomada de decisões no mercado financeiro.
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PorEdnael Ferreira - 11/04/2023
Atualizado em 13/11/2023
5 min de leitura

A coceira no dedo para apertar os botões do homebroker, a curiosidade em investir na criptomoeda do momento e a preferência pela leitura de análises que confirmem suas próprias ideias não são situações aleatórias.

Essas circunstâncias têm explicações na área das finanças comportamentais, ramo que estuda como as decisões financeiras são influenciadas pelas emoções. Consequentemente, a área trata de temas que envolvem a neuroeconomia e os tipos de vieses cognitivos.

Ao detectar esses vieses, você evita cair em armadilhas do cérebro que podem prejudicar suas escolhas financeiras. Continue a leitura para entender o assunto.

Neuroeconomia: a ciência por trás das decisões financeiras 

Na neuroeconomia, imagens da atividade cerebral e testes bioquímicos são feitos antes, durante e depois das tomadas de decisões para entender as reações fisiológicas e níveis de substâncias de certas partes do cérebro durante as escolhas. 

Isso significa que, além do aspecto racional, a configuração neurobiológica também é levada em consideração. 

Um avanço significativo foi a descoberta de que o córtex frontal e os gânglios basais do cérebro estão envolvidos nos processos de tomada de decisão, por exemplo. O cérebro processa informações nessas áreas, que avaliam e transmitem resultados aos circuitos fronto-parietais. Esses, por sua vez, tomam a decisão final, acionando o sistema motor para executá-la.

Os pesquisadores de neuroeconomia exploram diversos aspectos relacionados a esse processo para investigar como os gatilhos psicológicos afetam o cérebro, bem como o funcionamento do órgão sob influência de substâncias químicas e condições particulares, como depressão, condições genéticas e lesões.

Entendendo os vieses comportamentais para ter vantagem estratégica

Compreender de forma mais aprofundada o comportamento humano na tomada de decisões, indo além da abordagem puramente racional, pode oferecer uma vantagem estratégica significativa. Isso porque a neuroeconomia fornece uma compreensão mais acurada do comportamento de risco e de consumo. Além disso, as pesquisas nessa área ajudam a desenvolver modelos mais precisos do processo decisório.

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Vieses comportamentais e como eles afetam os investimentos

Vieses comportamentais são padrões sistemáticos de desvios de raciocínio que afetam a tomada de decisão humana. Eles são uma forma de erro cognitivo que pode levar a conclusões imprecisas ou lapsos de impulsividade.

Esses vieses podem ser influenciados por fatores como emoções, crenças, valores e experiências pessoais.

Compreendê-los é importante para tomar decisões mais informadas e evitar erros de julgamento. Veja alguns dos principais exemplos que acometem os investidores:

Aversão à perda

Nesta situação, o investidor valoriza mais as perdas do que os ganhos, colocando a segurança em primeiro lugar e evitando investimentos que possam aumentar seus lucros. 

Ancoragem

Acontece quando o investidor atribui maior relevância a uma informação específica, conferindo-lhe maior peso em suas escolhas. Essa informação se torna um ponto de referência que orientará suas decisões. Isso significa que a primeira impressão terá maior influência sobre sua escolha, e outras comparações serão ancoradas a partir dela.

Excesso de confiança

Acreditar demasiadamente em si pode se tornar um grande problema na tomada de decisões. Geralmente, esse viés é mais comum em investidores que têm maior experiência e conhecimento. Em alguns casos, essa sensação de segurança leva a escolhas ruins de investimentos devido à imprecisão na hora de avaliar os riscos envolvidos na aplicação.

Confirmação

Trata-se da tendência de interpretar as informações de acordo com nossas próprias opiniões. Acabamos dando mais importância às informações que reforçam nossas crenças e ignoramos análises que discordam delas.

Familiaridade

Neste viés, o investidor tende a escolher opções que lhe são familiares e desconsidera as desconhecidas. Isso pode afetar a diversificação da carteira e reduzir seus ganhos. 

Fear Of Missing Out – FOMO (medo de ficar de fora, de estar perdendo algo)

Bastante semelhante ao comportamento de manada, trata-se do medo de perder uma oportunidade que aparentemente pode gerar muito lucro. Essa ação leva o investidor a agir emocionalmente e se desviar do processo normal de tomada de decisões.

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Medo do arrependimento

Aqui o investidor se apega a uma primeira ação e tende a não mudar com receio de que uma outra atitude seja pior do que seu primeiro movimento. Para exemplificar, podemos pensar em um investidor que fica emocionalmente apegado pelo preço pelo qual comprou uma ação quando se depara com a perspectiva de vendê-la e evita a venda como forma de fugir do possível arrependimento de ter realizado um mau investimento.

Falácia do jogador

É comum as pessoas acreditarem que um evento independente que ocorreu no passado deve influenciar a probabilidade de ocorrer no futuro.

Por exemplo, se uma moeda cai em coroa 10 vezes seguidas, qual seria o resultado provável do próximo lançamento? A resposta lógica seria que as chances de “cara ou coroa” são as mesmas. No entanto, na vida real, muitas vezes ignoramos a estatística e construímos falsas conexões entre eventos. Nos investimentos, certas decisões podem ser tomadas exclusivamente com base em performances anteriores. 

Vencendo o próprio cérebro para alcançar sucesso no mercado financeiro

Para evitar a influência dos vieses comportamentais, é imprescindível estar ciente dos riscos presentes nos investimentos escolhidos e criar estratégias de proteção. 

A análise e reflexão por trás das decisões devem ser feitas cuidadosamente. Ao perceber um viés comportamental, é importante reconhecê-lo e adotar medidas para reduzir seus efeitos. Identifique a causa do viés e seja crítico em suas avaliações, baseando-se em estudos antes de fazer suas escolhas.
Além disso, o uso das melhores ferramentas durante a análise pode reduzir as chances de cair nas armadilhas do cérebro.

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