CEO Conference 2024: leia os principais destaques do evento
O BTG Pactual organizou a CEO Conference 2024, um encontro que reuniu os maiores líderes do mercado financeiro, formadores de opinião e representantes governamentais. O evento, ocorrido nos dias 6 e 7 de fevereiro, proporcionou uma plataforma para os participantes discutirem os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil, anteciparem tendências para investimentos e explorarem o futuro do mercado financeiro.
Futuro das finanças e Open Finance
Para discutir o futuro das soluções financeiras, com ênfase na oferta de produtos financeiros e na integração de canais de pagamento, o evento contou com a participação de Carlênio Castelo Branco, CEO da Senior Sistemas, Rogério Stallone, sócio do BTG Pactual, e Thais Fischberg, CEO da Adyen.
Uma das principais discussões foi sobre a busca das empresas por soluções mais completas e integradas, visando proporcionar aos clientes uma experiência mais fluida e sem atritos. Os painelistas concordaram que a pandemia acelerou a transformação tecnológica no mercado financeiro, impulsionando a digitalização e a adoção de novas tecnologias.
Carlênio Castelo Branco enfatizou positivamente as iniciativas do Banco Central para facilitar o acesso a serviços financeiros e crédito. Já Rogério Stallone destacou a avançada infraestrutura do sistema de pagamentos brasileiro, comparável às de outros países. “O Brasil está na vanguarda mundial da tecnologia financeira”, disse Stallone.
Stallone também apontou que o acesso à informação que o Open Finance proporciona irá elevar a qualidade e rapidez da concessão de crédito por parte dos bancos e outras instituições provedoras de crédito. Nesse contexto, Thais Fischberg ressaltou os benefícios do aumento da concorrência, o que abre espaço para a inovação.
Os especialistas também destacaram algumas tecnologias-chave para o desenvolvimento do mercado de pagamentos e soluções financeiras. Entre elas, a integração de canais foi mencionada como uma área importante. Embora não se trate de um tema novo, Fischberg analisou que “ainda há muito a ser feito para oferecer todas as possibilidades existentes” na omnichannelidade. Além disso, a personalização da experiência de compra, com o auxílio da inteligência artificial, foi citada como uma tendência crescente e importante para o setor.
Inteligência Artificial
Outro aspecto abordado na CEO Conference 2024 foi a popularização da inteligência artificial e seu impacto nos negócios. Scott Galloway, professor da NYU Stern School of Business, alertou para o fenômeno conhecido como “AI washing”, no qual empresas exageram sobre o uso da IA para aumentar o valor de suas ações. Ele comparou essa prática ao greenwashing, onde empresas se apropriam de narrativas de sustentabilidade sem medidas efetivas. Galloway ressaltou a importância de um uso responsável da IA e expressou otimismo sobre seus benefícios em setores como educação e saúde.
No entanto, Galloway também destacou os aspectos negativos da IA, como a solidão entre a população jovem devido à possibilidade de substituição de interações sociais por interações com robôs. Ele alertou para os perigos da dependência excessiva da IA e defendeu uma abordagem equilibrada para maximizar seus benefícios.
Além das discussões sobre IA, o professor elogiou a política brasileira e afirmou que o Brasil é um modelo de democracia em comparação com os Estados Unidos.
Investimentos e economia
Um dos temas centrais abordados durante a conferência foi a perspectiva dos investimentos em ações para o ano de 2024. Grandes gestores brasileiros, como Luis Stuhlberger, da Verde, André Jakurski, da JGP, e Rogério Xavier, da SPX, compartilharam suas visões e apontaram fatores-chave que podem impulsionar o mercado de ações.
Os participantes expressaram otimismo em relação ao ambiente macroeconômico internacional, que está mais benigno em comparação com anos anteriores. Carlos Eduardo Rocha, da Occam, destacou a combinação de inflação em queda e atividade econômica alta, além do papel positivo desempenhado pela China na redução dos custos.
No entanto, os participantes reconheceram que, se as expectativas de queda dos juros nos EUA não se materializarem conforme o esperado, será necessário revisar as estratégias de investimento.
Um consenso entre os gestores foi a percepção de que as ações brasileiras estão atualmente “baratas”. Contudo, cada um destacou gatilhos específicos que podem catalisar uma recuperação dos ativos da Bolsa. Stuhlberger reconheceu o trabalho realizado pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas destacou que o risco fiscal ainda exerce pressão sobre as taxas de juros e, consequentemente, sobre o mercado de ações.
Tanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quanto o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estiveram presentes no evento (em painéis diferentes) e defenderam a importância dessa meta em seus respectivos painéis, destacando a relevância da trajetória de queda da inflação e a manutenção da estabilidade econômica.
Leia também:
Do Open Finance aos “Super Apps”: a nova era das finanças
O futuro do sistema financeiro: Drex, Open Finance e inclusão digital
Este artigo foi útil?