Como funciona o desdobramento de ações
Atualizado 15/12/2021
Também conhecido como split, o desdobramento de ações é divisão que a empresa faz de cada um de seus papéis quando o preço deles começa a ficar muito alto. A intenção é dar maior facilidade nas compras de investidores de todos os tamanhos.
Quando o conselho de administração da empresa aprova o desdobramento de ações, o valor dela no mercado será dividido proporcionalmente. Quer um exemplo? Se uma ação está valendo R$ 100, ela pode sofrer um desdobramento e ser divida em, por exemplo, 10 partes iguais. Dessa forma, o valor de cada um desses papéis passaria a ser de R$ 10.
Vale dizer que esse processo altera apenas o número de ações à venda e o preço unitário delas, mas o valor de tudo reunido, que é o valor de mercado da companhia, não muda. Outro ponto é que o valor que um investidor aplicou nessas ações também não sofre alteração. Ele terá o mesmo volume em reais, porém com uma quantidade maior de ações.
Vantagens e desvantagens do desdobramento de ações
Várias empresas acabam se valorizando muito no mercado e se tornam inviáveis para que investidores de pequeno porte possam negociá-las. Por essa razão, de tempos em tempos algumas empresas decidem fazer um desdobramento em suas ações.
Se uma ação vale R$ 200, ao comprar um lote a pessoa precisa desembolsar R$ 20 mil. Já se há essa divisão das ações e passa a valer R$ 20, seria preciso apenas R$ 2000 para adquirir o mesmo lote.
Dessa forma, uma das principais motivações das companhias que recorrem ao desdobramento de ações é trazer mais investidores e liquidez ao mercado.
Por outro lado, apesar da liquidez geralmente ser algo positivo, com ações mais baratas a empresa pode atrair investidores com perfil mais especulador que busquem grande volatilidade no preço dos ativos.
Exemplos de desdobramentos
Você se lembra ou já teve split de suas ações? Vamos recordar alguns desdobramentos recentes de algumas empresas negociadas na B3.
CEB
A CEB anunciou, em 14 de outubro, o desdobramento de suas ações ordinárias e preferenciais (CEBR3, CEBR5, CEBR6) na conversão de 1 para 5. Os papéis passaram a ser negociados ex-desdobramento a partir do dia 18 de outubro, sem prejuízo ao capital social da empresa.
No mesmo dia em que a Companhia anunciou o desdobramento, foi comunicado o pagamento de proventos na grandeza de R$ 869,2 milhões, divididos entre dividendos (R$ 835,8 milhões) e JCP (R$ 33,3 milhões).
Inepar
Em 27 de julho, a Inepar (INEP4; INEP3), que atua nas áreas de construção de equipamentos de energia e telecomunicações, realizou o desdobramento de seus papéis na proporção de 1 para 20.
Méliuz
Em 23 de agosto, foi aprovado o desdobramento das ações da Méliuz (CASH3) na razão de 1 para 6. A medida entrou em vigor em 9 de setembro e as ações foram creditadas aos acionistas até o dia 13 do mesmo mês. A companhia ainda informou que não houve sobras decorrentes do fracionamento das ações e o capital social não foi alterado.
Em novembro do ano passado a companhia fez seu IPO e levantou mais de R$ 629 milhões. Já em julho deste ano, a empresa de cashback voltou à bolsa com um follow on que captou R$ 1,16 bilhão.
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Além disso, visando expandir seu ecossistema financeiro, a Méliuz anunciou que no início de 2022 irá abrir seu próprio banco digital.
Assaí
O ano de 2021 foi de forte expansão para a Assaí, com diversos eventos marcantes, como a entrada tanto na B3 quanto na Nyse, compra de várias unidades da rede de hipermercados Extra, entrada no e-commerce e a aquisição de sua 200ª loja.
Em meio a esses acontecimentos, os acionistas da Assaí (ASAI3), uma das maiores redes atacadistas do país, aprovaram o desdobramento dos papéis da companhia, que passaram a ser negociados, na proporção de 1 para 5, no dia 12 de agosto. O capital social da empresa não foi impactado.
Banco BTG
No dia 30 de junho, o Banco BTG (BPAC11) realizou o desdobramento de ações na proporção de 1 para 4. A medida foi aprovada em abril e não houve alteração no capital social da empresa.
Cosan
O grupo Cosan (CSAN3) aprovou em maio a mudança proporcional de 4 ações ordinárias para cada 1 ação da mesma espécie.
O grupo é dono da Raízen (RAIZ4), da Rumo Logística (RAIL3) e da Comgás (CGAS5). Com esse portfólio, a empresa atua possui negócios nas áreas de açúcar, álcool, energia, lubrificantes e logística.
Banco Inter
Também em maio o Banco Inter (BIDI11) desdobrou suas ações na ordem de 1 para 3. Essa mudança valeu também para as units do banco.
Eneva
A maior companhia privada de geração e soluções de energia e gás natural do Brasil, Eneva (ENEV3), aprovou o desdobramento de suas ações de 1 para 4, em 11 de março.
Neste ano, a Eneva avalia se participará dos leilões de energia que vão acontecer no segundo semestre. Além disso, também pretende assumir compromissos sociais, ambientais e de governança, conhecidos como ESG.
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Copel
Ainda no ramo de energia, a Companhia Paranaense de Energia, COPEL (CPLE3, CPLE5, CPLE6), aprovou em 11 de março o desdobramento das ações na proporção de 1 para 10.
O cenário é otimista para empresa que lucrou R$ 1,1 bilhão no quarto semestre do ano passado e em março desse ano distribuiu R$ 1,5 bilhão em dividendos, com o objetivo de diminuir seu endividamento.
