O que é NFT? Entenda a nova tendência do mercado de tecnologia

Ser dono de memes, vídeos, obras digitais e mais agora é possível. Aprenda o que é NFT e por que esse mercado movimenta bilhões.
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PorEdnael Ferreira - 12/01/2022
Atualizado em 27/07/2022
6 min de leitura

Atualizado em 14/03/2022

Já pensou em ser dono de um meme, um trecho de um jogo de basquete importante ou do primeiro tweet do mundo? Por mais estranho que seja, saiba que isso é possível graças aos NFTs. Mas o que é NFT?

Esse fenômeno está fazendo muito barulho no mercado de tecnologia e movimentou bilhões de dólares no último ano.

Leia o artigo para entender como eles funcionam, por que estão fazendo tanto sucesso e descobrir se vale a pena investir nessa onda.

O que é NFT?

Um NFT é um ativo digital que serve para certificar a propriedade de um item digital exclusivo. A sigla vem do inglês non-fungible token, que significa token não-fungível.

Para ficar mais compreensível, vamos explicar o que significa cada uma das palavras usadas nesse termo um tanto estranho. 

Um “token” é, basicamente, uma chave eletrônica

Fungível é o adjetivo dado às coisas que podem ser substituídas por outras da mesma espécie. Por exemplo, uma nota de 5 reais é fungível porque se a trocarmos por outra ela não perde o valor. 

Logo, “não fungível” é o adjetivo que se usa para coisas que não podem ser trocadas por outras da mesma espécie. Um quadro, por exemplo, é não fungível, pois encontrar outro com as mesmas características e mesmo valor é praticamente impossível. Podem existir cópias ou impressões da Mona Lisa, mas haverá apenas uma pintura original. 

Portanto, NFTs podem ser considerados códigos que atestam a propriedade de colecionáveis. Eles são vendidos e comprados online e provam a posse digital de qualquer item, seja tangível ou intangível, como artes digitais, vídeos, músicas, itens de jogos, etc.  

Os NFTs são gravados em segurança por meio da tecnologia blockchain – a mesma por trás das criptomoedas. Assim, um NFT fica criptografado e é praticamente impossível de ser alterado ou falsificado. Além disso, essa tecnologia permite que o token não fungível seja acessado facilmente caso seja necessário consultar sua autenticidade. 

Para saber mais:
Blockchain descomplicado: entenda como funciona essa tecnologia

É seu, mas também é de quem quiser

Um NFT dá ao comprador propriedade exclusiva de um ativo digital. Contudo, isso não significa que esse comprador pode controlar quem vê ou compartilha o item adquirido.

Tomemos como exemplo o Everydays: the First 5000 Days, o NFT mais caro vendido até hoje. Ele consiste numa colagem digital de 5000 imagens feita pelo artista Mike Winkelmann e foi embolsado por Vignesh Sundaresan por US$ 69,3 milhões.

Sundaresan é o proprietário oficial da obra, mas essa imagem pode ser copiada, compartilhada e vista por milhões de pessoas ao redor do mundo.

Mas então por que alguém compraria um NFT?

Por mais que um ativo digital possa ser replicado, o NFT certifica que há um proprietário oficial. Os principais motivos pelos quais as pessoas estão comprando NFTs para obter esse título são:

Escassez: a percepção de raridade aumenta o interesse por um item e, consequentemente, seu valor. Como os NFTs possuem apenas um dono, eles criam a sensação de escassez –  que é um gatilho mental de compra, segundo Robert Cialdini, autor de As Armas da Persuasão

Colecionabilidade: NFTs são como figurinhas colecionáveis, pôsteres autografados e obras de arte, ou seja, são colecionáveis. E a colecionabilidade pode estar ligada a diversas finalidades, que vão desde o senso de organização até integração em um grupo social, segundo a psicóloga Fernanda Armelim. 

Fora isso, vale ressaltar que o valor dos NFTs não é inerente, mas sim atribuído pelo mercado. Assim, compradores podem adquirir os certificados visando uma futura venda com a crença na valorização do item ao longo do tempo.

Quanto vale um NFT?

Agora que você já sabe o que é um NFT, deve estar se perguntando quanto cada um deles valem.

Bom, qualquer um pode “tokenizar” seu trabalho e vender na internet, então os preços variam. Entretanto, quanto mais exclusivo e demandado for o ativo digital, maior o seu preço. Ademais, a popularidade do item contribui para que seu valor aumente. 

