ABAI Inova 2024: confira os principais destaques do evento para assessorias
O uso de automação, inteligência artificial e machine learning surge como uma estratégia promissora para elevar a eficiência nas assessorias de investimentos. O debate sobre a adoção dessas tecnologias já está em pauta no setor, mas o grande desafio é definir o ponto de partida.
Esse foi um dos temas centrais discutidos na edição inaugural do ABAI Inova, realizada em São Paulo e organizada pela Associação Brasileira de Assessores de Investimentos. O evento reuniu profissionais do mercado e empresas fornecedoras de soluções para o segmento. Acompanhe abaixo os principais tópicos discutidos no evento.
Processos que otimizam a eficiência
No primeiro painel do ABAI Inova, que discutiu a automação de processos como meio para otimizar a eficiência dos escritórios de assessoria, Filipe Medeiros, CEO da AAWZ, moderou o debate entre Davi Barboza (CEO da Magnet Customer), Gonzalo Parejo (CEO da Kamino) e Zhang Shuzong (CEO da Finvity).
A discussão girou em torno de como a inovação pode trazer ganhos de eficiência ao setor, com Gonzalo afirmando que a chave está no melhor uso dos dados: “Não adianta tentar usar IA para otimizar se os dados não estiverem estruturados”.
Barboza acrescentou ainda que o processo de aculturamento é essencial, já que muitos escritórios não possuem a cultura necessária para utilizar ferramentas como CRM de forma eficiente. Já Zhang destacou a importância de medir a receita gerada por funcionário como um indicador de eficiência.
Outro ponto abordado foi a definição do que deve ser central na operação e o que pode ser terceirizado. Gonzalo mencionou que, enquanto na Europa há um maior investimento em softwares, no Brasil, os problemas ainda são frequentemente resolvidos pelas pessoas, o que reflete a falta de maturidade no uso de tecnologia no setor.
Oportunidades em ativos alternativos
No painel sobre “Private equity e crowdfunding: financiando o futuro através de novos modelos de investimentos”, moderado por Isac Costa, professor do Insper, Oscar Decotelli (CEO do Grupo DXA) e Arthur Farache (sócio fundador da Hurst Capital) discutiram o mercado de ativos alternativos, com foco nos alternativos privados.
Farache destacou que a democratização desse tipo de investimento é uma oportunidade para trazer opções que antes estavam restritas a investidores ricos para um público mais amplo. Ele apontou que gerações mais jovens, como Y e Z, têm maior interesse em investimentos alternativos e que, com a transferência de trilhões de dólares dos baby boomers para essas gerações, a tendência é de crescimento nesse segmento.
Em complemento, Decotelli reforçou a importância da educação financeira para aproximar os investidores brasileiros desses ativos, citando como o mercado de alternativos nos EUA já supera a bolsa em retornos.
O debate também abordou a prática de apresentar a tese de investimentos alternativos aos clientes. Decotelli argumentou que educar o investidor sobre ativos privados é até mais simples do que em áreas mais complexas, como derivativos, pois muitas vezes esses ativos estão ligados a elementos palpáveis, como imóveis ou negócios físicos.
Sobre a regulação, ambos os painelistas elogiaram o papel da CVM, destacando a Instrução 588, que incentiva a captação via equity-crowdfunding. Trata-se de um tipo de financiamento coletivo, muito utilizado na captação de recursos de startups. Farache mencionou que a CVM tem desempenhado um papel essencial no fomento desse mercado, facilitando o acesso ao mercado de capitais por meio de inovações regulatórias.
Cultura organizacional é a base para usar a tecnologia
A automação de processos vem ganhando espaço nas assessorias de investimentos, transformando a forma como essas empresas operam e buscam escalabilidade. Durante o ABAI Inova, especialistas de grandes nomes como Grupo Primo, Blue3 Investimentos e Monte Bravo discutiram o impacto das novas tecnologias e as melhores práticas para implementá-las.
O consenso é claro: sem uma cultura organizacional bem estruturada e equipes preparadas para utilizar essas ferramentas, as soluções tecnológicas dificilmente atingem seu potencial máximo.
Alison Paese, COO da Blue3 Investimentos, ressaltou que a tecnologia deve ser vista como um complemento, não como substituta do trabalho humano. Para ele, a ferramenta só agrega valor quando há uma cultura consolidada de uso.
Já Gustavo Moraes, IT Head da Monte Bravo, abordou o desafio de alinhar tecnologia às necessidades diárias dos assessores, enquanto Rodrigo Gianotto, CTO do Grupo Primo, enfatizou que a integração entre tecnologia e negócios é essencial, com áreas como RH e TI participando diretamente das decisões estratégicas da empresa.
Gianotto analisou que o papel do profissional de investimentos evoluirá, com menos foco em tarefas operacionais, que serão automatizadas, e mais atenção às necessidades emocionais e comportamentais dos clientes. Segundo ele, a era da IA já é realidade, com agentes conversacionais capazes de executar tarefas complexas de forma autônoma.
A automação não substituirá os assessores, mas potencializará sua eficiência. Paese, da Blue3, acredita que o elemento humano, especialmente em papéis de confiança e acompanhamento, permanecerá insubstituível.
Leia mais aqui:
A era da automação com IA nas assessorias de investimentos
Casos de uso de IA para assessorias de investimentos
O evento de inovação da ABAI também contou com especialistas em tecnologia de empresas como Gorila, Meta e Bridgewise discutindo como a IA está transformando o setor de assessoria de investimentos.
Guilherme Assis, CEO do Gorila, destacou o uso da IA para consolidar investimentos e gerar insights rápidos, permitindo aos assessores tomar decisões mais informadas.
Já Thiago Kurth, diretor na Bridgewise, salientou como a IA está preenchendo lacunas ao fornecer análises detalhadas de ações globais, especialmente daquelas fora do radar dos analistas. A ferramenta da empresa oferece relatórios precisos, livres de vieses, e está se expandindo para cobrir ativos de renda fixa, aumentando a produtividade dos assessores por meio de chats automatizados.
Por fim, Lais Athayde, Client Solutions Manager for Financial Services da Meta, explicou como a IA pode ser usada para otimizar o engajamento com clientes e prospects, destacando a ferramenta Meta Advantage. Com a automação de processos, como o planejamento de mídia e o know your customer (KYC), a IA da Meta permite que os profissionais se concentrem em tarefas mais estratégicas.
Ela ressaltou também o potencial da API do WhatsApp como ferramenta de interação e personalização, com cases de sucessos em instituições financeiras e com muito a ser explorado na assessoria de investimentos.
Leia mais aqui:
Como a IA pode potencializar operações de assessorias de investimentos?
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