Melhores ações de 2022: confira a análise do 1º semestre

O Gorila conversou com especialista para analisar o primeiro semestre deste ano na Bolsa. Descubra as melhores ações de 2022 aqui!
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Por*Luana Araujo - 14/07/2022
Atualizado em 03/01/2023
8 min de leitura

O primeiro semestre de 2022 acabou e é hora de analisar como foi esse período para a Bolsa. Para isso, convidamos uma especialista para discutir sobre o cenário atual e as melhores ações de 2022. 

Cleide Rodrigues, analista CNPI e consultora CVM, explicou com detalhes a situação da B3, bem como a das ações “queridinhas” da audiência e ainda acalmou o pessoal: “Não sofra, investidor!”.

Confira neste artigo tudo sobre o 1º semestre, digamos, turbulento da Bolsa de Valores!

Contextualizando…

Em 2022, com a queda do Ibovespa em 5,99% é difícil olhar para a Bolsa com tranquilidade, mas a especialista Cleide Rodrigues aconselha: “Não sofra, investidor!”. Para ela, tamanha turbulência se justifica pelo complexo momento mundial (político, social e econômico) em que estamos passando. Analisar a Bolsa de Valores a longo prazo pode ser uma boa estratégia para “acalmar o coração”.

Fato é que das 91 ações pertencentes ao índice Ibovespa, apenas 33 fecharam positivas no primeiro semestre de 2022. Há diversos motivos que justificam esse cenário: guerra entre Rússia e Ucrânia, alta do dólar, volatilidade das commodities, vai e vêm das medidas protetivas contra a pandemia. Mas 2022 não esteve tão negativo desde o início…

O primeiro trimestre deste ano foi animador, a Bolsa subiu muito com a entrada de investidores estrangeiros aplicando em commodities. No entanto, com o lockdown da China e a alta dos juros dos Estados Unidos, essa situação favorável não se sustentou. 

A Bolsa, assim como a economia como um todo, corresponde a fatores externos a ela, sendo assim, as altas e baixas são necessárias. A especialista afirma que “a melhor forma de se proteger [desse fenômeno] é comprar ações sempre”, estudando para tomar as melhores decisões e evitando se assustar com cenários não tão favoráveis como o de agora.

Para entender melhor, leia também:

Entenda a alta da taxa de juros no Brasil e no mundo

Rússia e Ucrânia: como a guerra afeta o preço das commodities

Alguns setores se deram bem! (outros nem tanto…)

Em momentos de crise é comum que os investidores saiam de empresas de crescimento para empresas já consolidadas, segundo Cleide. Tendo isso em vista, é fácil visualizar os setores que foram favorecidos e os que foram prejudicados no primeiro semestre de 2022.

Dentre os destaques positivos temos os bancos, as seguradoras, as companhias ligadas à energia elétrica e à commodities. Esses setores não se destacam apenas na Bolsa Brasileira, pois o movimento de sair do arriscado e inovador para o mais seguro e “clássico” é mundial. 

Por outro lado, três setores se destacam como negativos: varejo, construção civil e tecnologia. Isso se justifica por uma relação lógica, afinal, com a alta de juros, o consumo diminui, as despesas aumentam e os empréstimos se tornam mais caros e difíceis.

Melhores ações 2022: maiores altas do 1º semestre no Ibovespa

AltasTickerEmpresaVariação
1CIEL3Cielo65,49%
2ELET6Eletrobras PNB46,85%
3ELET3Eletrobras ON40,27%
4HYPE3Hypera35,46%
5BBSE3BB Seguridade29,51%

Fonte: GorilaFLOW

Dados referentes ao 1º semestre de 2022

1 – Cielo (CIEL3) 

Em primeiro lugar, temos a Cielo (CIEL3), empresa brasileira de serviços financeiros. Com alta de 65,49%, a posição da instituição reafirma que o setor econômico teve destaque positivo nos últimos 6 meses.

Os analistas do JPMorgan estimaram melhores lucros para Cielo nos próximos meses, bem como aumentaram o preço-alvo dos papéis da companhia. Os bons resultados no primeiro trimestre do ano, estimularam o crescimento exponencial e permitem otimismo para os próximos meses.

