O papel da tecnologia para os escritórios de investimentos

No cenário de constante evolução do mercado financeiro, a tecnologia desempenha um papel fundamental na transformação e no sucesso dos escritórios de investimentos. Durante a Expert XP 2023, falamos com representantes dos principais escritórios do país para entender o papel da tecnologia no seu dia a dia. Confira no vídeo e no artigo abaixo:
Facilidade e comunicação
Para a maioria dos escritórios, a adoção da tecnologia na rotina já é um caminho sem volta. Segundo Wilson Barcelos, CEO da Azimut, é impossível trabalhar em um mercado com tantas informações sem o apoio da tecnologia: “não é mais uma opção, e sim uma necessidade”, afirmou. O argumento é reforçado pelo CEO da Nomos, Rodrigo Imperatriz, que afirma que a parte tecnológica é necessária para todas as frentes – operacionais, legais ou mercadológicas.
Vitor Baqueiro, CEO da Nobel Capital, destacou como a tecnologia transformou a maneira como os negócios são conduzidos, tornando processos mais ágeis e eficientes: “antigamente a gente nem almoçava, hoje você consegue boletar pelo celular. Isso é tecnologia”, afirmou.
Este ponto também foi destacado por Marcelo Caleffi, CEO da Nippur Finance, que enfatizou a importância da tecnologia na consolidação de carteiras, comparação de benchmarks e análises precisas: “isso não apenas melhora os resultados para os clientes, mas também permite um acompanhamento financeiro mais eficaz”.
Para Marco Aurélio, Diretor de Risco da Ghia Investimentos – escritório focado em famílias com patrimônio mais elevado – hoje é praticamente impossível pensar no avanço do negócio sem pensar em tecnologia, uma vez que ela já é parte integrante do ecossistema. Marcelo Porto, CEO da Nucleopar Investimentos, concorda: “é um processo inexorável, e o caminho deve ser explorado da melhor maneira possível, não só para o assessor mas também para os clientes”, afirmou.
Decisões mais assertivas
O processo de tomada de decisões também foi impactado de acordo com os representantes dos escritórios. Para Nisabro Fujita, CEO da M7 Investimentos, a tecnologia permite tomar decisões mais fundamentadas com base em dados sólidos. Felipe Bernardes, sócio-fundador da SVN BP Investimentos, concorda e enfatiza que a tecnologia permite ganhar escala e tomar decisões baseadas em dados.
Tomás Jordan Zakia, sócio-fundador da WIT Invest, enfatiza que a tecnologia permite eficiência, escalabilidade e padronização de processos no mercado financeiro, permitindo tanto escala quanto acesso. Joy Oda, Diretor de Operações e COO da InvestSmart, complementa: “a tecnologia surge como uma aliada para a gente encontrar novas oportunidades e resolver problemas do cotidiano”.
Alexandre Wolwacs (Stormer), sócio-fundador da Liberta Investimentos acredita que novas tendências, como a Inteligência Artificial, podem trazer mais eficiência para o mercado: “estamos tentando unir a IA aos melhores tipos de investimentos para com isso entregar para todos algo que seja razoável e ao mesmo tempo efetivo”.

