Melhores ações novembro de 2022: altas e baixas

Mês de pós-eleição foi marcado por queda no varejo na Black Friday e valorização de mineradoras. Veja as piores e melhores ações de novembro de 2022.
Atualizado em 15/12/2022
8 min de leitura

Em novembro, o varejo continua passando por maus bocados. No mês de Black Friday não houve respiro e as principais varejistas da B3 foram penalizadas. Por outro lado, devido à valorização de commodities, as mineradoras performaram bem e lideraram as altas. 

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Melhores ações novembro 2022: maiores altas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação %
1VALE3Vale27,68%
2GGBR4Gerdau22,60%
3GOAU4Metalúrgica Gerdau21,69%
4CSNA3CSN18,24%
5BRAP4Bradespar17,87%

1 – Vale (VALE3) 

Fechando o mês com alta de 27,68%, a Vale (VALE3) liderou o ranking de melhores ações de novembro de 2022. O resultado vem como recuperação após a mineradora figurar entre as maiores quedas de outubro.

O minério de ferro chegou a subir 30% em novembro, recuperando parte da queda durante o ano. Segundo a companhia, a commodity compôs cerca de 79% de sua receita nos primeiros nove meses de 2022.

Outro fator que impulsionou os papéis foi a expectativa de flexibilizações da política de Covid-zero na China. Fora isso, a Vale anunciou esforços para redução de despesas internas e fechamento de um contrato de fornecimento de níquel para a GM o que deu maior segurança aos investidores.

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2 – Gerdau (GGBR4) 

A queda de 46% no lucro (R$ 3,02 bilhões) e receitas menores no 3TRI22 fizeram o mercado revisar projeções para Gerdau (GGBR4). Contudo, o balanço de menor volume não impediu que o papel subisse 22,60% em novembro. 

A produtora de aço afirmou que o faturamento foi reflexo da demanda resiliente de aços longos e planos no mercado interno brasileiro. O cenário macroeconômico é desafiador para o setor, mas a Gerdau conseguiu apresentar resultados que lhe deram destaque ante os concorrentes.

A alta do minério de aço e a demanda sólida vinda dos Estados Unidos (que anunciou um pacote de investimentos de infraestrutura) também fomentaram o crescimento da ação. Além disso, o anúncio de pagamento de R$ 3,5 bilhões de dividendos ainda neste ano também serviu de catalisador para o resultado. 

As ações da Gerdau oscilaram durante o mês, mas o bom desempenho inicial colocou a empresa no 2º lugar entre as altas.

3 – Metalúrgica Gerdau (GOAU4) 

Acompanhando o desempenho da Gerdau, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) valorizou 21,69%. A holding que controla a Gerdau e outras iniciativas do grupo registrou lucro líquido de R$ 3,03 bilhões no 3T22, queda de 45,5% na comparação anual. A queda em relação ao mesmo período de 2021 foi de 0,78%.

Os papéis da metalúrgica tiveram praticamente o desempenho da siderúrgica Gerdau.

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4 – CSN (CSNA3)

As ações da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (CSNA3) – valorizaram 18,24%. Além do cenário macroeconômico que favoreceu o setor, o acontecimento de maior destaque em novembro para companhia foi a mudança de controle da empresa. 

A Rio Purus e a CFL, detentoras das ações da Vicunha Aços (controladora da CSN) encerraram uma disputa judicial pelo controle da empresa. Foi desenhado um novo acordo onde a CFL sai da estrutura da Vicunha Aços. 

Outro impulsionador foi o anúncio de pagamento de dividendos em dezembro. Serão pagos R$ 1,56 bilhão em dividendos intermediários, o que equivale a R$ 1,17 por ação. 

5 – Bradespar (BRAP4) 

Na quinta posição do ranking de melhores ações de novembro de 2022 está a Bradespar (BRAP4) com alta de 17,87%. Mesmo fazendo parte do setor bancário, o desempenho da companhia está ligado à performance do setor metalúrgico que dominou a lista. A Bradespar detém 6% do capital da Vale, logo, o bom desempenho da mineradora a favorece. 

