Juros nos EUA é fator-chave para desempenho de curto prazo das ações brasileiras

No período em que a taxa de juros nos EUA teve forte queda, de 4,73% para 3,94, os preços das ações no Brasil registraram forte reação positiva.
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Por Sérgio Goldman - 22/01/2024
2 min de leitura

Uma onda de otimismo varre o mercado de investimentos no Brasil.

Nos últimos dias, eu vi duas declarações bem fortes, feitas por relevantes agentes do mercado, exalando otimismo por todos os lados.

A primeira dizia que o Ibovespa pode chagar a 170.000 pontos ao final deste ano.

A segunda dizia que a taxa de câmbio poderia voltar para R$1,00 por US$.

São cenários…

Impossíveis? Não

Mas muito pouco prováveis.

Hoje, o Valor Econômico traz um artigo com a opinião de uma casa de análise sobre o desempenho da bolsa brasileira.

É mais uma visão positiva, baseada em queda da taxa de juros, cenário político e econômico estável (bastante controversa esta estabilidade), exposição a commodities e valuation descontado.

Curioso não haver menção ao fator taxa de juros nos EUA e seus impactos sobre as bolsas ao redor do mundo.

Segue abaixo alguns dados para me ajudar a criar o argumento de que, no curto prazo, a taxa de juros norte americana de 10 anos será o principal fator a impactar o desempenho da Bolsa no Brasil.

As variações calculadas se referem a: na linha do meio ao desempenho em novembro e dezembro do ano passado e, na última linha, a janeiro de 2024, até a última 6ª feira.

É fácil de notar que no período em que a taxa de juros nos EUA teve forte queda, de 4,73% para 3,94, os preços das ações no Brasil registraram forte reação positiva.

Já nas 3 primeiras semanas de 2024, o comportamento foi o inverso: juros em alta, bolsas em baixa.

Importante chamar a atenção que os juros norte-americanos não são o único fator a impactar as bolsas. Por isso as bolsas nos EUA continuaram com seu desempenho levemente positivo.

Entretanto, se quiseres escolher uma variável para ajudar a operar a bolsa brasileira no curto prazo, esta variável é a taxa de 10 anos do Tesouro Norte-Americano.

Além disso, apesar de concordar que o cenário de redução de taxa de juros de curto prazo é positivo, como venho argumentando, são as taxas de longo prazo que impactam mais diretamente o preço das ações.

E para as taxas locais de longo prazo, as taxas norte americanas são muito importantes.

Leia também:
O que eu admiro em um negócio no mercado financeiro

Sobre o colunista

Sergio Goldman é colunista no Blog do Gorila e possui mais de 30 anos de experiência no mercado de capitais da América Latina com foco em Equity Research, Distribuição de Renda Variável e Wealth Management. Possui vasta experiência na venda de produtos de renda variável para investidores institucionais locais e estrangeiros, tendo trabalhado em instituições financeiras como Baring Securities, Bear Stearns, Santander, Unibanco e Safra. Desde junho de 2023 atua com gerenciamento de portfólios na Barra Peixe Investimentos. Entre 2019 e 2023 atuou como gestor do FIA Esh Prospera, e entre 2014 e 2016 foi contribuidor da coluna Palavra do Gestor no jornal Valor Econômico. Formado em Engenharia Eletrônica pela PUC-RJ, tem mestrado em administração na COPPEAD, escola de negócios da UFRJ.

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