FEBRABAN TECH 2023: IA generativa, hiperpersonalização e Open Finance

Leia os principais insights destacados por especialistas que passaram pelo evento.
Foto de perfil do autor
PorEdnael Ferreira - 03/07/2023
Atualizado em 13/11/2023
5 min de leitura

Nos dias 27, 28 e 29 de junho, os mercados de finanças e de tecnologia voltaram os olhos para a Febraban Tech 2023, o maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro na América Latina. Com uma extensa programação que incluiu palestras, apresentações, workshops e experiências, os participantes foram imersos em um mar de conhecimento e possibilidades.

No meio de tanto conteúdo de qualidade, três temas se destacam nas discussões: Inteligência Artificial (IA) Generativa, a Hiperpersonalização e Experiência do Cliente e o Open Finance.

Confira os principais insights e perspectivas sobre os temas compartilhados por especialistas renomados.

A era da IA generativa: nova dinâmica de trabalho e de aprendizado

O painel “CIOs dos bancos: a tecnologia no centro dos negócios” reuniu os diretores de tecnologia da informação das seis principais instituições financeiras do Brasil (BTG Pactual, Caixa, Bradesco, Santander e Itaú) para discutir o uso da IA generativa e o avanço do Open Finance. 

Os profissionais afirmaram que tecnologias como o Chat GPT irão alterar a dinâmica de trabalho e equipes pequenas serão capazes de desenvolver grandes projetos. Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, avaliou que uma forte mudança acontecerá já que estamos acostumados a automatizar o trabalho manual e, com a inserção da IA generativa, veremos trabalhos criativos sendo automatizados também. 

Também foi discutido que é esperado que a IA generativa desafie a estrutura dos bancos, ainda que por hora não seja possível ter noção do tamanho da transformação que está por vir.

Essa nova dinâmica está transformando o perfil dos profissionais de TI. Os palestrantes ressaltaram a importância de soft skills como a capacidade de aprendizado, empatia para entender os clientes e liderança nessa nova era.

Em conformidade com esse pensamento, no painel “Web3, metaverso, IA generativa e o futuro da realidade sintética”, o palestrante Ian Beacraft, fundador e futurista-chefe da Signal and Cipher, disse que as empresas passarão a contratar profissionais pelo valor que eles integrarão à instituição, não mais por suas habilidades técnicas.

O estudioso defendeu que estamos entrando na “era das habilidades em tempo real”. Para o especialista, no futuro as empresas devem ser ocupadas pelo o que ele chama de generalistas criativos que integrarão inteligência artificial aos conhecimentos que já possuem.

Beacraft acredita que não serão mais necessárias grandes especializações e anos de estudo sobre um único tema ou desenvolvendo uma única habilidade. Esses generalistas criativos usariam a IA para integrar conhecimentos em áreas nas quais eles não possuem habilidades. “Durante a Revolução Industrial, mecanizamos a mão de obra. Agora, estamos digitalizando habilidades com a IA generativa”, comparou. 

Apesar disso, Beacraft pontuou que o avanço da IA generativa não irá resultar na perda de empregos. O especialista prevê que mais pessoas serão contratadas para oferecer produtos e serviços que ainda não imaginamos. 

Para finalizar, o futurista ainda anteviu uma mudança na estrutura educacional, onde os modelos tradicionais de memorização serão substituídos por outros que estimulem o pensamento crítico para que as próximas gerações façam “as perguntas corretas”

Experiências únicas através da hiperpersonalização

O painel “Varejo do futuro (e do presente) é conectado, autônomo e integrado ao mundo financeiro” explorou o potencial da tecnologia para usar dados para conhecê-los e oferecer experiências únicas. No setor bancário, o Inter e o Banco do Brasil usam IA para levar experiências hiperpersonalizadas para seus clientes. 

Larissa Novais, diretora de Clientes Varejo MPE e PF do Banco do Brasil, disse que na instituição está sendo uma estrutura que visa oferecer um banco único para cada um dos seus 82 milhões de correntistas. Novais argumentou que a experiência personalizada aumentou o engajamento em 60% da base de clientes do BB. “Nada disso é serviço bancário. Vai além, traz valor para a marca e para o relacionamento com o cliente”, salientou. 

Já o Inter usa sua estrutura unificada de superapp para conhecer melhor o comportamento e momento de vida de seus usuários. 

Nessa mesma linha de raciocínio, Tiffany Bigio, Diretora de Operações e Tecnologia para o Brasil no Citi, no painel “Hiperpersonalização, onboarding digital e a fidelização do cliente”, destacou que os times de desenvolvimento precisam ter percepção do usuário e saber que é ele que está no centro do negócio. 

Nesse segundo painel, os participantes enfatizaram que entre alguns dos obstáculos da hiperpersonalização estão as conversas digitais em excesso, que podem causar experiências desagradáveis e problemas de segurança. Ainda assim, segundo Daniel Santiago, Head de UX do BTG Pactual, “o maior risco é não fazer [a hiperpersonalização] e perder a oportunidade de aprender com o cliente”.

Os desafios e frutos do Open Finance

Na Febraban Tech 2023, as lideranças de tecnologia dos principais bancos do país (no painel “CIOs dos bancos: a tecnologia no centro dos negócios”) afirmaram que ainda existem diversos desafios a serem enfrentados durante o avanço do Open Finance. Além da ordem técnica, a maioria dos clientes das instituições não vê valor do serviço no cotidiano.

Entretanto, o resultado obtido com a pequena parcela aderente é promissor. No Banco do Brasil, mais de 2 milhões de pessoas compartilharam os dados e essas informações permitiram um aumento de R$ 1 bilhão de limite de crédito, exemplificou Larissa Novais. 

Ainda, fora do setor bancário, o Open Finance também tem permitido que empresas como a Natura tenham a oportunidade de dar início às suas incursões no campo financeiro. Paula Andrade, vice-presidente de Varejo da Natura&Co América Latina, comemorou que, graças a essa tecnologia, a empresa consegue entregar ofertas de crédito com longos prazos para apoiar os empreendimentos das consultoras. 

Leia também:
Febraban Tech 2022: 5 tendências para o setor financeiro
Com o Open Finance, demanda por serviço de controle de investimentos vai crescer

Gorila na Febraban Tech 2023

O Gorila não poderia deixar de marcar presença na edição de 2023 da Febraban. Além do nosso stand no evento, nosso CEO, Guilherme Assis, participou de um debate rico sobre a simplificação de acesso ao câmbio no Brasil no painel “A expansão e a democratização dos produtos em moeda estrangeira”, ao lado de outros profissionais renomados do mercado. 

Fala de Guilherme Assis, CEO do Gorila, na Arena Fintech na Febrabran 2023.


Confira aqui os destaques da discussão.

Aproveite também para seguir o Gorila nas mídias sociais para ficar por dentro de outras novidades: Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn e Telegram.

Compartilhe

Vá direto ao assunto

Inscreva-se na nossa newsletter e receba nossa curadoria com as últimas notícias, inovações e tendências que estão moldando o mercado de investimentos no Brasil.
Ao enviar o formulário, você declara que conhece os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade.

Compartilhe

Vá direto ao assunto

Inscreva-se na nossa newsletter e receba nossa curadoria com as últimas notícias, inovações e tendências que estão moldando o mercado de investimentos no Brasil.
Ao enviar o formulário, você declara que conhece os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade.