Melhores ações março 2022: altas e baixas

Pela 3ª vez consecutiva, o Ibovespa fecha o mês em alta e avança 6%. Veja as piores e melhores ações de março de 2022.
Atualizado em 25/07/2022
9 min de leitura

Quer saber quais foram as piores e melhores ações de março de 2022? Os conflitos entre Rússia e Ucrânia e o novo surto de covid-19 na Ásia não impediram que o Ibovespa saltasse 6% em março e consolidasse o melhor seu melhor trimestre desde 2020. Ainda, dentre os 91 ativos que compõem o índice, apenas 15 registraram quedas no mês.

Acompanhe o artigo e fique por dentro de tudo!

Melhores ações março 2022: maiores altas no Ibovespa

5 maiores altas de fevereiro de 2022

AltasAtivoEmpresaVariação (%)
1CVCB3CVC32,99%
2COGN3Cogna25,66%
3QUAL3Qualicorp 24,81%
4RRRP33R Petroleum23,2%
5JHSF3JHSF22,72%

Fonte: Broadcast

1 – CVC (CVCB3)

O topo da lista das melhores ações de março de 2022 foi a CVC (CVCB3), com alta de 32,99%. O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a reabertura do setor do turismo trouxeram otimismo para companhia.

Além disso, a CVC apresentou bons números nos últimos trimestres, o que a deixou mais atrativa para o investidor. Na divulgação de resultados do 4T21, a empresa reportou que, no ano em questão, o prejuízo havia recuado 60,3% e alcançado o primeiro Ebitda positivo desde 2019. 

No gráfico de rentabilidade extraído do Gorila, é possível ver que o pico na cotação da CVC aconteceu no final do mês.

2 – Cogna (COGN3)

Seguindo com os resultados animadores, os papéis da Cogna (COGN3) se valorizaram 25,66%. A empresa de educação detentora da Vasta e Kroton chamou atenção para si após a divulgação dos resultados do ano passado. Um dos principais números foram os 87,3% de prejuízo reduzido na comparação entre o último semestre de 2020 e 2021.

O papel da Cogna foi o segundo melhor entre as ações de março de 2022.

3 – Qualicorp (QUAL3)

Com alta de 24,81%, os papéis da Qualicorp (QUAL3) também se juntaram à lista de melhores ações de 2022. 

Nos resultados do 4T21, o lucro líquido caiu 25,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, a companhia surfou na onda de altas da bolsa. 

Apesar da queda no início do período, Qualicorp foi uma das melhores ações de março de 2022. 

4 – 3R Petroleum (RRRP3)

A petroleira 3R (RRRP3) teve alta de 23,2% em março. O principal catalisador da valorização foi o movimento de alta do petróleo – que ocorreu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia. 

Mesmo com o aumento do preço do petróleo, a 3R foi a única petroleira a se destacar neste mês. Alguns especialistas afirmam que a “proteção” da gestão privada favoreceu a companhia, enquanto outros dizem que a política de preços da Petrobras impactará o desempenho da empresa nas próximas semanas.

A 3R foi uma das melhores companhias de março de 2022. 

5 – JHSF (JHSF3)

Favorecida pelos resultados do ano passado, a JHSF (JHSF3), incorporadora voltada à altíssima renda, teve alta de 22,72%. A empresa reportou lucro líquido de R$ 254,6 milhões no 4T21, aumento de 33,4% em relação ao período homólogo. 

Dentre os próximos planos da companhia estão a construção de um clube de surfe no Morumbi e a construção de edifícios. Ambos os empreendimentos voltados para o público com alto poder aquisitivo.

A JHSF garantiu seu lugar ao sol no ranking após boa performance em março de 2022.

5 maiores baixas de março de 2022

BaixasAtivoEmpresaVariação %
1EMBR3Embraer -14,60%
2BRKM5Braskem -7,40%
3PRIO3PetroRio -7,36%
4FLRY3Fleury -6,45%
5AZUL4Azul-5,58%

Fonte: Broadcast

1 – Embraer (EMBR3)

Em primeiro lugar na lista dos ativos que mais se desvalorizaram no mês de março estão os papéis da fabricante multinacional de aviões, Embraer (EMBR3), que recuaram 14,60%. A companhia também integrou a lista de maiores baixas de janeiro, em um movimento de correção do mercado após ter entregado a maior valorização de 2021, com crescimento superior a 180%.