Para Luzimar Abreu, CEO da All Investimentos, sem tecnologia é impossível escalar e ter consistência no negócio: “ela tem que estar inserida em qualquer empresa que pretende crescer e entregar o melhor para seu cliente”, afirma. Paulo Vasconcelos, gestor da AF Invest, afirma que a tecnologia tem um papel complementar e importante no atendimento aos investidores, não só pelo acompanhamento dos ativos, mas também pela agilidade que ela possibilita: “e essa agilidade no fim do dia se traduz em um retorno potencial mais alto para o investidor”, complementa.
O cliente em primeiro lugar
Em relação ao atendimento, Silvio Aride, sócio-fundador da Golden Investimentos, vê a tecnologia como uma ferramenta para tornar a vida do cliente mais dinâmica e facilitada. Isso é reforçado por Anselmo Guimarães, Head Comercial da RJ+, que afirma que a tecnologia traz mais do que um suporte para o assessor, mas uma experiência diferenciada para o cliente: “isso é muito importante para a outra ponta, ter a facilidade para olhar rapidamente as operações e resultados”, afirma.
Para Rogério Thomé, sócio-fundador da Alta Vista Investimentos, oferecer qualidade em escala só é possível com a tecnologia: “ter uma tecnologia desenvolvida ou contratada permite oferecer uma experiência suave para o cliente enquanto ele estiver com você”, afirma. Anderson Peres, sócio-fundador da Valore Elbrus, complementa: “hoje o diferencial está no valor agregado no serviço, e não só no produto”.
Rodrigo Marcatti, sócio-fundador da Veedha, enfatiza a importância da tecnologia para o relacionamento e a capacidade de atender a um grande número de clientes de forma eficaz, garantindo que todos os clientes recebam o suporte que precisam. Paulo Hegg, sócio-fundador e Diretor de Pessoas, Cultura e Negócios na Nomos, segue na mesma direção: “a tecnologia é a chave para escalar e oferecer uma excelente experiência para o cliente”.
Ângelo Passos, Diretor Comercial e de Produtos na Faz Capital, acredita que a tecnologia pode melhorar a qualidade do atendimento ao cliente, fornecendo mais informações e educando os investidores, visão compartilhada pela sócia-fundadora e Head de Private da Nippur Finance, Schaila Bucco: “abre o cliente para um mundo novo, leva conhecimento e não existe nada melhor do que você trabalhar com uma pessoa que tem conhecimento e independência na sua mão”.

Tecnologia como fator de democratização
Para Pedro Lafayette, sócio-fundador da Knox Capital, a tecnologia não é apenas para investimentos de menor valor, mas também para os investimentos de alto nível: “independentemente do tamanho, o cliente quer ter uma interface e espera um acesso constante às informações e resultados de seus investimentos, e a tecnologia desempenha um papel fundamental nos bastidores para atender essas expectativas”, afirma.
Romero Leite, Diretor Comercial na Valor Investimentos, adiciona: “além de dar escala para o negócio, permite melhorar processos internos e indicadores, e atingir muito mais pessoas”. O acesso também é destacado pelo sócio da ACT Investimentos, João Libório: “a tecnologia é fundamental para que a gente consiga atender com qualidade todos os clientes”.
“É primordial, não é mais um diferencial. É o mínimo que qualquer escritório precisa ter para oferecer valor para o cliente”, afirma Carlos Hotz, sócio-fundador da A7 Capital, acrescentando que mercados mais desenvolvidos como o dos Estados Unidos e da Inglaterra investem fortemente em tecnologia.
Sinergia entre pessoas e máquinas
Marcelo Cincão, CEO da Avel, destaca que a tecnologia ajuda a facilitar processos e melhorar a qualidade do serviço ao cliente, mas não substitui o ser humano. A visão é compartilhada pelo sócio-fundador da Criteria, Carlos Heissman que afirma que não é possível competir com a máquina quando falamos de processamento de dados e capacidade de fazer cálculos, mas o fator humano tem que ser preservado: “unir esses dois mundos é fundamental”.
Para Carlos Pitta, Head de Wealth Management na Oriz, é preciso aproveitar as facilidades que as ferramentas trazem para o dia a dia, mas também tomar cuidado para que isso não resulte na impessoalidade: “o equilíbrio entre escalabilidade e conexão pessoal é crucial”, afirma. “É ‘humanus-machina’, nada vai ser só máquina ou só gente, sempre teremos os dois trabalhando em cooperação e sincronia”, conclui André Meirelles, Diretor de Alocação e Distribuição na InvestSmart.
Veja mais: confira os vídeos com todos os escritórios participantes da Expert XP