Follow on: o que é e como funciona a oferta subsequente de ações

Quando uma empresa oferece novas ações na bolsa, acontece o follow on. Entenda o que é e como acontece essa oferta secundária de ações.
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PorEdnael Ferreira - 06/04/2021
Atualizado em 01/08/2022
5 min de leitura

Já parou para pensar no que leva uma empresa a voltar ao mercado para ofertar mais ações na bolsa de valores após ter aberto capital? Esse processo é chamado de follow on, e também é conhecido como emissão secundária de ações ou oferta subsequente de ações.

Neste artigo, explicaremos o que é follow on, como ele funciona e por que acontece. Também vamos te dar alguns exemplos de como esse recurso está sendo utilizado no mercado nos últimos tempos.

Quer ficar por dentro? Continue lendo!

O que é follow on?

O follow on é processo que ocorre quando uma empresa que já possui capital aberto resolve ofertar mais ações no mercado. 

Para ficar mais claro, é importante destacarmos a diferença entre follow on e IPO. Um IPO (Initial Public Offering, Oferta Pública Inicial em português) acontece quando uma empresa abre capital para distribuir suas ações na bolsa de valores pela primeira vez. 

Ou seja, quando uma empresa realiza um follow on, ela já fez um IPO e vai retornar com mais ações ao mercado. São diversos os motivos que podem levar uma instituição a querer emitir novos papéis numa oferta subsequente, abordaremos alguns deles mais adiante. 

Tipos de follow on

O follow on pode ser apresentado na bolsa como uma oferta primária ou uma oferta secundária. 

Quando a oferta é primária, as ações oferecidas no mercado pertencem à própria empresa. Então a venda dos papéis aumenta o capital social e os lucros vão para o caixa da companhia.

Já quando a oferta é secundária, os papéis vendidos pertencem a um ou vários dos acionistas da empresa. Nesse caso, o dinheiro vai para os próprios acionistas e o capital social da companhia não sofre alterações.  

Como funciona o follow on?

Uma vez definido o tipo de follow on, determina-se para quem serão oferecidas as ações. A oferta pode ser pública ou privada.

O follow on de oferta pública é aberto para qualquer pessoa que esteja na bolsa de valores. Ele possui um trâmite mais burocrático, pois o processo deve seguir as normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Por seu lado, a oferta secundária privada é menos burocrática, pois não precisa ser registrada na CVM. Ela é feita somente para aqueles que já são acionistas da empresa ou são considerados investidores qualificados. Para ser um investidor qualificado é necessário ter uma carteira de investimentos superior a R$ 1 milhão. 

Além disso, um follow on de oferta privada só pode ser oferecido para no máximo 75 acionistas, e apenas 50 deles podem comprar as ações.

Como saber se uma empresa está fazendo follow on

Para saber se uma empresa está realizando esse procedimento é necessário se atentar aos canais disponíveis, como o site da companhia e comunicados oficiais da CVM. Outra opção é ficar de olho na seção de ofertas públicas no home broker. 

Por que o follow on é feito?

Como dissemos anteriormente, muitos motivos podem levar a um follow on. 

O processo é uma boa solução para empresa arrecadar capital para maximizar operações, fortalecer o caixa, pagar dívidas ou até mesmo iniciar uma empreitada baseada em uma nova ideia. Também contribui para o aumento de liquidez dos títulos já que mais ações estarão disponíveis no mercado.

O acionista que vende sua participação no negócio através da oferta secundária também pode ter motivações diversas. Ele pode vender suas ações, ou parte delas, para lucrar diante de um cenário de valorização dos papéis da companhia. Da mesma forma, o impulso de venda pode vir por conta da visualização de um cenário negativo da empresa que trará prejuízos. 

Quando a oferta secundária acontece, a composição dos acionistas da empresa é alterada. A alteração pode ser positiva. É visto como vantagem, por exemplo, quando o governo faz uma oferta subsequente de sua participação em alguma empresa. Isso acontece porque o mercado não costuma vê-lo como um bom acionista. 

Contudo, a alteração do quadro de acionistas também pode causar divergências. Por exemplo, alguns sócios podem não querer ter suas participações diluídas numa nova abertura. Por isso é necessário se atentar ao contexto em torno de cada follow on.   

Vale a pena investir em empresas com ofertas follow on?

É necessário entender que cada caso é um caso. Para saber quais são as vantagens e desvantagens de uma oferta secundária, é preciso analisar as razões que motivam a empresa a estar fazendo uma oferta subsequente. Depois da análise será possível avaliar se o investimento é vantajoso ou não.

Ofertas follow on no Brasil

Em 2021, estão previstos até R$ 160 bilhões em ofertas na bolsa, que serão divididas em operações de follow on e de IPOs. Segundo o jornal Valor Econômico, diante do grande volume, há a tendência de ter mais cautela com as ofertas iniciais e reforçar a participação em papéis já listados, principalmente porque 2020 concentrou grandes estreias.

Leia também:

IPO 2021: acompanhe as estreantes na Bolsa

A previsão deste ano supera o volume de ofertas na B3 em 2020, de R$ 117 bilhões, sendo R$ 43 bilhões em IPOs e R$ 73 bilhões em follow on.

Alguns exemplos

BTG Pactual (BPAC11)

O banco levantou R$ 2,57 bilhões em follow on feito em janeiro. O dinheiro será usado, principalmente, para iniciativas estratégicas e crescimento em negócios de varejo digital.

Locaweb (LWSA3)

A empresa de hospedagem de sites realizou em fevereiro a oferta de ações. Foram levantados R$ 2,4 bilhões que serão destinados inteiramente a novas fusões e aquisições.

Log (LOGG3)

A Log Commercial Properties, do ramo de logística, irá realizar em abril o seu segundo follow on. Agora a oferta será restrita e podem ser comercializados até R$ 677 milhões em papéis. Os recursos adquiridos servirão para o crescimento de operações e investimento em novos empreendimentos.

Entre outras companhias que realizaram follow on recentemente se destacam: PetroRio (PRIO3), BrasilAgro (AGRO3), Banco Inter (BIDI11), Via Varejo (VVAR3), XP (XP) e Light (LIGT3). 

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca

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