Como investir no exterior sem sair do Brasil
Uma palavra-chave para o investidor é diversificação. Nesse sentido, está pensando em investir no exterior? Saiba que nem é preciso sair do Brasil para fazer isso. O Gorila vai explicar tudo o que você precisa saber.
Até certo tempo atrás, essa forma de investimentos internacionais nem fazia parte da realidade de inúmeros brasileiros. Porém, nos últimos anos está se popularizando aplicar em ativos lá fora em busca de maiores retornos.
Segundo dados do Banco Central, a posição de brasileiros em ações adquiridas de forma direta no exterior aumentou 84% de 2016 a 2019, atingindo R$ 35,4 bilhões.
Primeiro, vamos mostrar que existem vários investimentos fora do Brasil que você pode fazer para diversificar seu dinheiro, nem é preciso abrir uma conta no exterior. Acompanhe!
ETFs
Na Bolsa de Valores brasileira você encontra o Exchange-Traded Funds (ETFs). Essa forma de investimento permite expor seu dinheiro ao dólar e à Bolsa norte-americana. Existem duas opções de ETFs: o IVVB11 e o SPXI11.
Para investir, é preciso entrar na plataforma da sua corretora e enviar a ordem de compra. O processo é igual quando você quer comprar uma ação aqui no país. A vantagem é que o ETF vai acompanhar o índice S&P500, principal índice de ações dos Estados Unidos.
Em relação à tributação, o Imposto de Renda é de 15% sobre o ganho obtido e não há isenção para vendas abaixo de R$ 20 mil por mês, como há no caso das ações.
COE
O COE (Certificado de Operações Estruturadas) é um produto que mistura ativos de renda fixa e variável. Ele é versão do que nos Estados Unidos e Europa se chama Notas Estruturadas. Sendo assim, é possível investir nos EUA, mas também na Europa.
A composição do COE normalmente envolvem papéis que pagam juros de um lado e derivativos do outro. É possível investir em COEs atrelados a índices, como câmbio, inflação, ações e ativos internacionais.
Se por um lado há a vantagem de não enviar o dinheiro para o exterior, de outro o investidor precisa ficar atento à taxa de administração, que varia de 0,5% a 3,0%.
Fundos cambiais
Se você não quer comprar dólar, mas que aproveitar as oscilações da moeda deve conhecer os fundos cambiais. Esse fundos aplicam em uma ou mais moedas, sendo o dólar a principal.
Essa forma de investimento tem alta volatilidade porque está concentrada no risco cambial. São tantas mudanças de variáveis externas e internas que fica difícil prever o valor da moeda.
Varias corretoras possuem em seu portfólio fundos cambiais, que contam com aplicações mínimas de R$ 500. Em relação à taxa de administração, a mais comum é de 1% ao ano sobre o valor investido.
Minicontratos de dólar futuro
Já imaginou lucrar com a valorização e a desvalorização do dólar? Com os minicontratos de dólar futuro você consegue isso. Nesse acordo, é combinado quem compra ou vende numa data determinada por um preço já definido.
Essa forma de investimento é bem arriscada. O investidor utiliza a análise gráfica para prever o preço futuro da moeda e assim apostar na sua subida ou descida.
BDRs
Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são certificados que representam ações emitidas por empresas no exterior, mas negociados aqui na B3. Dessa forma, o investidor não precisa enviar o dinheiro para fora do país para aplicar em ativos estrangeiros.
É interessante dizer que os BDRs estão se tornando mais acessíveis para os investidores em geral. Recentemente, a CVM passou a permitir a compra de BDRs Nível I pelos investidores não qualificados – aqueles que possuem menos de R$ 1 milhão em investimentos.
A B3 ainda está trabalhando na regulamentação da operação desses produtos e o processo vai ser semelhante ao de investir em ações. No Gorila você consegue cadastrar e acompanhar, inclusive, a rentabilidade dos seus BDRs.
A partir das plataformas das corretoras, os clientes poderão escolher quais BDRs irão comprar: do Google, da Amazon, da Disney, entre outros. Vale dizer que o BDR não é a própria ação, mas um espelho dela.
Sobre os custos dos BDRs, há taxa de corretagem, de custódia, emolumentos e 15% de Imposto de Renda sobre o ganho obtido nas negociações. E se tiver distribuição de proventos pela empresa no seu país de origem, eles são repassados aos investidores aqui no Brasil, seguindo as regras de tributação de lucros específicas de cada local.
Direto na bolsa americana
Depois de mostrar algumas formas de como investir no exterior, agora vamos falar sobre como aplicar diretamente na bolsa americana. Só para se ter uma ideia da quantidade de ativos disponíveis, nos Estados Unidos somando a Bolsa de Nova York e a NASDAQ são mais de 5000 papéis contra cerca de 350 da B3.
Assim. o investidor passa a ter acesso a ações de setores que eventualmente não têm representantes brasileiros listados por aqui, além das gigantes Apple, Netflix, Facebook e Microsoft.
