Derivativos: entenda tudo sobre esse Mercado
Com certeza um dos mercados que causa mais dúvidas sobre seu funcionamento. O Mercado de Derivativos engloba diversos produtos, tais como contratos a termo, futuros, opções e swaps.
Quer conhecer com detalhes cada um desses ativos e como podem ser usados para compor diferentes estratégias? Continue neste artigo.
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O que são derivativos?
São instrumentos financeiros cujo preço “deriva” do valor de um ativo, taxa de referência ou índice de mercado.
Isto é, você não negocia o ativo em si, mas uma referência do seu valor. As negociações podem ser realizadas tanto no mercado de Balcão quanto na Bolsa.
Os derivativos mais comuns são:
- Contratos a termo
- Contratos futuros
- Opções
- Swaps
Motivos para utilizar derivativos
Hedge: o investidor que busca proteção de variações que possam acontecer no futuro
Através de derivativos, é possível fixar antecipadamente o valor de um ativo, eliminando o impacto de uma eventual mudança nos preços do mercado.
Tome por exemplo uma empresa brasileira que possui dívidas em dólar. Se a cotação da moeda sobe, esta companhia precisará despender mais reais para quitar as dívidas. Para evitar esse efeito, a empresa pode optar por comprar contratos futuros de dólar, predeterminando o preço da moeda para uma data futura. Assim, mesmo que a cotação suba, a companhia não será afetada, dando previsibilidade para o custo das suas dívidas.
Outro caso comum são agricultores que utilizam contratos futuros para garantir (ou “travar”), o preço de vendas das commodities agrícolas, evitando perdas por uma eventual queda das cotações.
Especulação: a compra e venda de derivativos para lucrar
O especulador ganha com os diferenciais de preços de aquisição e venda de cada contrato. Para esse tipo de investidor, não importa muito se o derivativo negociado é de moeda, de uma commodity agrícola ou de taxa de juros, porque seu interesse não está nos ativos subjacentes.
Os especuladores podem atuar tanto no day-trade, realizando compras e vendas dos mesmos derivativos ao longo do mesmo pregão, quanto mantendo posições em aberto por alguns dias, apostando que nesse período os preços vão subir ou cair.
Arbitragem: lucro com as discrepâncias de preços de um mesmo produto em mercados diferentes
A formação de preços nem sempre é perfeita e muitas vezes ocorre discrepância de preços do mesmo ativo negociado em mercados distintos. Nesse momento o arbitrador rapidamente busca uma oportunidade de ganho, antes que o mercado ajuste os preços.
Por exemplo, suponha que exista uma diferença entre os preços das ações da Petrobras negociadas no Brasil e nos Estados Unidos, o arbitrador compra derivativos para travar o risco cambial e estabelecer a compra em um mercado e a venda em outro, obtendo um ganho com risco baixo.
Tipos de derivativos
Contratos a termo
O contrato a termo é um comprometimento entre duas partes de negociação de um ativo, em uma quantidade e preço estabelecidos para liquidação somente na data acordada.
Esse instrumento pode ser negociado tanto em bolsa, quanto em balcão.
Contratos futuros
O contrato futuro é um compromisso de negociar um ativo por um determinado preço em uma data no futuro. Esta definição se parece muito com a de um contrato a termo, mas a diferença fundamental é o formato da liquidação.
Neste caso as operações são ajustadas todos os dias de acordo com as expectativas do mercado para o preço futuro do ativo. Assim, a proteção das posições é realizada diariamente, e não somente no vencimento.
O ajuste diário é um sistema que apura perdas e ganhos a partir de um preço de referência. Ele leva em conta o preço médio das operações feitas com o papel no mercado futuro e apura a diferença entre um pregão para o outro. Se o investidor tiver posições em aberto precisa pagar a diferença se for negativa, ou então receberá o valor na sua conta (se ela for positiva).
Outra diferença com os contratos a termo é que os futuros são negociados apenas em Bolsa.
Opções
Opções são contratos que dão ao seu titular o direito de comprar ou de vender um determinado ativo, a um certo preço em uma data específica.
Mais detalhes sobre esse derivativo você encontra no artigo: O que são opções e como investir neste mercado?
Swaps
O swap é um acordo de troca de rentabilidade entre dois ativos, cujo objetivo é reduzir os riscos e aumentar a previsibilidade das operações.
Suponha que a empresa A venda produtos no mercado brasileiro, que são ajustados pelo IPCA, e contraiu uma dívida com um banco internacional que deve ser paga em dólares. Já a empresa B é uma exportadora (que recebe em dólares) e tem um contrato de locação reajustado pelo IPCA. Essas duas empresas poderiam realizar um swap de dólar com IPCA, trocando os fluxos de pagamentos das suas obrigações e anulando assim o risco cambial de uma e o risco de inflação da outra.
Investindo em Derivativos
Os derivativos possibilitam ganhos tanto na alta quanto na baixa do ativo, até mesmo quando se mantém no mesmo preço (vide o artigo Estratégias com Opções para saber mais).
Com os derivativos, o investidor pode diversificar investimentos, expondo sua carteira a diversos mercados e tipos de risco por um custo muito mais baixo do que comprar o ativo em questão diretamente. Isso só é possível pois os derivativos operam alavancados.
Por outro lado, deve-se ter em mente que os derivativos não só potencializam os retornos, mas também os prejuízos, não sendo recomendados a investidores iniciantes.
Por fim, lembre-se que as corretoras podem fazer exigências específicas para cada tipo de derivativo, como depósitos de margem. No artigo sobre alavancagem explicamos com detalhes sobre isso.
Saiba mais
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