Sua empresa está preparada para o futuro?

O conceito de future-readiness (preparada para o futuro) se refere a habilidade da empresa antecipar e se adaptar a mudanças externas.
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PorSérgio Goldman - 03/06/2024
3 min de leitura

À medida que o mundo se torna cada vez mais ambíguo, as empresas precisam aprender e escalar novas competências que mantenham seu posicionamento competitivo.

Future-readiness utiliza bastante as ferramentas do foresight estratégico, na busca em pensar e entender as tendências tecnológicas, de mudanças nos mercados, do comportamento do consumidor etc.

A prestigiada escola de negócios Suiça IMD criou um centro de pesquisas em future-readiness, liderado pelo Professor Howard Yu.

Dentre outras coisas, o centro de pesquisas criou um indicador, o Future-Readiness Indicator, que acessa quão preparadas estão as empresas de alguns setores para lidar com os desafios futuros.

O indicador leva em consideração os seguintes blocos de fatores:

  • Fundamentos financeiros;
  • Expectativa dos investidores quanto ao crescimento futuro;
  • Diversidade de negócios e pessoas;
  • Pesquisa e desenvolvimento;
  • Inovação e,
  • Gestão do caixa e da dívida.

Na semana passada o Future-Readiness Center divulgou seu indicador para 3 setores, em 2024.

Os setores são: serviços financeiros, automobilístico e bens de consumo.

As 5 empresas com maior nível de indicador em cada um desses 3 setores foram (por ordem decrescente):

Serviços Financeiros: 1) Mastercard, 2) Visa, 3) DBS Group, 4) JP Morgan e 5) Bank of America.

Automobilístico: 1) Tesla, 2) BYD, 3) Volkswagen, 4) Stellantis e 5) Hyundai.

Bens de Consumo: 1) L’Oréal, 2) Coca-Cola, 3) Procter & Gamble, 4) Nestlé e 5) Unilever.

Essas listas de empresas top 5 em cada setor são dominadas por empresas incumbentes.

Entretanto, é interessante notar a excelente performance do DBS Group de Singapura, conhecido por sua impressionante transformação digital nos últimos anos, e do gigante Chinês de carros elétricos BYD que vem entrando no mercado Brasileiro com bastante agressividade.

Quem tiver mais interesse sugiro buscar o site.

A pergunta que não quer calar é como estariam as empresas brasileiras se fossem incluídas na pesquisa do Future-Readiness Center.

Desconfio que a posição no ranking não seria muito boa, principalmente pelo fato de não termos a cultura de pensarmos no longo prazo.

Vejam que, por mais difícil que seja acertar o que irá acontecer no futuro, o ambiente global de negócios vem investindo cada vez mais em ferramentas que possibilitem às empresas tentarem se planejar para evitar os riscos de eventos inesperados que possam ocorrer.

Não vejo motivo para negar essas tendências, independentemente do tamanho e características societárias das empresas brasileiras.

Está mais do que na hora de acionistas, investidores, executivos etc. de empresas brasileiras buscarem estar atualizados com as práticas mais modernas de gestão, e colocá-las em prática buscando criar valor sustentável e tornar suas empresas resilientes e longevas.

Leia também:
O G do ESG

Sobre o colunista

Sergio Goldman é colunista no Blog do Gorila e possui mais de 30 anos de experiência no mercado de capitais da América Latina com foco em Equity Research, Distribuição de Renda Variável e Wealth Management. Possui vasta experiência na venda de produtos de renda variável para investidores institucionais locais e estrangeiros, tendo trabalhado em instituições financeiras como Baring Securities, Bear Stearns, Santander, Unibanco e Safra. Desde junho de 2023 atua com gerenciamento de portfólios na Barra Peixe Investimentos. Entre 2019 e 2023 atuou como gestor do FIA Esh Prospera, e entre 2014 e 2016 contribuiu na coluna Palavra do Gestor do jornal Valor Econômico. Formado em Engenharia Eletrônica pela PUC-RJ, tem mestrado em administração na COPPEAD, escola de negócios da UFRJ.

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