Parte das perdas da empresa está relacionada à disparada dos preços dos combustíveis como consequência direta da guerra entre Rússia e Ucrânia. A elevação do preço da commodity afeta em peso o setor de turismo aéreo e desacelera a demanda por novas aeronaves. A apreciação do câmbio brasileiro nesse início de ano foi outro fator que prejudicou o desempenho da exportadora esse mês, uma vez que suas receitas estão atreladas à moeda americana.

O principal tombo da companhia veio em sequência à divulgação dos resultados para o 4T21, no dia 10/03. Os ativos ordinários da Embraer fecharam o pregão com queda de mais de 14%, mesmo após a reversão do prejuízo apresentado no mesmo período de 2020. Muitos analistas entenderam os resultados como fracos e enfatizaram o descontentamento com o guidance dado pela empresa, bastante abaixo das expectativas. Os ativos da Embraer também foram os que mais se desvalorizaram no 1º trimestre, acumulando perdas de 39% no ano.

EMBR3 tombou 15% em 10/03 após divulgação do balanço de 2021.

2 – Braskem (BRKM5)

Em segundo lugar na lista de maiores baixas de março estão as ações da Braskem (BRKM5), que caíram 7,40%. A petroquímica também foi prejudicada pela valorização do preço do petróleo, que pressionou as margens da companhia, e pela espera do follow-on proposto para janeiro que ainda não ocorreu, permanecendo a pressão vendedora. 

Neste mês, a empresa também divulgou seu balanço para o 4º trimestre de 2021, com queda de 37% no lucro líquido na comparação anual, e anunciou a intenção de fragmentar sua divisão de biopolímeros e efetuar um IPO que capte US$ 500 milhões, enquanto o projeto é avaliado em US$ 2 bilhões.

Braskem enfrenta mês bastante volátil em meio às oscilações do petróleo

3 – PetroRio (PRIO3)

Apesar de diversas produtoras de petróleo terem se beneficiado da alta dos preços da commodity nesse último mês por conta dos conflitos do leste europeu, a PetroRio (PRIO3) não surfou nessa onda e encerrou março com queda de 7,36% em seus papéis. A alta volatilidade do petróleo, o baixo desempenho da Petrobras e as preocupações em relação a interferências políticas na estatal, que podem afetar o setor como um todo, não beneficiaram os ativos da petroleira.

Somado a isso, o novo surto de coronavírus na China, que acarretou a imposição de novas políticas de isolamento social com lockdowns ainda mais intensos no país, fez com que o preço da commodity recuasse ao final do mês devido à desaceleração da demanda chinesa, impactando diretamente as exportações do produto.

Os papéis da PetroRio apresentaram alta volatilidade no mês de março.

4 – Fleury (FLRY3)

As ações da prestadora de serviços médicos, Fleury (FLRY3), estamparam a quarta pior queda do mês no momento em que se discute a revisão do piso salarial nacional dos profissionais de enfermagem. Essa medida tem afetado o desempenho dos ativos ligados a serviços de saúde, uma vez que deve gerar maiores pressões sobre as margens do setor. Os papéis da Hapvida também recuaram em março (queda de 2,39%).

Ainda, a demonstração de resultados da Fleury veio aquém das expectativas do mercado, reportando queda de quase 50% no lucro líquido do quarto trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período de 2020. Apesar disso, a empresa registrou a geração de caixa operacional em montante recorde no ano passado, acima de R$ 1 bilhão.

FLRY3 chegou a cair 10% em março, mas apresentou leve recuperação ao final do mês.

5 – Azul (AZUL4)

Assim como os ativos da Embraer, as ações da companhia aérea brasileira Azul (AZUL4) também sofreram com a disparada no preço dos combustíveis, que afeta diretamente o setor de turismo aéreo, que não pode repassar todo o aumento de custos para o cliente final. No mês, os papéis da Azul cederam 5,58%, ocupando a quinta posição da lista de maiores baixas do mês.

AZUL4 despenca no começo do mês com disparada do preço do petróleo

Contexto de Março

Fique por dentro dos acontecimentos que levaram à formação do ranking das piores e melhores ações de março 2022:

Guerra

Os conflitos no leste europeu pautaram grande parte dos noticiários econômicos do último mês, com as fortes reações do mercado financeiro a cada desenrolar da guerra entre Rússia e Ucrânia. Como já sinalizado ao final de fevereiro, a cotação das commodities foram diretamente afetadas pela guerra, com os mercados internacionais temendo a interrupção do fornecimento de diversas matérias-primas.

As commodities energéticas e agrícolas foram as mais afetadas pelos confrontos, uma vez que a Rússia é grande produtor de petróleo, gás natural, trigo e cereais. Os consecutivos esforços de paz ainda não obtiveram nenhum resultado efetivo, apesar das últimas negociações terem apontado para uma direção mais otimista.

