Melhores ações setembro de 2021: altas e baixas

A bolsa teve o pior desempenho mensal desde o início da Covid-19. O setor de proteína animal se destacou e o comércio eletrônico se saiu mal. Veja as melhores ações de setembro de 2021.
Atualizado em 25/07/2022
8 min de leitura

Em setembro, o Ibovespa registrou queda de 6,57%. Esse é o pior desempenho mensal desde o início da pandemia causada pela Covid-19 em 2020 (quando o índice afundou 29,90% em março). Nesse contexto, levantamos as piores e melhores ações de setembro de 2021.

Os papéis de empresas de proteína animal dominaram o ranking de altas. O setor que é grande exportador é beneficiado com a valorização do dólar. Já as varejistas foram prejudicadas pelo avanço da inflação e alta da taxa básica de juros.

Continue lendo para ver as altas e baixas do mês passado e entender o que aconteceu:

Melhores ações setembro 2021: maiores altas no Ibovespa

5 maiores altas de setembro de 2021

AltasAtivoEmpresaVariação (%)
1MRFG3Marfrig33,36%
2PRIO3PetroRio30,52%
3BEEF3Minerva25,00%
4JBSS3JBS18,93%
5BRFS3BRF15,67%

Fonte: Broadcast

1 – Marfrig (MRFG3)

A segunda maior produtora de proteína bovina do mundo, Marfrig (MRFG3), encabeçou a lista das melhores ações de setembro de 2021, com alta de 33,36%. No último dia 23, a empresa teve aprovada sua aquisição de 31,7% das ações da BRF (BRFS3). O montante é somado aos 24,2% adquiridos anteriormente em maio. 

Com essa fatia generosa, a Marfrig se torna controladora virtual da BRF. Assim, a alta aconteceu com o mercado precificando uma possível fusão entre as empresas. A união resultaria numa gigante do setor, pois adicionaria ao portfólio da Marfrig a produção de carnes suína e de frango. 

Contudo, vale ressaltar que não há consenso no mercado. Enquanto o J.P. Morgan elevou o preço alvo para ações da Marfrig, analistas da Genial acreditam que não há sinergia suficiente entre as duas empresas para uma fusão e apontam que a alta é artificial

A ação com melhor resultado em setembro de 2021 foi a da Marfrig. 

2 – PetroRio (PRIO3)

A PetroRio (PRIO3) foi a  grande exceção em meio às ações de frigoríficos, com valorização de 30,52%. Seus papéis se beneficiaram com as boas perspectivas para o petróleo, que pode chegar a US$90,00 por barril, segundo o Goldman Sachs. 

As eleições de 2022, a interferência do governo e a alta dos combustíveis, faz com que investidores tenham cautela com a Petrobrás. Com a falta de segurança na estatal, a PetroRio se mostra como a melhor alternativa privada para o setor no Brasil.

No último pregão do mês, as ações da companhia dispararam 9,5% após a notícia de que a PetroRio, em consórcio com a Cobra,  teria feito a melhor proposta pelo complexo de Albacora. Notas divulgadas afirmaram que a aquisição seria transformacional para a companhia, pois representaria um aumento de cerca de 120% na produção atual, além de aumento nas reservas de petróleo.

Apesar de começar o mês em queda, a PetroRio fechou setembro com alta de 30,52%.

3 – Minerva (BEEF3)

Fazendo coro aos outros três frigoríficos da lista, a Minerva (BEEF3) obteve retorno positivo de 25% e entrou no top 5 melhores ações de setembro. 

No início do mês, a China impôs restrições à exportação de carne brasileira devido aos casos da doença da “vaca louca” encontrados em lotes do Brasil. Porém, a companhia continuou atendendo o país, maior exportador de proteína animal brasileira, através de plantas de abate na Argentina e Uruguai.

Mesmo com leve queda no início do mês, os papéis da Minerva cresceram 25% em setembro, surfando na valorização da proteína bovina.

4 – JBS (JBSS3)

A JBS (JBSS), líder do setor frigorífico no Brasil e uma das maiores indústrias de alimentos no mundo, subiu 18,93%. A alta das ações em setembro levou a B3 a pedir explicações à empresa sobre a valorização do papel. A companhia respondeu que não há um fator específico que explique a oscilação, mas considera que relatórios positivos de instituições financeiras influenciaram o desempenho. 

Em comunicado, a multinacional informou que o Santander, o Morgan Stanley e o JP Morgan prospectaram alta no preço-alvo do papel da companhia em seus últimos relatórios. Fora isso, como a empresa exporta,  a alta do dólar também beneficiou às ações.

A líder do setor frigorífico no Brasil, JBS, registrou alta de 18,93% em setembro. 

5 – BRF (BRFS3)

A quinta posição do top 5 melhores ações setembro 2021 é ocupada pela BRF (BRFS3), que fechou o mês com positivos 15,67%. A alta aconteceu pela aquisição feita pela Marfrig (MRFG3), que se tornou a maior acionista individual da companhia, como já explicamos. 

Em abril do ano que vem, com a assembleia-geral da BRF, saberemos quais serão os planos da Marfrig com o frigorífico.

Somando mais um frigorífico à lista, a BRF teve crescimento de 15,67%, principalmente devido à aquisição da Marfrig. 

5 maiores baixas de setembro de 2021

AltasAtivoEmpresaVariação (%)
1BIDI11Banco Inter-31,18%
2BIDI4Banco Inter-28,56%
3VIIA3Via-25,79%
4AMER3Americanas-25,24%
5MGLU3Magazine Luiza-21,38%

Fonte: Broadcast.