O ticker CIEL3 não começou o ano tão bem, mas, a partir de março apresentou altas e, mesmo com uma forte queda em meados de maio, se recuperou bem.

2 – Eletrobras (ELET6)

A segunda colocada entre as melhores ações de 2022 é a famosa Eletrobras (ELET6), empresa do ramo de energia elétrica, cujos papéis preferenciais cresceram 46,85% nos últimos seis meses. 

O motivo para sua ascensão pode ser dividido em duas fases: a primeira diz respeito ao movimento mundial de investimento em setores mais tradicionais; e, a segunda, à privatização da instituição, que aconteceu em junho de 2022.

A Eletrobras vem apresentando altas desde o primeiro trimestre, no entanto, se destacou em junho dada a privatização da empresa.

3 – Eletrobras (ELET3)

A Eletrobras ocupa, também, o terceiro lugar dessa lista. No entanto, enquanto os papéis preferenciais (ELET6) subiram 46,85%, os ordinários (ELET3) subiram um pouco menos, 40,27% (papéis ordinários). 

A empresa recém-privatizada domina cerca de um terço da energia elétrica do Brasil, sendo considerada a maior do setor em toda a América Latina. 

Os tickers ELET3 e ELET6 tiveram desempenho muito semelhante: um início de ano mais devagar com mais destaque para meados de junho.

4 – Hypera Pharma (HYPE3)

O ramo farmacêutico também apareceu entre as 5 ações que mais cresceram neste semestre. A Hypera Pharma, a maior instituição brasileira nesse ramo, cresceu 35.46% entre janeiro e junho de 2022.

A empresa é responsável pelo comércio e distribuição de diversos medicamentos conhecidos entre os cidadãos brasileiros: Engov, Estomazil, Neosaldina, Zero Cal, Doril. 

A Hypera Pharma vem com sequentes subidas, com destaque e melhor desempenho a partir de março de 2022.

5 – BB Seguridade (BBSE3)

A quinta posição das melhores ações de 2022 ficou com o “braço” do Banco do Brasil que atua no ramo de seguros (BBSE3). A empresa, também do setor financeiro, subiu 29.51% no último semestre.

As expectativas do BTG Pactual mostram que há possibilidade de mais crescimento nos próximos meses.  Os resultados surpreendentes somados à alta da taxa Selic são alguns dos motivos para essa crença.

O Banco do Brasil Seguridade teve um primeiro trimestre de crescimento e um segundo trimestre de certa solidez de bons resultados.

Melhores ações 2022: maiores baixas do 1º semestre no Ibovespa

BaixasTickerEmpresaVariação
1MGLU3Magazine Luiza67,45%
2CASH3Méliuz SA66,67%
3VIIA3Via63,24%
4LWSA3Locaweb57,22%
5AMER3Americanas 56,54%

Fonte: GorilaFLOW

Dados referentes ao 1º semestre de 2022

1 – Magazine Luiza (MGLU3) 

A líder das baixas na bolsa não é novidade para os investidores mais atualizados. A Magazine Luiza é uma rede varejista brasileira que vem encontrando desafios nos últimos tempos. 

Com a baixa de 67,45% da empresa, é possível notar que mesmo uma gigante do mercado pode sofrer com as altas de juros e inflação. A característica cíclica das empresas de varejo pede atenção e paciência dos acionistas.

O primeiro trimestre da Magalu foi marcado por baixas de até 30%, mas a partir de meados de abril as quedas passaram a ser frequentes e alcançaram a casa dos 60%.

2 – Méliuz (CASH3) 

A empresa de tecnologia, que atua no segmento de programas e serviços, se apresentou como a segunda ação que mais caiu em 2022 (até agora!). A queda foi considerável: 66,67%.

No entanto, é importante ter calma visto que é esperado que as startups de tecnologia estejam em um momento de pior desempenho, dado que a maioria dos investidores estão “fugindo” delas.

O ticker CASH3 se manteve negativo em todo o primeiro semestre de 2022, piorando entre maio e junho.

