5 temas para investimentos em renda variável no Brasil

As melhores oportunidades para se investir em equities são as empresas não listadas, desde que o investidor entenda bem o que está fazendo.
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PorSérgio Goldman - 21/11/2023
3 min de leitura

Continuo achando prematuro concluir que o mercado de ações engatou uma tendência de alta nos últimos dias.

Apesar disso, como falo já há alguns anos, quando pensamos em construir uma carteira de investimentos para o longo prazo, é necessário sim se alocar parte desta carteira em renda variável.

Para a grande maioria das pessoas, apenas através de ações listadas em Bolsa se consegue participar no capital de empresas.

Sim, essa é a maneira mais simples e fácil. Mas existem maneiras alternativas, tais como fundos de private equity, venture capital e, principalmente, montando seu próprio negócio.

Acredito que, dada a capacidade de se criar valor em empresas de capital fechado, as melhores oportunidades para se investir em equities no Brasil são as empresas não listadas, desde que o investidor entenda bem o que está fazendo e que tenha consciência de que terá que manter estas posições por um período longo, de 5 a 10 anos.

Na minha visão, os seguintes temas de investimentos devem oferecer oportunidades interessantes para aqueles que se interessem em investir em empresas não listadas ou mesmo que busquem opções para montar seu próprio negócio:

  1. Envelhecimento da população. Tema global que afeta os setores de saúde, finanças, moradia etc. No Brasil, este segmento da população é bastante mal atendido. Modelos de negócios inovadores que, efetivamente, resolvam algum problema têm alta probabilidade de sucesso;
  2. Atender mercados que hoje oferecem produtos de baixa qualidade, mesmo no segmento de produtos premium. As empresas brasileiras parecem não se importar muito com a qualidade de seus produtos. Talvez porque a competição seja limitada. Podemos falar aqui dos produtos de telefonia, financeiros, até de energia elétrica. Parece haver um mercado relevante para quem oferecer qualidade a preços razoáveis;
  3. Resolução ou pelo menos mitigação de problemas sociais. O Brasil é um país com enormes demandas sociais, que vêm se acumulando há muito tempo. Achar que o setor público será capaz de resolvê-los chega a ser ingenuidade (ou desonestidade intelectual). Precisamos de negócios que estejam comprometidos com a mitigação destes problemas em larga escala. Para isso, estes negócios precisam criar valor sustentável para todos seus stakeholders, inclusive investidores;
  4. Acesso à saúde de qualidade a preços razoáveis. Um dos problemas sociais mais sérios que a população brasileira enfrenta é o acesso a saúde de qualidade. Além de população de baixa renda, hoje também a classe média, que vem empobrecendo gradualmente, também enfrenta este fantasma. Quem conseguir oferecer qualidade decente a preços razoáveis terá um mercado gigantesco a ser endereçado;
  5. Ferramentas para ajudar empresas de todos os tamanhos a entregar seus planos de criação de valor para seus stakeholders. A demanda para que todas as empresas estejam aplicando práticas ESG é significativa e muitas empresas não sabem como começar e acham que terão que gastar uma fortuna. Empresas que venham a solucionar este problema, principalmente paras as pequenas e médias empresas, terão oportunidades bem interessantes.

Para concluir, é importante ter em mente que, investimento em renda variável é investimento na capacidade da empresa criar valor sustentável.

Para isso, sem uma gestão de qualidade, por melhor que seja o setor de atuação, a empresa não conseguirá entregar o que seus stakeholders esperam dela.

Leia também:
Sinais enviados pelo preço da ação

Sobre o colunista

Sergio Goldman é colunista no Blog do Gorila e possui mais de 30 anos de experiência no mercado de capitais da América Latina com foco em Equity Research, Distribuição de Renda Variável e Wealth Management. Possui vasta experiência na venda de produtos de renda variável para investidores institucionais locais e estrangeiros, tendo trabalhado em instituições financeiras como Baring Securities, Bear Stearns, Santander, Unibanco e Safra. Desde junho de 2023 atua com gerenciamento de portfólios na Barra Peixe Investimentos. Entre 2019 e 2023 atuou como gestor do FIA Esh Prospera, e entre 2014 e 2016 foi contribuidor da coluna Palavra do Gestor no jornal Valor Econômico. Formado em Engenharia Eletrônica pela PUC do Rio Janeiro, tem mestrado em administração na COPPEAD, escola de negócios da UFRJ.

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