Como se Divide o Mercado Financeiro

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Entender o que de fato abrange e como funciona o termo “mercado financeiro” é essencial para quem está se aventurando no universo dos investimentos. A princípio parece uma ideia um tanto abstrata, já que é complicado ter contato com o tema de uma maneira mais didática, sem que, para isso, você tenha que necessariamente estar “envolvido” no meio.
Ou mesmo há quem associe o tal “mercado financeiro” com aquela ideia clássica de muito dinheiro, muito risco, muita gritaria (dos antigos pregões não eletrônicos) e muita especulação, algo o tanto animalesco e agressivo. Porém, a realidade é bem menos mística e emocionante do que cenas de filmes como Wall Street (Michael Douglas e Charlie Sheen) ou Trocando as Bolas (Eddie Murphy e Dan Aykroyd).
Pensando nisso, e sempre com a ideia de levar mais transparência até você, o Gorila quer te ajuda a entender como essa estrutura é composta e qual sua principal função =)
Qual a função do mercado financeiro?
Em resumo, a função principal do mercado financeiro é fazer a ponte entre quem precisa de dinheiro (pessoas, empresas, governo) e quem tem dinheiro para emprestar, de forma segura e regulada.
Como? Regulando, movimentando, controlando e otimizando os processos do sistema econômico para que isso aconteça de forma saudável, instigando os tomadores de crédito (quem pega esse dinheiro) a investir em suas empresas, gerando trabalho e promovendo a circulação de dinheiro na economia.
Basicamente, quem compõe o mercado financeiro são bancos, fundos de investimentos, seguros, órgãos governamentais e qualquer instituição que tenha por finalidade o desenvolvimento de processos envolvendo dinheiro (olha as fintechs aqui!). Isso significa que, o objetivo dessa estrutura como um todo é promover o fluxo entre os aqueles que poupam dinheiro e possuem capital disponível com aqueles que tomam esses recursos, fazendo a economia girar através da intermediação entre poupança e investimento. .
Entenda como se dá a estrutura do mercado financeiro
Todo o conjunto das instituições, ferramentas e mecanismos que constituem o sistema financeiro pode se subdividir entre quatro mercados:
Mercado de Crédito: este tipo de mercado é constituído por instituições (que podem ou não ser financeiras) que conectam recursos de curto ou médio prazo à quem necessita destes, seja para consumo ou capital de giro. Como exemplo, quando uma empresa precisa de recursos para cobrir o seu capital de giro, ela irá recorrer ao mercado de crédito.
Mercado Monetário: é responsável pelo controle da oferta de moeda e taxas de juros a curto e curtíssimo prazo, que asseguram a liquidez da economia no país (lembra do Illan Goldfajn? É ele o atual presidente do Banco Central e o responsável por conduzir esse controle). A principal fonte de negociações neste mercado é através da oferta de títulos públicos do Tesouro Nacional.
Mercado de Câmbio: aqui são feitas as negociações e trocas de moedas estrangeiras por moedas nacionais (Real) e elas acontecem no curto prazo ou à vista mesmo. Por exemplo, quando você precisa trocar seu dinheiro por dólar para fazer compras na Disney, está recorrendo ao mercado de câmbio.
Mercado de Capitais: através da compra e venda de títulos e valores mobiliários realizadas por investidores, empresas e intermediários, o mercado de capitais entrega recursos de médio e longo prazo aos interessados, sejam eles tomadores ou investidores. Na prática, o mercado de capitais diz respeito a títulos, ações e derivativos da bolsa de valores, corretoras e outras instituições financeiras.
Um exemplo que ilustra bem a realidade do mercado de capitais acontece quando uma empresa precisa de recursos para investir na expansão de uma nova fábrica e recorre ao mercado de capitais para angariar dinheiro e financiar esse projeto. Ela pode fazer isso emitindo um título, como uma debênture mesmo abrindo o capital da sua empresa na bolsa para que novos sócios (acionistas) façam aportes de capital no projeto.
Dentro do mercado de capitais, existem ainda os mercados primário e secundário:
Mercado Primário: caracteriza-se pela operação em que empresas ou governo lançam títulos e valores mobiliários para atrair recursos direto dos investidores.
Mercado Secundário: o principal objetivo aqui é gerar negócios, portanto, o mercado secundário é basicamente quando ocorre a compra e venda de títulos e valores mobiliários adquiridos no mercado primário.
Afinal, quem regula o mercado financeiro?
Com o intuito de garantir o bom funcionamento do mercado financeiro, oferecendo maior eficiência e segurança nas operações, o Sistema Financeiro Nacional é composto por diversos órgãos governamentais que criam normas e fiscalizam o sistema para que essa transferência de recursos entre investidores e instituições tomadoras desses recursos sejam facilitadas. Quem faz a regulação das operações no mercado são principalmente:
Conselho Monetário Nacional (CMN)
É o órgão supremo do Sistema Financeiro Nacional e é o conselho de política econômica do país. A instituição tem como responsável o ministro da Fazenda (atualmente Eduardo Guardia, que será substituído por Paulo Guedes no governo de Bolsonaro), e é composto pelo Banco Central e pela CVM. Ele engloba as responsabilidades de fixar as diretrizes para as políticas monetárias, de crédito e cambial no país.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Sua principal função é fiscalizar e disciplinar o mercado financeiro no país, defendendo os interesses dos investidores e assegurando a divulgação de informações completas e corretas por parte dos emissores.
Por falar nisso, você já deve ter escutado comentários sobre um seriado bem popular entre os adoradores do mercado financeiro. Na saga “Billions” é possível entender como a instituição correspondente à CVM nos Estados Unidos atua (a tal da SEC – Securities and Exchange Commission). Entre suas atribuições, ambos os órgãos resguardam inúmeras operações irregulares feitas por traders com informações privilegiadas.
Banco Central do Brasil (BACEN)
O Banco Central do Brasil tem como função principal manter a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do Sistema Financeiro Nacional. Isso soa bem sensato para um país com um histórico traumatizante de inflação, não é mesmo? E a ferramenta utilizada para cumprir essa função é a formulação e gestão das políticas monetária e cambial, com a injeção ou contenção da liquidez pela impressão de Reais, fixação da taxa Selic e pelo controle das operações de crédito das instituições financeiras.
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)
A Superintendência de Seguros Privados é uma instituição federal que tem como objetivo regular, regulamentar, controlar e fiscalizar todo o mercado de seguros, previdência privada e capitalização do país. A SUSEP garante que as seguradoras contam com recursos suficientes para indenizar seus segurados, de forma que nenhum deles fique desamparado.
Gostou de saber mais sobre o mercado financeiro? Acompanhe os artigos do Gorila e aproveite para conferir a rentabilidade dos seus investimentos!