Investimento em Criptomoedas: aprenda a fazer de forma consciente
O mundo do investimento em criptomoedas pode fascinar muitas pessoas por ser uma modalidade nova que promete resultados promissores. Além disso, hoje podemos visualizar o investimento em criptoativos como foi o começo da internet nos anos 60: um universo a ser explorado, além de ser o futuro da movimentação monetária.
Como parte da Semana Mundial do Investidor, a Planejar organizou uma série de lives visando aumentar a conscientização sobre a importância da educação e proteção do investidor.
Trazemos os destaques da live “Investimento Consciente em Criptoativos”, que contou com a participação dos especialistas: André Barreto, planejador financeiro CFP, fundador e CEO da n2; Precyla Eller, especialista em investimentos e Head de Relações com Investidores da Hashdex; e Gustavo Cunha, certificado CFP®, sócio da Fintrender e da gestora internacional de ativos digitais Resetfunds.
Acompanhe!
Segurança através de custodiantes
Precyla faz parte do time da Hashdex, a maior gestora de criptos da América Latina. Ela contou um pouco das motivações que levaram, em 2018, os sócios majoritários da época a fundar a gestora. Eles já haviam feito investimento em criptomoedas de diversas formas, mas acabaram sendo hackeados. Também investiram com exchanges que não devolveram os recursos como combinado. Hoje, com um mercado mais maduro e com os custodiantes institucionais há mais segurança.
Esses custodiantes possuem uma série de recursos para fazer a guarda dos ativos. Segundo o site da gestora, eles não possuem acesso direto às chaves privadas (ferramentas de criptografia que controlam a posse das criptos). Essas chaves são custodiadas por empresas estrangeiras especializadas, reguladas e com seguro. Dessa forma, os ativos do fundo são transferidos imediatamente após sua aquisição para estas soluções seguras de armazenamento que são inclusive desconectadas da internet (cold storage) e distribuídas geograficamente.
A Hashdex ainda destaca que não mantém nenhuma quantidade significativa de ativos em exchanges ou em hot wallets, que são geralmente o foco de hackers.
No começo do bate-papo, foi comentado que o mais interessante das criptos é que ela retira os intermediários. Mas para Gustavo é natural que intermediários estejam sendo colocados já que faz muito tempo desde que nós, enquanto sociedade, não guardamos dinheiro em cofres. Porém, é interessante que a tecnologia blockchain permita a possibilidade de guarda sem intermediários.
O que deve ser protegido?
Muitas pessoas que estão começando a investir tem dúvidas sobre o que exatamente é um token e quais informações devem ser guardadas e protegidas. Gustavo Cunha citou um exemplo interessante.
Ele destacou que devemos tomar cuidado com a senha, que é a chave privada e pela qual é possível acessar os tokens. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não é o token que devemos manter em segurança, isso porque ele é como se fosse o ativo da rede que é público e fica circulando em todas as carteiras e contas:
“Um exemplo mais fácil, pensa na rede de bitcoin, por exemplo, como sendo sua conta em um banco. Você tem uma conta e uma senha, o número da conta é o wallet, chave pública, e a senha é a chave privada, quem tiver o conjunto dessas duas pode movimentar essa conta. E sua conta é aberta para internet, todo mundo sabe que a conta existe e consegue vê-la, mas ninguém sabe quem é o dono.”
Planejamento sucessório de criptomoedas
Além da questão da segurança, para Precyla Eller, fazer um planejamento sucessório desses ativos é muito importante.
“É como enterrar uma barra de ouro na sua casa, você pode enterrar no quintal, mas se acontecer alguma coisa a você e você não fez um planejamento sucessório bem feito, ninguém vai saber dessa barra de ouro.”
Ela também comenta de casos de pessoas que lá no início das criptos compraram ativos por 200 dólares e que hoje valem mais de 20 mil. Porém, por descuido, esses ativos se perderam.
Outro exemplo dado por Precyla foi o caso de um rapaz que investiu grandes quantias de dinheiro em bitcoin, acabou morrendo afogado em uma praia e, sem ter feito o planejamento sucessório, tudo se perdeu pois não foi transferido para familiares ou amigos. “É chato falar disso com as pessoas, mas estamos falando com planejadores, temos que bater nessa tecla da sucessão”, explica.
O futuro das criptos
Para Gustavo, as moedas digitais dos bancos “vão ser utilizadas muito como meio de pagamento”. Nesse mundo digital o CBDC (moeda digital emitida por um banco central) é uma forma dos bancos centrais não ficarem pra trás, o pix no brasil mostra como foi um sucesso a digitalização da moeda, nos próximos anos o dinheiro em papel vai cair muito e o pix aumentar.”
