Para controlar a inflação, BCE sobe taxa de juros em 0,75 pp

Morning Call 08-09-22

Banco Central Europeu

Em linha com as expectativas do mercado e frente às expectativas de que a inflação na região avance mais 10% nos próximos meses, o BCE elevou a taxa de juros em 75 bps, movimento sem precedentes na série histórica. A decisão foi impulsionada pelas surpresas inflacionárias já observadas em agosto e pela interrupção do fornecimento de gás natural russo à região. A autarquia antevê que a política monetária deve seguir em território contracionista para as próximas reuniões, enquanto espera a estagnação da economia do continente.

Europa

As principais bolsas europeias operavam em território contracionista pela manhã, diante da elevação histórica da taxa de juros da zona do euro (0,75 pp), a fim de conter a disparada da inflação. Ontem, foi publicada a segunda leitura do PIB do bloco econômico, com revisão altista, avançando para 0,8% na comparação trimestral. 

A libra britânica recuava, enquanto o euro se mantinha abaixo de US$ 1, depois da nova primeira-ministra Liz Truss anunciar o pacote econômico bilionário para combater a aceleração dos preços na região.

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EUA

Os índices futuros de Nova York amanheceram em leve queda, após fortes ganhos na véspera, frente à queda dos treasuries americanos. Ao longo do dia, os mercados devem reagir à decisão de política monetária do Banco Central Europeu, ao passo que esperam o pronunciamento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Para a reunião de setembro, o mercado projeta nova alta de 75 bps nos Fed Funds, apesar do Livro Bege ter novamente apresentado perspectiva de desaceleração econômica do país.

Brasil

Pela manhã, o Ibovespa futuro operava em forte alta, após verificar forte queda na terça-feira (6) e permanecer fechado ontem (7) por conta do feriado da Independência, enquanto o dólar recuava frente ao real. A alta é puxada pelo bom desempenho dos ADRs nas bolsas americanas ontem, com destaque para as ações das companhias aéreas após o barril do petróleo cair à cotação mais baixa desde fevereiro. 

Os investidores ainda digerem o tom mais duro adotado pelo presidente do Banco Central no início da semana e aguardam a divulgação do IPCA de agosto, na sexta-feira (9), à medida que reagem às manifestações do 7 de setembro.

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mais um pregão sem direção definida nesta quinta-feira (8), ao passo que as novas restrições contra a covid-19 seguem prejudicando as bolsas da região. Apesar da boa sessão de Wall Street na véspera, o índice de Xangai recuou 0,33% e a bolsa de Hong Kong tombou 1%, refletindo as incertezas frente a atividade econômica do país. Na outra ponta, o índice de Tóquio disparou 2,31% após resultados acima do esperado para o PIB anualizado do país.

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