As empresas ligadas às altas de juros, como os bancos, irão se beneficiar, de acordo com Guimarães Filho. “É um setor que tende a sofrer menos se a bolsa cair e a andar mais se a bolsa subir num patamar de juros mais altos”, relata. Além disso, “geralmente, as ações de commodities tendem a ter uma boa participação de rentabilidade quando os juros sobem”.
Por outro lado, “ações de tecnologia, ou seja, papéis de empresas que não geram fluxo de caixa e têm dívidas […] tendem a ter uma performance pior”, isso porque “quando se aumenta o juro, sobem também os gastos dessas empresas para se refinanciar”, completa.
Guimarães Filho também chama a atenção para os fundos imobiliários. Até que eles repassem o aumento da inflação nos aluguéis cobrados, “Os fundos de tijolo terão rentabilidade ruim em relação a como está a Selic hoje”. Porém, isso muda quando se trata de fundos de papel: “os fundos de CRI são normalmente atrelados à inflação, então num cenário de juros e inflação mais altos eles tendem a ir melhor”.
Questionado sobre ser um bom negócio fazer uma maior alocação na renda fixa, Guimarães Filho diz que a gestão da Vita Investimentos tem procurado diminuir a porcentagem de investimentos na bolsa brasileira nas carteiras de seus clientes.
“Aumentamos muito a posição em bolsas lá fora. Se você balanceia uma boa carteira de renda fixa com dólar como proteção, por exemplo. Se o CDI parar no 8%, por exemplo, começa a ficar mais interessante do que ficar tão alocado em bolsa de valores”, opina.