Ânima
A Ânima Educação (ANIM3) aprovou em fevereiro o desdobramento das ações na razão de 1 para 3, fazendo com que o valor de R$ 45 por papel passasse a ser R$ 15.
A empresa adquiriu em maio os ativos da norte-americana Laureate. A aquisição expandiu sua presença para mercados que correspondem a cerca de 75% do total de matrículas do ensino superior privado brasileiro.
Weg
O conselho de administração da Weg (WEGE3) aprovou em 27 de abril a proposta de desdobramento das ações representativas do seu capital social. Com a medida, cada ação ordinária passou a representar duas.
Vale ressaltar que a companhia está no ranking das empresas com melhor reputação do país e seu atual presidente, Harry Schmelzer Jr., figura entre os 100 maiores líderes empresariais do Brasil, segundo a lista da Exame.
Locaweb
Após convocação de assembleia para desdobramento de suas ações na proporção de 1 para 4, a Locaweb fechou o pregão do dia 11 de janeiro em alta de 11,51%. A aprovação do desdobramento da empresa brasileira de hospedagem de sites aconteceu em 26 de janeiro.
Copasa
Em novembro de 2020, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa, CSMG3), aprovou o desdobramento de seus papéis na proporção de 1 para 3. Na época, a empresa também aprovou a emissão de até R$ 500 milhões em debêntures não conversíveis em ações.
Hapvida
O grupo Hapvida (HAPV3), maior operador de planos de saúde no Norte e Nordeste e terceiro maior no país, realizou o desdobramento das suas ações em novembro de 2020. Os acionistas que possuíam uma ação, ganharam mais quatro, ou seja, a proporção foi de 1 ação para 5.
Em 24 de novembro de 2020, o papel fechou o pregão negociado a R$ 71,92. Após o split, o valor foi de R$ 14,38 por ação.
Magazine Luiza
Queridinha dos investidores, a Magazine Luiza teve uma alta tão exponencial que já está no terceiro desdobramento. Em outubro de 2020, cada papel foi desmembrado em quatro partes.
Em julho de 2019, a empresa havia feito o mesmo processo quando os papéis haviam ultrapassado o patamar dos R$ 260. Na época, a proporção foi de um para oito, fechando em cerca de R$ 32 por cada ação.
Já o primeiro desdobramento foi feito em 4 de setembro de 2017, quando o papel estava valendo R$ 621,79, e foi dividido em oito partes.
Nesses três anos o papel subiu mais de 700% e se um investidor tivesse uma ação de R$ 621,79 da Magazine Luiza naquela data atualmente ele teria cerca de R$ 5.500. Nada mal, hein?
Uma curiosidade é que as ações da MGLU3 começaram a ser negociadas na bolsa de valores em 2011, a R$ 16. Porém, elas seguiram em rota de queda até 2015, quando já tinham despencado a menos de R$ 2. A empresa então realizou uma operação de agrupamento de ações, ou seja, juntou várias em uma só para dar uma aumentada no preço.
Isso aconteceu em setembro de 2015 quando a empresa agrupou 8 de suas ações, que estavam sendo negociadas a R$ 1,80, em uma só de R$ 14,40. Depois disso, Magalu seguiu caminho de alta.
Raia Drogasil
Os acionistas da Raia Drogasil (RD) aprovaram, em setembro de 2020, o desdobramento das ações ordinárias (RADL3) na proporção de cinco novas unidades para cada papel da mesma espécie.
O objetivo da operação é aumentar a liquidez das ações da companhia no mercado e possibilitar um ajuste na cotação dos papéis para deixá-los mais atrativo e acessível a um maior número de investidores. Após a divisão,em 24/09/2020, a ação foi negociada a R$ 23,37.
Totvs
Em abril de 2020, a Totvs (TOTS3) aprovou o desdobramento de papéis. A proporção é de uma ação para três, sem alteração no valor do capital social. Segundo a empresa, o número de ações ordinárias em que se divide o capital da companhia passou de 192.637.727 para 577.913.181. Em maio do ano passado, a ação passou a ser negociada a R$ 20 no pregão.
Banco Inter
Em junho de 2019, o Banco Inter aprovou o desdobramento das suas ações ordinárias e preferenciais, sem alteração no valor do capital social atual. Cada ação foi desdobrada em seis ativos da mesma espécie.
Além disso, na época o Inter também aprovou o programa de Units, que é um conjunto de ações que podem ser de diferentes classes. Ela é formada por uma ação ordinária (BIDI3) e duas ações preferenciais (BIDI4). Os acionistas então escolheram se queriam aderir ou não à conversão. As units geralmente são papéis mais líquidos, o que significa mais fáceis de negociar.
Localiza
Os acionistas da Localiza (RENT3) tiveram, em 2017, o desdobramento de ações pela razão de 1 para 3. Recentemente, Localiza e Unidas (UNID3) assinam Acordo de Incorporação de Ações. Segundo as empresas, a relação de troca será ajustada por eventuais desdobramentos, grupamentos e bonificações em ações das companhias.
Vamos aguardar. Lembrando que no Gorila você acompanha todos esses eventos da carteira.
Lojas Renner
Visando aumentar a liquidez e facilitar acesso ao pequeno investidor, em 2015, a Renner (LREN3) fez o desdobramento de suas ações ordinárias da proporção de 1 para 5. Na ocasião, os papéis beiravam os R$ 100. Em 24 de setembro, o papel fechou negociado a R$ 40,23.
Gol
Também em 2015, a Gol (GOL4) realizou desdobramento de ações ordinárias na proporção de 35 novos papéis para cada um da mesma espécie emitido pela empresa. O setor aéreo ainda sofre com a baixa demanda por conta da pandemia do coronavírus e o papel estava cotado a R$ 17,94 em 24 de setembro.
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