No mais, seu histórico de bom pagamento de dividendos também favoreceu o papel. Em novembro, a companhia pagou R$ 580 milhões em dividendos e JSCP.

Mesmo com uma queda brusca na metade do mês, a Bradespar terminou novembro entre as altas.

Piores ações novembro 2022: maiores baixas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação %
1HAPV3Hapvida-33,33%
2AMER3Americanas-32,05%
3COGN3Cogna Educação-31,91%
4VIIA3Via -30,35%
5POSI3Positivo-29,93%

Fonte: GorilaFLOW.

1 – Hapvida (HAPV3)

O principal destaque negativo de novembro foi a Hapvida (HAPV3), com baixa de 33,33%. O lucro do 3T22 foi de R$ 35,2 milhões, queda de 19,5% na comparação anual. Desde janeiro, o papel acumula desvalorização de 59%.

Analistas do Itaú BBA afirmam que a margem negativa foi afetada por um ajuste retroativo devido a aumentos salariais acima do esperado, além da difícil situação do setor de saúde no Brasil.

Após recente combinação de negócios com a NotreDame Intermédica, o mercado segue aguardando os resultados da integração. 

As ações da Hapvida lideraram as baixas, após lucro frustrante na comparação anual.

2 – Americanas (AMER3)

Em segundo lugar nas piores ações de novembro e liderando a queda das varejistas está a Americanas (AMER3). O tombo – em pleno mês de Black Friday – foi de 32,05%.

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Junto às outras líderes do setor, Via e Magalu, a Americanas apresentou dados fracos. Um estudo feito pela Confi Neotrust e Clearsale revelou um recuo anual de 34,2% no varejo online entre a quinta e a sexta de Black Friday.

As incertezas do cenário macroeconômico e o impacto disso na taxa de juros devem continuar penalizando o setor. 

Os papéis da AMER3 puxam as perdas do setor de varejo  

3 – Cogna (COGN3)

A Cogna (COGN3) representou a derrocada do setor educacional com seu desempenho de -31,91%. Analistas afirmam que a queda no setor educacional, da qual a Yduqs também é integrante em novembro, acontece por questionamentos sobre o modelo do Financiamento Estudantil (FIES).

Com a eleição de Lula eleito, o mercado acreditou que o governo eleito traçaria novas estratégias para o FIES. Entretanto, até agora não houve nenhuma sinalização do governo Lula sobre o setor. Nas gestões anteriores de Lula e de Dilma Rousseff, empresas como a Cogna foram amplamente beneficiadas com programas de inclusão universitária.  

Apesar do resultado da eleição ter animado, a COGN3 ficou com a medalha de bronze das baixas de novembro.

4 – Via (VIIA3)

Com queda de 30,35%, a Via (VIIA3) figura quarta posição no ranking de maiores baixas de novembro de 2022. As razões para o mau desempenho são as mesmas que explicam a queda de outras varejistas, como as Lojas Renner.

No início do mês o mercado se deparou com o risco fiscal com as projeções do novo governo para o teto de gastos. Esse risco fiscal impacta a curva de juros futuros, afetando, assim, as ações de crescimento. 

VIIA3 foi outra varejista que entrou no ranking das piores do mês

5 – Positivo (POSI3)

Penalizada pela taxa de juros, a Positivo (POSI3) fechou o mês com queda de -29,93%. Em balanço divulgado no começo de novembro, os resultados apontaram para uma redução de 6,6% no lucro do 3T22 quando comparado ao período homólogo.

A empresa explicou que o desempenho foi impactado pela maior despesa financeira no período devido ao maior nível de endividamento e ao elevamento da taxa de juros.

POSI3 também foi afetada pelos juros altos.

Contexto de novembro

Pós-eleição

O início de novembro foi marcado pelas reações ao resultado do segundo turno das eleições. Já na primeira semana do mês, caminhoneiros e manifestantes que rejeitavam a vitória de Lula (PT) fizeram bloqueios nas estradas, o que gerou um temor prévio no mercado sobre a possibilidade de desabastecimento.

