Panorama econômico de 2023: o que aconteceu até agora?

Economistas discutem os principais acontecimentos do ano no Congresso Planejar 2023.
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Por Ednael Ferreira - 11/10/2023
Atualizado em 13/11/2023
3 min de leitura

No dia 10 de outubro, especialistas de renome nacional e internacional se reuniram no Congresso Internacional Planejar 2023 para promover conteúdos sobre assuntos interessantes aos planejadores financeiros (CFP®). Mansueto Almeida (economista-chefe do BTG), Roberto Padovani (economista do banco BV) e Samuel Pessôa (professor e pesquisador da FGV) foram alguns dos palestrantes que falaram sobre os acontecimentos deste ano na economia.

Um dos pontos discutidos na conversa foi o crescimento das taxas de juros nos Estados Unidos. Segundo Pessôa, essa alta levou a um aumento esperado nas hipotecas, o que impactou negativamente o setor imobiliário, um líder no ciclo econômico americano. No entanto, agora o segmento está mostrando sinais de recuperação após ter enfrentado desafios significativos.

Sobre a questão dos treasuries de 10 anos, Padovani acrescentou que houve um pequeno ruído no lado da demanda, quando China e Japão, os dos maiores compradores dos títulos, reduziram suas participações.

Pessôa também afirmou que o processo de desinflação está em curso nos Estados Unidos e chamou a atenção para o fato de que o índice inflacionário está caindo sem aumento significativo da taxa de desemprego. Esse cenário é notável, uma vez que historicamente, em economias do hemisfério norte, um ponto percentual de desinflação costumava resultar em um ponto percentual de aumento no desemprego.

O economista da FGV acrescentou ainda que, de janeiro a maio, houve uma série de surpresas positivas em relação à inflação e que a crise bancária de março foi bem conduzida pelo Tesouro e o impacto negativo no mercado foi mitigado. Por fim, Pessôa concluiu que, se as taxas de juros de longo prazo continuarem a subir nos Estados Unidos, pode ser necessário um ajuste fiscal para equilibrar as contas.

Mansueto trouxe à tona o panorama do cenário econômico brasileiro com palavras que surpreenderam muitos dos presentes. “Por incrível que pareça, está muito melhor do que a gente pensa”, afirmou o ex-Secretário do Tesouro Nacional do Brasil.

Ele prosseguiu analisando o período pós-eleição, destacando que, nos últimos cinco meses, houve uma mensagem equivocada sendo transmitida pelos economistas. O mercado, em particular, ficou alarmado quando o presidente Lula mencionou a escolha entre fazer ajustes fiscais e aumentar os gastos, sugerindo uma possível ruptura com a política de austeridade fiscal.

No final de março, Mansueto observou que os economistas não receberam bem o plano fiscal, mas os traders reagiram de forma mais positiva. O plano prometia um ajuste fiscal de 200 bilhões de reais em três anos, apesar de algumas preocupações de que isso envolveria um aumento de impostos, embora o governo tenha negado essa perspectiva. 

A desconfiança hoje paira sobre a meta do governo de atingir um déficit primário de zero no próximo ano. O mercado prevê um déficit de 80 bilhões de reais. Mansueto, entretanto, buscou ver as afirmações do governo com otimismo.

O economista do BTG explicou sua análise positiva fazendo uma analogia ao atletismo. Ele disse que se é dada a duas pessoas despreparadas a missão de concluir uma grande maratona e somente uma delas treinar durante um ano, ainda que ela não vá concluir a prova, ela está à frente da que não está se preparando. Mansueto acredita que a meta ambiciosa do governo é um sinal que, ainda que o déficit não seja zero, haverá uma corrida para atingir o resultado mais próximo desse objetivo. 

Mansueto também trouxe para a discussão a incapacidade atual dos economistas de acertarem em suas previsões. É importante notar que, nos últimos tempos, os indicadores fiscais apresentaram melhora, contradizendo as análises econômicas. Para o especialista, isso se deve às reformas dos últimos anos, que estão começando a mostrar resultados.

Por fim, sobre 2024, Mansueto expressou a opinião de que não devemos esperar grandes mudanças econômicas no curto prazo. Ele acredita em um crescimento econômico de 1,5% no próximo ano e prevê uma sensação mais palpável de melhora no cenário econômico brasileiro.

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