Leia também:
Rússia e Ucrânia: como a guerra afeta o preço das commodities

Petróleo

O preço dos petróleo apresentou alta volatilidade no mês, sendo a Rússia uma importante exportadora da commodity, principalmente para a Europa. No começo de março, o Barril BRENT, referência utilizada pela Petrobras, ultrapassou a cotação de US$ 140 à medida que os Estados Unidos e outros países europeus discutiam a imposição de sanções ao produto russo.

Com a aceleração da produção por países membros da OPEP e liberação de reservas especiais, o preço retornou aos patamares anteriores, mas seguiu oscilante. Ainda, a aceleração dos casos de Covid-19 na China e, consequentemente, a adoção de novas medidas de isolamento social suavizaram o choque positivo sobre os preços ao passo que o mercado se tornava receoso com a diminuição da demanda chinesa.

No Brasil, o reajuste na taxa dos combustíveis, os riscos de interferência política e a substituição do presidente da Petrobras também foram alvo de preocupações.

Política monetária

Durante o mês de março, as decisões de política monetária dos principais bancos centrais do mundo também impactaram a vida dos investidores. A aceleração do processo inflacionário, que já era identificado ao redor do mundo à medida que os riscos relacionados à pandemia se afastavam, foi intensificada pelos novos riscos trazidos pela guerra, com a possibilidade de rompimento de diversas cadeias produtivas e aceleração do preço das commodities.

Esse movimento obrigou as autoridades a anteciparem a retirada dos estímulos monetários adotados durantes os últimos dois anos ou intensificarem as medidas contracionistas que já vinha sendo empregadas.

Super-quarta

O dia 16/03 foi marcado, no Brasil, como “super-quarta”, quando houve a divulgação da decisão de política monetária tanto pelo Banco Central do Brasil quanto pelo Federal Reserve System dos EUA. No Brasil, a reunião foi definida pela desaceleração do ritmo de altas da taxa Selic, que passou de 10,75% a.a. para 11,75% a.a..

Em seu comunicado, o Comitê de Política Monetária entendeu como satisfatório o novo ritmo de aumento da taxa básica de juros da economia brasileira e antecipou uma nova alta da mesma magnitude para a decisão de maio, quando deve encerrar o ciclo de aperto monetário brasileiro. Lembrando que esse ciclo completou um ano esse mês e, no período, a taxa de juros saltou de 2% a.a. para quase 12% a.a., gerando um diferencial de juros bastante elevado com as demais economias emergentes e desenvolvidas do mundo.

Já a decisão do FED de março foi marcada pelo início do processo de contrição da política monetária norte-americana, com a primeira elevação da taxa de juros dos EUA desde 2018 e encerramento do processo de tapering iniciado em novembro do ano passado. Nessa última reunião, os membros do FOMC decidiram pela elevação da “fed funds rate” em 25 bps, para o intervalo de 0,25% a 0,50% ao ano.

As bolsas americanas têm enfrentado dificuldades recentemente ao passo que, nas últimas semanas, diversos dirigentes do FED se pronunciaram defendendo uma aceleração ainda maior da taxa de juros ao longo do ano. A essa altura, o mercado já precifica alta de 50 bps para a próxima decisão e a inversão recente da curva de juros, com os títulos de dois anos ultrapassando os títulos de dez anos, pode sinalizar uma recessão futura.

Ibovespa e Câmbio

Na contramão dos principais mercados globais, o Ibovespa não têm tido um desempenho tão negativo frente à guerra. A B3, empresa responsável pela gestão da bolsa de valores brasileira, estima que, em média, o Brasil recebeu a entrada de R$ 1,4 bilhão de capital estrangeiro por dia em março, totalizando R$ 26,4 bilhões até o dia 28 do mês.

O Brasil, como grande produtor de commodities, se viu favorecido pela alta recente dos preços, assim como pela saída de investidores da Rússia e da China, que têm buscado outras economias emergentes mais seguras para aplicar seu dinheiro. Apesar dos riscos domésticos ainda serem elevados, o grande potencial agrícola e o alto diferencial de juros animam os investidores que buscam diversificar suas aplicações.

Assim como o Ibovespa, o câmbio é extremamente beneficiado pela entrada de capital estrangeiro, que movimenta mais dólares para o país. No mês, o principal índice de mercado brasileiro avançou 6,06%, para 119.999 pontos, enquanto o dólar despencou 7,65% frente ao real, para R$ 4,76. No ano, o Ibovespa avança 16% e a moeda americana cai 16,3%.

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