O primeiro passo é abrir uma conta no exterior. Pesquise bem e escolha uma instituição financeira confiável. Depois disso, é preciso realizar uma transação de câmbio internacional, diretamente do Brasil para a conta da corretora americana. Verifique se o banco onde é correntista oferece essa funcionalidade.
Convertendo real para dólar
Ao investir diretamente no exterior é possível obter dois tipos de ganhos: o ganho embutido do ativo, quando aquele ativo sobe e talvez o ganho do câmbio também. Ao longo deste ano o dólar já se valorizou cerca de 40%.
Entretanto, é preciso lembrar que o investidor está sujeito à cotação do câmbio no momento da transferência. Geralmente é usado o valor do câmbio comercial, mas ele pode ser maior.
Na remessa de valores para o exterior também há a cobrança de 0,38% de IOF. Além disso, deve ser levado em consideração o preço da corretagem e o spread da operação, que equivale a taxa para converter dólares em reais via remessa online.
Vale dizer que para trazer de volta o capital, todos esses custos são cobrados novamente.
Tributos
O investidor precisa estar ciente que ao investir no exterior terá que declarar Imposto de Renda no Brasil e ainda pagar os impostos no país de origem.
Um detalhe é que para calcular quanto irá pagar de Imposto de Renda, é preciso converter as moedas antes. Agora confira onde há incidência de imposto.
Negociação na bolsa
Nesse caso, a regra sobre a tributação é a seguinte: o investidor paga alíquotas progressivas sobre o ganho líquido. Assim, os ganhos de até R$ 5 milhões têm cobrança de 15% e os acima de R$ 30 milhões, cobrança de 22,5%, conforme a tabela.
Rendimentos e dividendos
No Brasil, por enquanto não há tributação de dividendos, embora haja movimentação no Congresso a respeito disso. Mas lá fora isso é diferente. A maioria dos países tem imposto sobre os dividendos.
Além disso, aqui no Brasil há imposto progressivo de até 27,5% sobre dividendos e rendimentos recebidos de fonte no exterior.
Esse pagamento é feio mensalmente por meio do carnê-leão, da Receita Federal. Porém, o investidor só precisa pagar o carnê mensalmente caso ele tenha recebido mais de R$ 1.903,98 mensalmente em dividendos ou rendimentos.
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Corretoras
Como dissemos aqui no artigo sobre como investir no exterior, o investidor precisa abrir uma conta fora do país. Selecionamos algumas corretoras onde é possível aplicar recursos internacionalmente. Verifique sempre os serviços prestados, as taxas praticadas nos investimentos e se não há um valor mínimo de aplicação.
Veja abaixo algumas opções de corretoras americanas:
Fundada em 2018, a Passfolio é uma corretora americana disponível em mais de 170 países. Ela permite ao investidor compra mínima de apenas US$ 1 e não cobra taxa de corretagem.
A Avenue é uma corretora dos EUA criada com a intenção de facilitar os investimentos dos brasileiros diretamente no mercado americano. Um ponto que facilitar o acesso de mais investidores é que possível utilizar toda a plataforma em português.
A TD Ameritrade é uma plataforma completa que não possui corretagem para a NYSE – Bolsa de Nova York. Não há valor mínimo para abrir sua conta nem é cobrada taxa de custódia. Porém, todo atendimento é feito apenas em inglês.
Fundada em 1970, a Interactive Brokers é uma das maiores corretoras dos Estados Unidos. Ela dá acesso a mais de 135 mercados globais em 33 países, mas não oferece câmbio dentro da plataforma.
Criada nos anos 70, a Charles Schwab é a segunda maior corretora americana. Desde 2019, eliminou as comissões para ações, ETFs e opções.
Administrando mais de 2 trilhões de dólares em recursos, Fidelity Investments é uma gigante das finanças que recentemente lançou um novo fundo de índice de Bitcoin.
Nascida nos anos 80, a E * TRADE é a pioneira em negociações online para investidores de varejo. Não tem comissões para ações, ETFs e opções.
Oferece uma gama completa de investimentos que incluem ações, bonds, fundos de investimentos, opções e ETFs,
A TradeStation é focada em investidores experientes e ativos. A meta da empresa daqui para frente é ampliar seu apelo e alcance com mudanças de preços e novos serviços.
Pontos de atenção
É interessante montar uma estratégia de investimentos com aplicações que se complementam. Ao investir no exterior, a pessoa não deve só encarar como uma maior aceitação de risco, e sim como uma proteção adicional.
Além disso, é necessário entender seu perfil e saber quais os seus objetivos. Por exemplo, você pode querer uma maior diversificação na carteira que consequentemente está ligado a chances de obter melhores retornos. Ou mesmo por ser um investimento na moeda forte, visto que o real é uma moeda que, a todo momento, sofre desvalorização com a inflação.
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