Alguns exemplos de NFTs que foram comercializados a altos preços são:

  • um vídeo de 20 segundos do jogador de basquete LeBron James, vendido a US$ 208 mil;
  • o primeiro tweet do mundo, de Jack Dorsey, CEO da rede social, vendido por US$ 2,9 milhões;
  • GIF animado do Nyan Cat, meme de um gatinho voando em pixel art, vendido por mais de U$ 500 mil;
  • vídeo de uma das obras do artista de rua Banksy sendo queimada, vendido por US$ 380 mil – a obra custava U$ 95 mil;
  • vídeo viral do YouTube com o meme “Charlie Bit My Finger”, vendido por US$ 693 mil.

E a lista não para por aí. É enorme a quantidade de NFTs bizarros, mas também há espaço para ativos que nos soam familiares. A empresa francesa Sorare, que vende figurinhas de futebol em forma de NFTs, já arrecadou cerca de US$ 680 milhões, por exemplo.

Distribuição de NFTs por setor no primeiro trimestre de 2021. Fonte: NonFungible.com / Elaboração: Valor Investe

No Brasil, o mercado está em expansão. Diversos artistas já estão vendendo suas obras por meio de tokens não-fungíveis. Em 27 de julho de 2021, o influenciador Felipe Neto lançou a plataforma 9block, que tem como objetivo “democratizar a criação e comercialização de NFTs”. O site está disponível desde então e funciona como um marketplace.

Além disso, o jogador Neymar recentemente comprou duas artes do Bored Ape Yacht Club (BAYC), desenhos de macacos entediados gerados por um algoritmo de randomização. Pelo BAYC #6633, Neymar pagou 159,99 ETH, equivalente a 517 mil dólares, ou 2,7 milhões de reais. Já pelo BAYC #5269, foram 189,69 ETH, ou cerca de 613 mil dólares (3,29 milhões de reais). 

O boom dos NFTs

Não faz muito tempo que as pessoas começaram a se perguntar o que é NFT. A tecnologia existe há mais de 10 anos, mas foi há cerca de 3 anos que o mercado surgiu.

Foi em 2021 que o termo virou febre. Somente no primeiro trimestre do ano, o mercado movimentou US$ 2 bilhões. O número é 131 vezes maior que todo o dinheiro movimentado no primeiro trimestre de 2020. 

Dados da DappRadar, empresa que coleta dadas de dez blockchains diferentes, indicam que, no total, as vendas foram de US$ 24,9 bilhões em 2021, contra US$ 94,9 milhões em 2020. Entretanto, a estimativa varia dependendo do provedor de dados: a CryptoSlam registrou US$ 18,3 bilhões e a NonFungible.com US$ 15,7 bilhões.

Para se ter uma ideia, “NFT” foi a palavra do ano em 2021. A escolha foi feita pelo grupo que publica o dicionário Collins, que afirma que o uso da sigla cresceu 11.000%.
O  aumento do interesse pelos tokens não-fungíveis ocorreu devido à valorização das criptomoedas. Ainda, a comercialização de NTFs de alto valor como os que citamos fez com que a sigla ganhasse popularidade nos veículos de comunicação.

Falando em criptomoedas:
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Vale a pena investir em NFTs?

A resposta para essa pergunta divide opiniões de especialistas. Há aqueles que enxergam os NFTs com grande potencial. Porém, há uma parte relevante de analistas que consideram que esse mercado é uma bolha prestes a estourar por se tratar de pura especulação. 

Existe ainda o grupo que acredita que esse os tokens não-fungíveis sequer são investimentos devido ao caráter emocional (de apego de colecionador) que eles carregam.

Outros ainda afirmam que os produtos comercializados atualmente fazem parte de uma bolha, contudo, a tecnologia dos NFTs veio para ficar e mudar o conceito de colecionamento. 

Diante de opiniões tão divergentes, cabe a você estudar sobre o mercado de NFTs e chegar a sua própria conclusão.

Diversifique seus investimentos com o Gorila

Após entender o que é NFT, você vai decidir se vale a pena embarcar nessa onda ou não. 

Se julgar que é para você, o mais importante é manter a carteira diversificada para não “colocar todos os ovos numa única cesta”, pois se trata de um mercado extremamente volátil. 

Sua carteira deve ter uma distribuição equilibrada de ativos diferentes. Mas manter ações, fundos, títulos, criptomoedas e outros ativos juntos pode dar muito trabalho na hora de administrar. Para resolver isso, existe o Gorila.

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca.

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