O misterioso mundo das pequenas e médias empresas

No Brasil, se a empresa não é uma grande empresa ou uma startup de tecnologia, ela não existe.
Foto de perfil do autor
PorSérgio Goldman - 06/05/2024
3 min de leitura

Existem várias maneiras para descrever pequenas e médias empresas (PME).

No Brasil, pequenas empresas são aquelas com faturamento até R$4,8 milhões/ano enquanto médias empresas são aquelas que faturam entre R$4,8 milhões e R$300 milhões.

Globalmente, vale mencionar o SME Finance Forum que é um organismo criado em 2012, administrado pelo IFC, e que visa expandir o acesso de pequenas e médias empresas a financiamento ao redor do mundo.

O fórum opera uma rede de 240 associados ao redor do mundo, agrega instituições financeiras, empresas de tecnologia, instituições de fomento etc.

O objetivo principal é disponibilizar conhecimento, promover inovação e acelerar o crescimento de pequenas e médias empresas.

Ao redor do mundo, as definições de PME variam.

Por exemplo, na Europa, pequenas empresas são aquelas com até 50 funcionários e médias são empresas com algo entre 51 e 250 funcionários.

No Brasil, a importância das PMEs na economia é enorme.

Com base em dados do SEBRAE, as PMEs brasileiras são responsáveis por 27% do PIB do país; 53% do PIB do comércio; 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários pagos.

Portanto, a sustentabilidade do segmento de PMEs no Brasil é uma questão social.

Hoje, tenho um interesse especial pelas médias empresas.

Nesse segmento encontraremos negócios bastante interessantes que, se expostos a incentivos corretos, podem se tornar empresas muito mais relevantes em alguns anos.

Mas o que falta para estas empresas darem o salto?

Muitos irão responder que o que falta é dinheiro.

Tendo a discordar…

Claro que funding a um custo razoável é parte do pacote para uma média empresa buscar outro patamar.

Mas eu acrescentaria com peso mais relevante dois outros insumos para que médias empresas busquem se tornar grandes:

O primeiro insumo é CONHECIMENTO.

Sócios e gestores da empresa precisam entender a importância de estar ciente do que é estado da arte em termos de gestão de empresas.

Não existem ferramentas e ideias de gestão que não possam ser aplicadas a empresas menores.

O argumento muito usado de que “isso é coisa para empresa grande” é desculpa para acomodação.

Para aqueles que tenham interesse no tema, vale buscar pesquisa produzida fora do país específica sobre gestão em PMEs.

Irá encontrar um número enorme de artigos.

Países da Ásia e Itália são locais que produzem muita pesquisa sobre operação de médias empresas.

O segundo insumo é GESTÃO.

Dado que a empresa tenha uma cultura de absorção constante de conhecimento, caberá aos seus gestores aplicarem as novas ideias e, com isso, colocarem a empresa no caminho da criação sustentável de valor.

Com conhecimento e gestão, o funding para modernização e expansão irá aparecer.

Leia também:
Política, instituições e o preço dos ativos brasileiros

Sobre o colunista

Sergio Goldman é colunista no Blog do Gorila e possui mais de 30 anos de experiência no mercado de capitais da América Latina com foco em Equity Research, Distribuição de Renda Variável e Wealth Management. Possui vasta experiência na venda de produtos de renda variável para investidores institucionais locais e estrangeiros, tendo trabalhado em instituições financeiras como Baring Securities, Bear Stearns, Santander, Unibanco e Safra. Desde junho de 2023 atua com gerenciamento de portfólios na Barra Peixe Investimentos. Entre 2019 e 2023 atuou como gestor do FIA Esh Prospera, e entre 2014 e 2016 contribuiu na coluna Palavra do Gestor do jornal Valor Econômico. Formado em Engenharia Eletrônica pela PUC-RJ, tem mestrado em administração na COPPEAD, escola de negócios da UFRJ.

Compartilhe

Este artigo foi útil?

Artigos Relacionados

Compartilhe