Cisão entre Itaú e XP: entenda o que acontece na sua carteira
Na última sexta-feira, dia 1º de outubro, o Itaú Unibanco e a XP Investimentos votaram em assembleia a cisão das empresas. Com a separação, cerca de 500 mil acionistas do Itaú terão direito a BDRs da XP, que estarão na B3 nesta segunda-feira, dia 4.
O valor do BDR será o mesmo do fechamento do pregão de sexta na Nasdaq, cotado a US$ 42,07. A relação de troca será de pouco mais de 43,3 ações do Itaú por um BDR da XP.
Continue no artigo para entender o que isso significa e o que acontece na sua carteira de investimentos.
Entendendo a cisão entre Itaú e XP
Primeiro vamos contextualizar um pouco o cenário para que você possa entender essa cisão e quais os impactos nas ações do Itaú, Itaúsa e XP.
Tudo começou em 2017, quando o Itaú comprou uma participação relevante de 49,9% do capital social da corretora XP por cerca de R$ 6 bilhões. Na época, a XP valia R$ 12 bilhões. Já, hoje, o valor de mercado da corretora é de mais de R$ 140 bilhões.
A intenção inicial do Itaú era de adquirir o controle da XP Investimentos em três etapas.
A primeira delas foi essa compra de 49,9% do capital social da corretora. Depois, em 2020, o banco também adquiriu 12,5% da XP. A última etapa aconteceria em 2022 com a aquisição de mais 12,5% da corretora. Porém, o Banco Central proibiu a compra do controle da corretora pelo Itaú.
Nesse meio tempo, a participação de 49,9% foi diluída para 46,05% após o IPO da XP em 2019. Além disso, em dezembro de 2020, o Itaú vendeu uma fatia de 5%. Hoje a participação atual do banco é de 41,05% na corretora.
Dessa forma, essa fatia restante de 41,05% foi incorporada na XPart; assim, os atuais acionistas do Itaú vão receber os ativos dessa empresa de forma proporcional às suas participações no banco.
O anúncio da decisão de separar as empresas foi feito pelo Itaú, em novembro de 2020, alegando uma decisão estratégica para o banco.
Vale dizer que, em novembro de 2019, a XP realizou sua oferta inicial de ações (IPO) na bolsa de valores dos Estados Unidos. A ação foi precificada em US$ 27,00, equivalente a um valor de mercado (número de ações emitidas multiplicado pela cotação) de US$ 14,89 bilhões.
XPart
Para que houvesse essa cisão, criou-se uma holding denominada XPart. Ela é uma companhia de participações resultante da reorganização societária envolvendo o Itaú Unibanco e a XP Inc. e tem como principal ativo a participação de 41,05% no capital da XP Inc.
Esse movimento de criar uma companhia independente a partir de uma empresa já existente na bolsa é conhecido como spin-off.
O último passo para a finalização dessa operação é a incorporação da XPart pela XP. Sendo que a proporção de troca na fusão será de 1 ação da XP para cada 43,3128323 ações da XPart.
Distribuição de ações
O processo de cisão entre as duas empresas aconteceu em 1º de outubro. Dessa forma, o investidor que tem ações do Itaú até a data de corte, seja ITUB3 e ITUB4, vai receber BDRs — que são certificados que representam as ações da empresa na bolsa norte-americana.
Após o encerramento do pregão do dia 1/10, não haverá mais o direito de receber os recursos oriundos da cisão. O início da negociação dos BDRs na B3 será no dia 4 de outubro, e a entrega deles acontecerá no dia 5.
Caso o investidor deseje, a partir de 6 de outubro, ele poderá solicitar a conversão dos BDRs da XP em ações negociadas diretamente nos EUA.
Agora veja em qual proporção os ativos serão distribuídos.
Para cada 43,3128 ações do Itaú, o acionista terá direito a um BDR da corretora XP.
Confira um exemplo: se um investidor tem 100 ações de ITUB4, ele receberá 2 BDRs de XP e continuará com 100 ITUB4. As frações resultantes da incorporação serão pagas em dinheiro após a realização de um leilão.
No caso do investidor ter um número de ações inferior ao equivalente a 1 BDR de XP, ele receberá o valor correspondente em dinheiro.
E a Itaúsa com tudo isso?
Você tem ações ITSA3 e ITSA4 e quer saber como ficam seus papéis? Vamos explicar! A Itaúsa possui 37,7% do capital social do Itaú, isso representa cerca de 15,1% de participação da XP.
A Itaúsa já informou que não tem intenção de se desfazer da sua participação na corretora. Esse percentual será incorporado em seu portfólio de empresas investidas.
Dessa forma, se você tem algum dos tickers da Itaúsa não vai receber, de forma direta, os BDRs da XP.
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Agora que você sabe o que aconteceu com o Itaú e a XP, aproveite para acompanhar a rentabilidade das suas ações e demais investimentos pelo Gorila.
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