Porém, por se tratar de uma moeda digitalizada e não uma cripto, a expectativa é de que não atrapalhe a reserva de valor das criptos. Isso porque a maioria dos bancos centrais não usam blockchain, segundo Gustavo, nem mesmo na Ásia, onde a tecnologia das criptos é bastante conhecida e empregada.
Precyla comenta que hoje já temos diversas evidências de que os criptoativos não vão morrer. “Vimos muitos avanços do ponto de vista institucional, os casos de uso começaram a florescer, mas ainda estamos num momento muito novo dos casos de uso”.
E complementa: “Talvez tendo 0% do portfólio em criptoativos você pode se arrepender e sair caro lá na frente.” A proposta ideal é ter pelo menos 1% a 5% do portfólio em criptos com foco em longo prazo, segundo Precyla, se ela e tantos outros especialistas que estudam o assunto estão certos, esse valor investido pode multiplicar bastante lá na frente.
Para o futuro, os especialistas comentam que essa tecnologia vai mudar a forma como todos os modelos de negócio estão atuando. Para eles, quanto antes olharmos para as criptos e começarmos a entender o impacto delas na vida a e na carreira, melhor.
“Quem não queria ter investido na Amazon quando ela era um vendedor de livros online? Hoje a gente nem lembra que ela vendia livro. Antigamente estava restrito aos investidores do vale do silício, mas hoje todo mundo pode investir nessa startup do mundo das criptos”, ressalta o sócio da Fintrender.
Guia para quem deseja investir em criptomoedas
Para quem é iniciante no mundo das criptos, é necessário investir em conhecimento e estudar bastante sobre o assunto.
Para isso, recomendamos alguns conteúdos do Gorila que vão te ajudar nesse caminho.
- O que é e como investir em criptomoedas
- Inverno Cripto: o que são e quais são as tendências do mercado?
- ETFs de criptomoedas: veja 12 opções para você investir
Também é necessário se atentar aos riscos, que podem ser divididos em dois: o primeiro é o risco da moeda escolhida para ser investida, se ela tem um histórico de rentabilidade por exemplo; e em segundo lugar, a segurança da guarda desse ativo.
Por se tratar de um investimento relativamente novo, é muito fácil se deslumbrar e acabar caindo em golpes. O valor que o ativo está sendo negociado em uma exchange de cripto pode não significar que ele de fato vale o quanto está sendo atribuído a ele. Isso porque existem inúmeros criptoativos e uma grande facilidade em criar um.
Leia também: Golpes financeiros: o que são e como se proteger
Para Precyla, quem está começando é aconselhado investir em ter “o básico” optando por bitcoin e ethereum. Isso porque se trata dos principais criptoativos do mercado e que foram testados por mais tempo. Vale lembrar que, se alguém promete retorno garantido ou rentabilidade acima do CDI muito provavelmente se trata de um golpe.
“Não adianta olhar para outras coisas sem ter o básico de bitcoin e ethereum que são mais consolidadas e com potencial a longo prazo. Não adianta pegar aquele que começou há um mês e achar que vai te dar um retorno maior. Ele pode dar um retorno maior, mas uma dor de cabeça maior também,” reforça a especialista em investimentos Precyla.
A outra parte dos riscos de investir em criptomoedas são operacionais. Hoje é possível encontrar gestoras reguladas na CVM de maneira que você possa entrar no site e conferir. Dica: se for investir em ETF busque na B3 a lista dos disponíveis, já se for fundo de investimento, procure na CVM pelo número do CNPJ.
Atualmente há diversas “gestoras” que prometem ganhos fáceis e rápidos, o que acaba deslumbrando quem cai no golpe. Para Precyla, essas promessas já são um indício para fugir pois não existem ganhos dessa magnitude.
“São extremos, de um lado a pirâmide, o golpe e o outro lado que te fala “olha, você vai ganhar e vai perder de acordo com a valorização e desvalorização do mercado”. Caso não queira optar pela exchange você pode fazer sua própria gestão, guardando a sequência alfanumérica da cripto.”
Já para Gustavo, o caminho para mitigar riscos de investir é o conhecimento:“Qualquer guia básico para mitigar risco de baixo conhecimento é buscar conhecimento. Comece com um valor pequeno, não pegue uma parte grande do seu patrimônio. Pegue o valor de um jantar ou de uma viagem que não vai mais fazer, enfim, dinheiro que não vai fazer falta, ajuste duas caixinhas: a do conhecimento e do dinheiro investido.”
Leia também: Os 10 nomes de criptomoedas mais curiosos do mercado
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