Mercado de olho na ata do Copom e balanços corporativos

Morning Call 10-05-22

Brasil
O índice Bovespa voltou a cair no fechamento de ontem, após onda de incertezas atingir os principais mercados mundiais. A aceleração dos juros do tesouro americano de 10 anos fez com que o dólar também disparasse e fechasse acima dos R$ 5,15. Hoje, o mercado digere a ata do Copom e dados mais recentes para o comércio e indústria doméstica, enquanto o governo avança na proposta de redução de impostos sobre importação para tentar conter a inflação.
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EUA
Após um dia de bastante turbulência no mercado americano, os índices futuros de Nova York amanheceram positivos, à espera de novas sinalizações por parte de dirigentes do Federal Reserve. Ontem, as bolsas americanas derreteram diante da elevação das preocupações acerca da desaceleração da economia dos EUA por conta da maior contração da política monetária. O índice Nasdaq, composto por empresas de tecnologia, foi o principal afetado, despencando 4,29% na sessão, enquanto o S&P 500 retornou ao seu patamar mais reduzido em mais de um ano. Hoje, discursam os presidentes regionais do Fed de Atlanta, Nova York, Minneapolis e Cleveland.
Ásia
As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta terça-feira sem direção única, acompanhando a apreensão dos mercados globais frente ao tombo de Wall Street diante da possibilidade de recessão da economia americana. O índice de Hong Kong, Hang Seng, que permaneceu fechado durante o último pregão, tombou 1,84%, liderando as perdas da região e o índice Nikkei, do Japão, caiu 0,58%. Apesar da desaceleração das exportações chinesas, divulgada ontem, e da persistência da política de “Covid Zero” nas principais cidades do país, a bolsa de Xangai avançou 1,06% e, pela noite, devem ser divulgados novos dados para a inflação ao consumidor e ao produtor no país.
Europa
Os principais mercados europeus se recuperavam dos tombos de ontem nesta manhã, após a elevação dos riscos de recessão global atingirem as bolsas do continente no último pregão. As bolsas europeias vêm sendo duramente castigadas pelos conflitos do leste europeu e pela possibilidade de desaceleração da atividade chinesa devido à implementação de duros lockdowns no país, com grande foco no setor energético. Na Alemanha, o indicador de sentimento econômico apontou para uma alta inesperada nesta manhã, apesar de se manter em patamares historicamente baixos. Ainda hoje, o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, deve proferir um discurso às 14:20.
Balanços
Apesar da derrocada dos ativos globais devido a incertezas a respeito da desaceleração da economia mundial, a temporada de balanços tem apresentado bons resultados. Hoje, devem ser divulgados os balanços da Sony, Occidental Petroleum, Itau Unibanco, Takeda e Sysco e, no Brasil, teremos os resultados da Alupar, Telefônica, Qualicorp, Natura, CVC, Banco ABC, Direcional, Cury e São Carlos.
Ata do Copom
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, divulgada mais cedo, a autoridade monetária voltou a reforçar o balanço de riscos bastante altista e a necessidade de avançar ainda mais em território contracionista na intenção de manter as expectativas ancoradas e antecipou mais uma elevação da taxa Selic de menor magnitude para a próxima reunião.
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