Open Finance é o novo Open Banking: entenda o que é essa evolução

Qual diferença entre Open Finance e Open Banking? Descubra o que são esses conceitos e como eles mudam o sistema financeiro em 2021.
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Por Ednael Ferreira - 15/07/2021
Atualizado em 27/07/2022
6 min de leitura

Atualizado em 14/12/2021

O Open Banking cresceu e se transformou no Open Finance. Esses dois conceitos dizem respeito a mudança que já começou e está sendo gerenciada pelo Banco Central. 

Para muitos a chegada do Open Finance terá, no sistema financeiro, o mesmo impacto que a internet teve na sociedade.

Quer entender o porquê e descobrir qual a diferença entre Open Finance e Open Banking? Continue lendo o artigo!

Relembrando o conceito de Open Banking

O Open Banking é um sistema aberto que permite que o cliente leve suas informações bancárias para onde quiser. Com o poder em mãos, o usuário escolhe com quais instituições bancárias quer compartilhar seus dados e pode suspender a permissão de acesso a qualquer momento. 

Quem é beneficiado é o consumidor, pois a competitividade entre os bancos e fintechs aumenta. Isso porque essas instituições irão concorrer em pé de igualdade já que todas poderão ter acesso às mesmas informações. Então, a tendência é que haja uma disputa entre elas para oferecer o melhor e mais personalizado serviço a partir desses dados fornecidos pelo cliente. 

Com acesso ao histórico do consumidor, os bancos e fintechs poderão verificar aspectos como:

  • contas pagas em dia;
  • salários depositados;
  • prestações;
  • empréstimos;
  • perfil de gastos, etc.

Assim, processos como abertura de novas contas e pedidos de empréstimos serão facilitados.

No Brasil, o Open Banking já está sendo implementado pelo Banco Central. A primeira fase começou em 1º de fevereiro de 2021. E é esperado que a quarta e última etapa seja finalizada em 15 de dezembro deste mesmo ano, com o início do Open Finance.

Veja mais:
Entenda o que é Open Banking

O que é Open Finance?

O Open Finance é uma versão expandida do Open Banking. A ideia é a mesma, porém há um acréscimo nessa modalidade: além dos bancos e fintechs, outros tipos empresas do setor financeiro podem acessar os dados do sistema.

Essas outras instituições que se somam ao sistema são, por exemplo:

  • corretoras de seguros;
  • fundos de previdência;
  • fundos de pensão;
  • plataformas de investimentos, etc.

Enfim, diversas instituições estarão habilitadas e a maioria delas está participando da construção do Open Finance no Brasil desde já. 

Diferença entre Open Banking e Open Finance

Conforme esclarecido anteriormente, o Open Banking é um sistema de compartilhamento de informações bancárias e o Open Finance amplia o escopo para outros produtos financeiros, como seguros, câmbio e investimentos. 

Logo, o Open Finance é o passo seguinte ao Open Banking. A relação que existe entre esses dois sistemas é a de uma evolução de um para o outro. 

Por esse motivo, o Banco Central divulgou que o Open Banking no Brasil passará a adotar o nome Open Finance, uma vez que o sistema irá abarcar todos os produtos financeiros. 

O Open Finance é a evolução do Open Banking

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, durante evento promovido pelo eB Capital em maio deste ano, disse que o processo de mudança para Open Finance terminará ao longo de 2021. Acrescentou ainda que o mundo financeiro é um mundo de dados e que é através desses dados que se atribui valor. 

Quando começa o Open Finance?

O calendário de previsão de implementação do Open Finance é o seguinte:

  • Fase 1: teve início em 01/02/2021. Serviu para o compartilhamento de dados de canais de atendimento, produtos e serviços das instituições bancárias. Não houve compartilhamento de dados dos clientes.
  • Fase 2: aconteceu em 13/08/2021. Nela, os clientes que consentirem passaram a compartilhar dados cadastrais e informações de contas bancárias, cartão de crédito e operações de crédito. 
  • Fase 3: começou em 29/10/2021. Foram iniciados serviços de transação de pagamentos e encaminhamento de proposta de operação de crédito.
  • Fase 4: iniciada em 15/12/2021. Por fim, outros dados de produtos financeiros começaram a poder ser compartilhados, além das informações bancárias.

Sendo assim, é a partir da fase 4, com o compartilhamento de dados com outros produtos financeiros, que se inicia o Open Finance. Contudo, essa última fase ocorrerá em etapas graduais.