3 – Via (VIIA3)

Mais uma varejista se encontra na lista das ações que mais derreteram entre janeiro e junho de 2022. A Via Varejo (VIIA3) é responsável pelas redes de lojas físicas e virtuais Casas Bahia e Ponto, além de outras fortes instituições do ramo de móveis e e-commerce.

Assim como suas companheiras de setor, a Via sofreu no contexto atual e teve queda de 63,24%. Os juros altos afetam diretamente o poder de compra da população e, consequentemente, o faturamento. 

A empresa Via esteve no campo negativo nos últimos seis meses, a piora foi acentuada no segundo trimestre do ano.

4 – Locaweb (LWSA3) 

A Locaweb (LWSA3) é responsável por hospedar sites e é considerada líder do ramo no Brasil e na América Latina. No entanto, a boa reputação não foi suficiente para conter a queda.

Com baixa de 57,22%, mais uma instituição tecnológica se faz presente entre os piores desempenhos do semestre. A justificativa se repete, empresas de crescimento são menos interessantes à maioria dos acionistas em momento de altas taxas e juros.

O cenário para a Locaweb não foi favorável desde o primeiro mês do ano, se intensificando no segundo semestre.

5 – Americanas (AMER3)

A última do top 5 de ações que mais caíram reúne dois dos setores mais prejudicados no atual momento: o varejista e o tecnológico. A fusão entre Americanas.com, Submarino.com e Shoptime não se deu bem nos primeiros seis meses de 2022.

Desde meados de abril, a empresa apresentou quedas subsequentes e fechou o semestre com rentabilidade de -56,54%. A expectativa de melhoria depende, diretamente, da suavização dos juros.

A Americanas apresentou algumas altas interessantes entre janeiro e março, mas a partir de abril seu desempenho caiu consideravelmente.

MGLU3, RAIZ4 e MRFG3: as escolhidas da nossa audiência

Antes da conversa com a especialista, pedimos para os seguidores do Gorila nas redes sociais enviarem as ações que gostariam de ver analisadas (nos acompanhe: Instagram, Facebook, Twitter, LinkedIn e Telegram).

A Magazine Luiza (MGLU3) foi a mais votada. A empresa de varejo é multifacetada e, segundo Cleide Rodrigues, “está à frente da digitalização do varejo brasileiro”. Apesar de ser promissora, Magalu é uma empresa cíclica. Ou seja, sofre com a alteração de juros e, consequentemente, é volátil. Isso explica o mau momento da companhia (queda de 67,45%): juros altos, muitas despesas, aumento do preço dos produtos e pequena margem de lucro.

Já a Raízen (RAIZ4) foi a segunda mais votada. 80% da receita da empresa vem da distribuição de combustível, uma área que tem muita concorrência. Então, mesmo que a empresa cresça muito, ela continua com uma margem “apertada”, que, somada ao contexto de crise, justifica esse momento não tão positivo, caindo 28,55% neste primeiro semestre. 

Por fim, Marfrig (MRFG3) ocupou o terceiro lugar da nossa pesquisa. A companhia é a segunda maior produtora de carne bovina e a maior produtora de hambúrguer do mundo. O fluxo de caixa operacional em 2021 chegou a R$ 9 bi. No entanto, o mercado de carnes tem o histórico de endividamento, segundo Cleide, cenário que só começou a mudar em 2018. Ou seja, o recente histórico de mais lucros que dívidas, pode ter influenciado na baixa de 43,52% do ticker.

O que podemos concluir?

Cleide enfatiza que “devemos esperar mais emoção para o segundo semestre”. Devido às eleições no Brasil e ao possível aumento das taxas de juros, é muito provável que venha mais volatilidade por aí. 

No entanto, a especialista aconselha, mais uma vez, que os investidores devem continuar comprando ações, sempre com consciência, embasamento e – se possível – aconselhamento de um profissional. 

O conselho final é válido para todo tipo de investidor: “É importante ter paciência e tempo para ter resultado!”.

Quer assistir à análise completa da especialista Cleide Rodrigues? Confira a live!

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca

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