Aumento da Selic: “não faz a menor diferença em 10 anos”, diz Guimarães Filho

Selic tem maior alta em 18 anos e irá crescer mais. Veja a análise de Ricardo Guimarães Filho, da Vita Investimentos, sobre o cenário.
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Por Ednael Ferreira - 01/09/2021
Atualizado em 25/07/2022
5 min de leitura

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 5,25% em agosto. O aumento representa a maior elevação dos últimos 18 anos. Diante disso, o Gorila conversou com Ricardo Guimarães Filho, fundador da Vita Investimentos, para entender quais os impactos esse forte movimento trará à renda fixa.

A elevação do Copom foi de 1 ponto percentual frente aos anteriores 4,25%. E ela não vai parar aí. Para a próxima reunião, que acontece em setembro, o Comitê antevê outro ajuste na mesma magnitude.
Na nossa live com Guimarães Filho, entendemos o que está levando à alta da principal taxa da economia e como lidar com esse cenário. Veja a seguir os destaques do encontro.

A Selic foi aos 5,25% ao ano após alta de 1 ponto.
O aumento da Selic em agosto sucedeu três altas de 0,75 ponto.
O Banco Central prevê para setembro uma nova alta de 1 ponto para Selic, o que levaria a taxa para 6,25%.
O plano de voo do Banco Central foi alterado no seu comunicado de agosto e deixou de antever os juros parando de subir. A nova previsão é que os juros passarão a atrapalhar, pois irão além do patamar neutro, jogando contra a atividade econômica.
Os aumentos pungentes da Selic feitos pelo Banco Central pretendem frear a inflação que está fora de controle.
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Antes tarde do que mais tarde ainda…

O impacto da pandemia na economia brasileira no ano passado deixou os juros em  2%. E essa baixa foi mantida pelo Banco Central por um bom tempo.

“Se o juro está 2% e a atividade econômica é retomada, aos poucos temos uma inflação maior que os juros”, diz Guimarães Filho. Com esse contraste, tivemos um juro real negativo de cerca de 5%. 

“Quando o Banco Central percebeu que estava atrasado com o juro baixo, ele começou a aumentar com altas de 0,75%; mas já era tarde demais. Agora ele aumenta o passo, indo de 1% em 1%”, explica o especialista. 

Copom eleva Selic em 1 pp a 5,25% a.a. pic.twitter.com/FxtldBMMSj

— Gorila (@gorilainvest) August 4, 2021

Em um comunicado, o Banco Central disse estar numa situação dúbia: é importante favorecer o crescimento econômico, mas, por outro lado, temos a inflação descontrolada.

Como o investidor deve se posicionar em meio a alta de Selic?

Na visão de Guimarães Filho, o primeiro passo é entender o comportamento dos juros num país emergente como o Brasil. O analista afirma que aqui eles têm um comportamento especulativo.

“A curva de juros é um ativo para você se posicionar e expressar sua visão sobre a inflação futura e decisões futuras do Banco Central. Diferente de países desenvolvidos, os juros aqui não são proteções, são investimentos de risco”, reflete.  

Um fundo de inflação brasileiro com títulos de duração de 7 anos e meio terá a volatilidade aproximada de 7,5% ao ano. A volatilidade do S&P nos EUA é de 12%. “Ou seja, a curva de juros do Brasil tem quase a mesma volatilidade da bolsa americana”, exemplifica.

Leia também:
Confira 6 investimentos atrelados à inflação para se proteger da alta do IPCA

Guimarães Filho pondera, por fim, que no que diz respeito a títulos pré-fixados e IPCA+, vão haver perdas. Por outro lado, tudo que estiver atrelado ao CDI irá andar melhor.

E a Selic irá influenciar a renda variável?

As empresas ligadas às altas de juros, como os bancos, irão se beneficiar, de acordo com Guimarães Filho. “É um setor que tende a sofrer menos se a bolsa cair e a andar mais se a bolsa subir num patamar de juros mais altos”, relata. Além disso, “geralmente, as ações de commodities tendem a ter uma boa participação de rentabilidade quando os juros sobem”.  

 Por outro lado, “ações de tecnologia, ou seja, papéis de empresas que não geram fluxo de caixa e têm dívidas […] tendem a ter uma performance pior”, isso porque “quando se aumenta o juro, sobem também os gastos dessas empresas para se refinanciar”, completa. 

Guimarães Filho também chama a atenção para os fundos imobiliários. Até que eles repassem o aumento da inflação nos aluguéis cobrados, “Os fundos de tijolo terão rentabilidade ruim em relação a como está a Selic hoje”. Porém, isso muda quando se trata de fundos de papel: “os fundos de CRI são normalmente atrelados à inflação, então num cenário de juros e inflação mais altos eles tendem a ir melhor”. 

Questionado sobre ser um bom negócio fazer uma maior alocação na renda fixa, Guimarães Filho diz que a gestão da Vita Investimentos tem procurado diminuir a porcentagem de investimentos na bolsa brasileira nas carteiras de seus clientes.

 “Aumentamos muito a posição em bolsas lá fora. Se você balanceia uma boa carteira de renda fixa com dólar como proteção, por exemplo. Se o CDI parar no 8%, por exemplo, começa a ficar mais interessante do que ficar tão alocado em bolsa de valores”, opina.

 

2022 e seus desafios 

O especialista acredita que 2022 será desafiador para o Brasil. Será preciso tirar 14 milhões de pessoas do desemprego. As eleições do ano que vem abalam o governo que tenta se reeleger. Além das diversas discussões em torno da nova proposta de reforma tributária que está em jogo.

Nesse sentido, Guimarães Filho aconselha a diversificação na carteira.

“O mundo hoje está muito desafiador para você investir...você precisa ter um pouco de tudo”

“O importante é você ter proporções corretas dos investimentos e não tomar riscos desnecessários. Não tentar ficar rico com sua carteira. O que deixa as pessoas ricas é o trabalho delas, não o trade na bolsa. A bolsa é longo prazo […]  Ficar ali tentando acertar se o juro vai estar a 9%; 9,10%; 8,9% não faz a menor diferença em 10 anos”, conclui. 

Assista ao vídeo completo sobre o impacto da Selic nos investimentos de renda fixa

Diversifique sua carteira usando o Gorila como consolidador de investimentos

Depois da aula de Ricardo Guimarães Filho, só cresce a certeza de que a diversificação é o melhor caminho a ser seguido na hora de investir. 

E para te ajudar nessa jornada, você pode usar o Gorila! Pelo computador ou pelo aplicativo de celular, você pode acessar à nossa plataforma e consolidar todos os seus investimentos em um único lugar. 

Plataforma web do Gorila exibindo rentabilidade do patrimônio e percentual da carteira por classe de ativo.

São mais de 400 mil ativos disponíveis para cadastrar no seu portfólio. Além disso, você também tem a opção de trazer os dados diretamente da sua corretora em poucos minutos, pois temos integrações via API com as principais corretoras do Brasil. 

Depois de reunir seus produtos financeiros na plataforma, é só acompanhar a rentabilidade deles através dos melhores relatórios de desempenho.

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca

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