Os investidores também receavam que o presidente Jair Bolsonaro não reconhecesse a derrota, o que poderia levar a uma crise institucional. O PL, partido do presidente, chegou a apresentar uma contestação ao resultado baseado em uma auditoria contratada pela legenda que questionava a transparência das urnas eletrônicas de modelo antigo. O pedido causou um choque momentâneo na bolsa brasileira, mas seus efeitos foram anulados, após a contestação ser duramente rejeitada pelo TSE.

Enquanto isso acontecia, o governo federal já havia iniciado o processo de transição com o novo governo. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, ficou encarregado de formar a equipe que coordenaria o processo. Os investidores ficaram atentos aos nomes que eram indicados tentando entender qual seria a linha de pensamento do próximo governo, principalmente na área econômica.

A formação de uma equipe mista composta por economistas de uma linha de pensamento mais ortodoxa e outros de uma linha mais heterodoxa elevou as incertezas do mercado quanto ao teor das medidas econômicas a serem adotadas no novo governo. 

PEC da Transição

Ainda no tema política, um assunto que movimentou quase que diariamente o mercado foi a PEC da Transição. O projeto, elaborado pelo governo eleito, visa assegurar um espaço no orçamento, além do teto de gastos, para as despesas com projetos sociais prometidos na campanha.

Os gastos que giram em torno de R$ 200 bilhões preocupa o mercado com relação aos impactos fiscais que isso geraria. O montante da despesa e a durabilidade também acabaram por se tornar uma dificuldade do novo governo para conseguir aprovação do Congresso Nacional.

O congresso reluta em bancar os gastos extra-tetos nos valores desejados pelo executivo eleito durante os 4 anos de mandato. Nas últimas semanas, projetos alternativos foram apresentados, aumentando a expectativa de desidratação da PEC. 

Política Monetária

As preocupações com o impacto fiscal da PEC da Transição ressoou sobre a curva de juros futuros que manteve tendência de alta por boa parte do mês. No entanto, mantendo a postura de outubro, a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% não trouxe nenhuma surpresa para o mercado.

O aumento de 75 bps nas taxas de juros americanas também veio em linha com as expectativas do mercado. Ainda assim, a política monetária do Federal Reserve movimentou as bolsas do mundo todo em novembro, com o receio dos investidores da durabilidade do aperto monetário, uma vez que a pressão inflacionária seguia alta.

O alívio veio no último dia do mês, com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizando que o fim do aumento dos juros está próximo e pode começar já em dezembro. Porém, Powell também reiterou que a inflação ainda está alta e o mercado de trabalho segue bastante aquecido, mostrando que um risco de pressão inflacionária ainda é real.

Ásia

As bolsas asiáticas seguiram penalizadas pela política de covid-zero adotada na China. O governo chinês intensificou as medidas de combate, o que retardou o tão esperado processo de reabertura econômica do país. 

A política, no entanto, foi alvo de protestos, principalmente após um incêndio na cidade chinesa de Urumqi deixar mortos e o trabalho do corpo de bombeiros ser prejudicado pelo lockdown severo. 

Apesar do revés, houve notícias positivas vindas da segunda maior economia do mundo. Como o anúncio da oferta de crédito barato para o setor imobiliário, houve alta do minério de ferro – que acumulou ganhos consecutivos na bolsa de Dalian.

Reino Unido

O mês de novembro ficou marcado nas terras britânicas pelo anúncio do pacote fiscal do novo primeiro-ministro, Rishi Sunak. O plano prevê aumento nos impostos para empresas de energia, ajuda para que a população possa arcar com os altos preços de eletricidade, além de um aperto fiscal de 55 bilhões de libras esterlinas. 

O mercado recebeu bem as novas medidas, que foram praticamente uma revogação do plano de corte de impostos não financiados, anunciado em outubro pela ex-primeira-ministra, Liz Truss, que renunciou no último mês, após 45 dias no cargo.

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