No começo dela, haverá a troca de informações entre as instituições sobre seus produtos financeiros como investimentos, previdência, seguros e câmbio. Somente em 31 de maio de 2022 é que os clientes poderão compartilhar seus dados referentes a esses produtos.

Como será o Open Finance na prática?

Com o compartilhamento de todos os dados financeiros, é esperado que o cliente ganhe mais autonomia e dinamismo. Será possível acessar, em um único lugar, informações de todas as contas, investimentos e demais produtos e serviços financeiros.

É esperado que isso facilite a gestão através de agregadores de compartilhamento de dados financeiros que apresentarão todas as informações de forma unificada, no aplicativo de sua escolha. 

Além disso, as instituições participantes proporcionarão aos clientes o acesso a linhas de crédito, taxas e soluções mais personalizadas. 

Open Finance é seguro?

Sim. O sistema está sendo construído por tecnologia de APIs (Application Programming Interface). Os recursos das APIs permitem a troca de informações entre softwares de instituições de forma segura. 

As APIs funcionam como pontes que levam as informações de um lugar para outro. No Open Finance, elas servirão para conectar sites e aplicativos e permitir que eles compartilhem as informações dos clientes após o devido consentimento.

Vale ainda lembrar que a regulamentação dessas APIs será feita pelo Banco Central, que estabeleceu rígidas regras de segurança e que seguem as normas da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

O Banco Central do Brasil terá papel fundamental na implementação do Open Finance (Foto: Jo Galvao / Shutterstock)

Cabe reforçar que seus dados só serão compartilhados após sua permissão. Você escolherá quais dados dividir e as informações só serão acessadas por aquelas instituições que você desejar. Por fim, a autorização para acesso aos dados terá validade máxima de 12 meses (necessitando ser renovada anualmente), e poderá ser revogada a qualquer momento.

O Open Finance ao redor do mundo

Diversos países já realizaram mudanças significativas para implantação do Open Finance/ Open Banking. Na América Latina, o Brasil é um dos líderes do movimento e o nosso Open Finance possui particularidades criadas a partir de aprendizados adquiridos com a observação dos modelos de outros países.

Na lista de nações que estão construindo o Open Finance estão os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, México, Colômbia, Índia, Singapura, Japão, Austrália e muitos outros. Cada uma delas possui suas singularidades que dependem da realidade socioeconômica, ambiente regulatório, modelo proposto e outras questões. 

O Reino Unido, por exemplo, foi um dos pioneiros na adoção do Open Banking. O modelo existe há 3 anos e já alcançou cerca de 3 milhões de usuários. A evolução para Open Finance vem sendo estudada e especialistas recomendam a migração somente após a contemplação de todos os produtos bancários britânicos.

Singapura, por outro lado, mesmo começando depois do Reino Unido, já configura posição entre os líderes asiáticos do novo sistema. Cotas de fundos, ações e depósitos remunerados são alguns dos produtos que já estão incorporados ao Open Finance da cidade-estado. 

Na Austrália, o sistema é chamado de Consumer Data Right e há a previsão da extensibilidade para setores de energia e telecomunicação.

Open Finance alla Brasil

Um dos diferenciais no desenho do Open Finance brasileiro é a gestão centralizada do Banco Central e a padronização das comunicações feitas pelas APIs. 

Fora isso, aqui, houve a participação obrigatória dos grandes bancos e isso é considerado fator essencial. Dado que essas grandes instituições tradicionais detêm a maior fatia de usuários, a participação delas é fundamental para o sucesso da operação.

O Gorila acredita no Open Banking e no Open Finance

O Gorila é um consolidador de carteiras de investimentos que acompanha os movimentos do mercado de perto. Nós entendemos que o Open Banking e o Open Finance são o futuro e já estamos preparados para isso. 

Você pode conectar suas corretoras à nossa plataforma para ter uma visão global do seu portfólio e acessar os melhores relatórios de performance. 

As integrações entre o Gorila e as principais corretoras do mercado são baseadas no modelo de Open Finance. Junto à corretora Genial, somos responsáveis pela primeira integração entre instituições financeiras via API no Brasil. 

Guilherme Assis, CEO do Gorila, já concedeu diversas entrevistas sobre o assunto. Aprenda mais conferindo o bate-papo dele com Thiago Alvarez, Founder e CEO do Guia Bolso, que é precursor na tecnologia de banco aberto e hoje ocupa posição no conselho do Open Banking Brasil.

Leia sobre o encontro:
Destaques da live do Gorila com Thiago Alvarez sobre Open Banking

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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca

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