Congresso Planejar 2024: destaques do maior evento profissionais CFP® no Brasil

No principal evento do setor, a Planejar revelou a projeção de crescimento de novos profissionais e as transformações culturais e tecnológicas que impactarão o setor.
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PorEdnael Ferreira - 15/10/2024
Atualizado em 20/10/2024
4 min de leitura

O Congresso Internacional Planejar 2024 reuniu especialistas do setor financeiro para discutir temas pertinentes à profissão de planejadores financeiros no Brasil. Com o objetivo de fornecer um espaço dedicado à troca de conhecimentos, o foco do evento foi promover a educação continuada e o networking entre os profissionais do setor. Leia a seguir os principais destaques.

Os próximos passos da Planejar

Durante o congresso, a CEO da Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, Ana Leoni, enfatizou o compromisso da associação em criar conteúdos cada vez mais engajadores, que possam ser utilizados no cotidiano dos profissionais da área.

Além disso, a associação revelou sua projeção para o crescimento dos profissionais: está prevista a certificação de mais de 12 mil planejadores financeiros até 2025. Hoje a entidade conta com mais de 10 mil planejadores certificados.

“Queremos estar nos primeiros passos dos novos planejadores, auxiliando no desenvolvimento das competências necessárias para a consolidação de suas carreiras”, afirmou.

Leoni também abordou a intenção de acompanhar os profissionais mesmo após a carreira, por meio da ativação de diversas redes de relacionamento, como plataformas de headhunters. Além disso, a CEO reforçou a importância da participação ativa dos membros da associação, uma vez que aumentar a relevância da profissão de planejador só será possível com o apoio da comunidade. 

Dante De Gori, CEO da Financial Planning Standards Board Ltd. (FPSB), esteve no Brasil para participar do congresso e destacou o cenário promissor para o crescimento da Planejar no Brasil. Ele enfatizou que o modelo de parceria da Planejar, especialmente com a ANBIMA, é único e contribui significativamente para o desenvolvimento do mercado.

“Planejar no Brasil tem um modelo único de parceria, que não se limita ao desenvolvimento do mercado em termos de certificação, mas também visa transformar o papel da assessoria financeira”, disse. 

Kevin Keller alerta para a crise na profissão de planejador financeiro nos EUA e compartilha lições para o Brasil

O Congresso também contou com a participação de Kevin Keller, CEO do CFP Board dos EUA. Ele destacou a crise enfrentada pela profissão de planejador financeiro em seu país devido à inversão da pirâmide etária. Lá, há mais profissionais CFP com mais de 70 anos do que abaixo de 30, o que ameaça a renovação da força de trabalho e aumenta o risco de escassez no futuro.

Keller analisou quais mudanças sociais fazem com que os clientes tenham novas demandas e como os planejadores devem se adequar a elas. Na visão dele, o multiculturalismo e a transferência de geracional de riqueza são os fatores que mais catalisam a dinâmica do cenário atual.

Leia mais aqui sobre como o conselho de CFPs dos EUA está lidando com esses impasses e o que o Brasil pode aprender com isso:
CFP Board dos EUA alerta para a crise na profissão pela inversão etária

Palestras técnicas discutiram renda variável e vieses nas estratégias de alocação

O evento também contou com uma série de palestras técnicas que discutiram estratégias de investimentos.

Destaque na programação, Jerson Zanlorenzi, Head of Sales Trading and Distribution do BTG Pactual, abordou a evolução da renda variável no Brasil. Ele criticou o Ibovespa como índice comparativo, afirmando que “o Ibovespa não é um bom índice para acompanhar a Bolsa brasileira”, devido a sua concentração excessiva em ações da Vale e da Petrobras, o que pode distorcer a análise do desempenho da Bolsa.

Zanlorenzi apontou que, apesar das incertezas fiscais e das políticas econômicas em debate, o cenário é favorável para investimentos na Bolsa brasileira, que está “muito barata” e negociando abaixo da média histórica. Esse desconto, segundo ele, decorreu da saída de capital estrangeiro do Brasil, à medida que investidores internacionais buscavam rendimentos mais altos em ativos de renda fixa nos Estados Unidos.

“A grande missão é mostrar isso para o cliente”, enfatizou. O especialista observou que o brasileiro tem uma afinidade com renda variável, e por isso é crucial apresentar as opções disponíveis no mercado. Fora isso, deu destaque para o crescimento do PIB brasileiro, que teve uma média de 2,3% ao ano entre 2019 e 2023, em contraste com 1,2% ao ano de 2014 a 2023. Esse aumento pode ter um impacto positivo no desempenho das empresas.

De modo geral, as outras palestras técnicas sublinharam a importância do asset allocation como estratégia central para o sucesso dos investimentos. As discussões focaram na distribuição diversificada de ativos como prática que visa mitigar riscos e maximizar retornos de acordo com os objetivos e o perfil de risco dos clientes.

Os palestrantes também abordaram os vieses comportamentais que podem influenciar as decisões dos alocadores de investimentos. Eles alertaram que fatores emocionais, como aversão a perdas e excesso de confiança, muitas vezes comprometem a alocação ideal de ativos, prejudicando o desempenho dos portfólios no longo prazo.

Outro ponto central foi a importância de ajustar o portfólio conforme o momento de vida do cliente. A adaptação contínua é fundamental para garantir que a estratégia de investimento esteja alinhada com as metas financeiras e as necessidades futuras, como aposentadoria e sucessão patrimonial.

Especialistas apontam a marca pessoal digital como um ativo decisivo para profissionais CFP

Outro ponto focal das discussões do evento foi a relevância da marca pessoal digital para os profissionais certificados pela Planejar. Ana Leoni retornou ao palco ao lado de Ana Claudia Plihal, CEO do LinkedIn Brasil, e Susana Arbex, cofundadora da Betafly Brandmakers, para discutir como a construção de confiança e credibilidade no ambiente digital, especialmente no LinkedIn, é crucial para fortalecer o relacionamento com clientes.As palestrantes enfatizaram que a marca pessoal não deve depender apenas do “crachá da empresa”, e sim ser uma estratégia consciente de cada profissional. Plihal destacou que, no Brasil, o LinkedIn tem uma base ativa e engajada, sendo fundamental para consumo de conteúdo e networking.

Já Arbex ressaltou que o medo de exposição é comum, mas que os CFPs precisam compartilhar seu conhecimento para guiar seus clientes, principalmente as novas gerações, como a Geração Z, que busca informações predominantemente online.

Acompanhe a discussão completa das especialistas aqui:
Especialistas apontam a marca pessoal digital como um ativo decisivo para profissionais CFP®

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