[TAG SUMMIT 2023] Perspectivas Macro: Explorando as Marés do Mercado
O TAG Summit 2023 contou com uma série de painéis relevantes para o mercado, e dentre eles estava o intitulado “Perspectivas Macro: Explorando as Marés do Mercado”, que abordou o cenário global e brasileiro a partir da perspectiva do investidor.
A conversa contou com Felipe Guerra, sócio fundador e CIO da Legacy Capital, Bruno Marques, gestor de fundos multimercados na XP Asset, e Vinicius Fukushiro, founding partner na Tenax Capital. O painel contou com a mediação de Francis Nascimento, diretora de investimentos na Prevcom.
Guerra pontuou que, na visão da Legacy, os temas principais do cenário econômico global são a desinflação e a desaceleração da economia. A gestora enxerga o processo de desinflação tanto nos países emergentes quanto nos países desenvolvidos, apesar de acharem que a inflação cairia mais rápido em países em desenvolvimento.
O CIO da Legacy também afirmou que vê a China com preocupação, pois o país possui problemas relevantes no crescimento estrutural: há oscilação entre a desaceleração e o estímulo do governo.
Fukushiro declarou que a Tenax vem se surpreendendo com a resiliência da economia americana. A quebra dos bancos em março o fez pensar que o canal de crédito ia ser contaminado, mas, ainda que os dados de crédito tenham piorado, o PIB está resiliente.
Marques lembrou que a alta de juros americanos de 5% nos últimos 12 meses é inédito historicamente e, por conta disso, não dá para saber se os estímulos do governo adiaram, de fato, o hard landing.
Para a Europa, a visão de Fukushiro é pessimista: a atividade e o canal de crédito estão ruins e a casa está olhando para os ativos europeus com bastante cuidado.
Internamente, o panorama do Founding Partner da Tenax é mais otimista. A gestora assumiu essa posição com base no encaminhamento do arcabouço fiscal (que demonstrou alguma responsabilidade do governo), no ciclo de afrouxamento monetário (que ainda dá bastante espaço para cortes de juros) e nas recentes reformas.
Guerra acredita que, no contexto global, o Brasil está se beneficiando do preço alto das commodities. Apesar dos ruídos no começo do ano entre o governo e o Banco Central, o CIO da Legacy mantém uma postura otimista, ainda que no curto prazo, já que não acredita que as reformas serão profundas. Já Marques mantém um otimismo moderado com o Brasil e observará com atenção os últimos dois anos do governo Lula.