1 – Banco Inter (BIDI11)

Em meio a um mês ruim para as empresas de tecnologia, o Banco Inter, que vem apresentando um bom desempenho no ano, viu suas ações units despencarem 31,18% em setembro. 

A queda das ações da fintech foram reflexo de um cenário de grande incerteza global, com o escândalo da Evergrande afetando as bolsas ao redor do mundo, com grande impacto sobre setor financeiro, e com a elevação das taxas de juros afetando as bolsas de tecnologia.

A empresa também enfrentou um cenário interno conturbado, com rumores de uma possível fusão com a StoneCo e da emissão de um provisionamento no balanço da empresa, que derrubaram o preço das ações.

Em um mês bastante turbulento para a bolsa, o pior desempenho ficou por conta da units do Banco Inter.

2 – Banco Inter (BIDI4)

O segundo pior desempenho do mês também foi para o Banco Inter, com queda expressiva de 28,56% em suas ações preferenciais. De acordo com o banco, a elevação da Selic teve forte contribuição para esse resultado.

Com esse desempenho, espera-se uma antecipação das prévias operacionais para essa segunda-feira (04/10). Apesar desse cenário desafiador, as ações do banco ainda apresentam um bom resultado no acumulado do ano.

Desempenho das ações preferenciais do Banco Inter é bastante similar ao das units, fechando setembro com baixa de 28,56%.

3 – Via (VIIA3)

O setor de varejo foi o mais afetado no mês de setembro e, assim como em agosto, a Via se configura entre as maiores baixas do mês, com queda de 25,79% em suas ações. 

Além de fatores já pontuados no último mês, como a entrada de novos players no setor, a decisão do Copom pela elevação da taxa básica de juros deve impactar o desempenho da Via. Isso porque a diminuição da demanda por crédito reduz o consumo das famílias e afeta as próprias operações financeiras das varejistas. 

Ademais, a aceleração da inflação, como visto pela prévia da inflação do mês de setembro (IPCA-15), também vem corroendo o poder de compra das famílias e afetando o consumo.

Ação da Via com desempenho negativo e abaixo do mercado ao longo de todo o mês de setembro.

4 – Americanas (AMER3)

Assim como para as ações da Via, o cenário de incertezas em relação à economia brasileira e de elevação das taxas de juros, também fez com que as ações da Americanas despencassem 25,24% no mês.

A AMER3 é o ticker em vigência na bolsa desde julho deste ano, resultante da combinação entre a Americanas S.A. e B2W Digital.

Apesar do e-commerce ter contribuído para a consolidação dessas empresas durante 2020, a volta ao modelo de varejo físico faz com que essas varejistas tech se deparem com maior concorrência em 2021.

Americanas apresentou desempenho oscilante e despencou a partir da metade do mês.

5 – Magazine Luiza (MGLU3)

Apesar da queda de 21,38% em setembro, motivada pelos fatores já mencionados, a analista da XP, Danniela Eiger, aponta que, por ser uma companhia de bastante qualidade, as ações da Magalu acabam sendo mais resilientes que a de seus pares do e-commerce. 

As ações da empresa tiveram baixas bastante acentuadas também por conta do relatório da YipitData. O documento aponta uma desaceleração das vendas da Magalu em agosto. O mercado teme que esse desempenho transborde para o resultado do terceiro trimestre.

Ações da Magalu despencaram após relatório da YipitData.

Contexto de setembro

Brasil

O mês foi marcado por uma sucessão de fatores negativos no âmbito nacional e internacional.

No Brasil, acentuou-se a crise dos Três Poderes com as manifestações pró-Bolsonaro no dia 7 de setembro, que resultou em queda da bolsa de 3,78% no dia 8. O cenário foi apaziguado com a intervenção do ex-presidente, Michel Temer, na carta onde o atual líder do Executivo saudou o STF. 

O Banco Central do Brasil alterou sua projeção para a inflação, que agora deve encerrar o ano em 8,5%. Em resposta à alta dos preços, o Copom subiu a Selic para 6,25% e declarou intenção de aumentar mais 1 ponto na reunião que acontecerá em outubro. Esse aumento da taxa básica de juros contribui para o baixo crescimento dos setores de varejo e tecnologia.

China

Lá fora, a China chegou a proibir a importação de carne brasileira após a confirmação de dois casos da doença conhecida como vaca louca em lotes oriundos de Minas Gerais e Mato Grosso. O gigante asiático é o maior exportador de carne brasileira. 

Contudo, apesar do embargo, as ações dos grandes frigoríficos continuaram subindo em decorrência de operações em outros países, de modo que setembro foi o mês com maior exportação de proteína bovina até então. Sobre isso, análise do Morgan Stanley mostrou que não existe carne bovina suficiente no mundo atualmente, de modo que o preço da proteína segue disparando sem sinal de desaceleração. 

Além disso, o governo de chinês restringiu a produção de aço no país, o que fez o preço do minério de ferro desabar. Como consequência, as ações da Vale (VALE3) acumularam baixa de mais de 20% no mês. 

Uma das maiores incorporadoras chinesas, a Evergrande, preocupou os mercados após dar sinais de que poderia ser inadimplente com suas dívidas de U$ 300 bilhões. O calote representaria grande risco para o setor imobiliário, que corresponde a boa parcela do PIB chinês.

Estados Unidos

Nos EUA, o Fed (banco central americano) sinalizou que irá reduzir os estímulos monetários a partir de novembro. Com isso, a liquidez global deve diminuir e os juros aumentarão gradualmente. 

Em setembro, o dólar fechou com alta de 5,36%, a maior subida desde janeiro. Em 2021, a moeda acumula alta de 4,97%.

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*Texto escrito sob supervisão de Mariane Vas

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