Web Summit Rio 2024: leia os destaques do maior evento global de inovação

O evento contou com debates sobre IA, venture capital e fintechs, além de avanços no projeto Drex e ecossistema cripto.
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Por Ednael Ferreira - 22/04/2024
4 min de leitura

Pela segunda vez sediado no Rio de Janeiro, o Web Summit, um dos principais eventos mundiais de tecnologia e inovação, reuniu um público recorde entre 16 e 18 de abril. A agenda de conteúdo incluiu debates sobre a regulamentação da IA, sua implementação nos negócios e questões relacionadas à ESG, além de palestras sobre tópicos emergentes como capital de risco, novas tecnologias e tendências comportamentais. Confira os destaques. 

Inteligência artificial

A inteligência artificial (IA) permaneceu como o tema central predominante em muitas palestras deste ano, agora em uma fase de consolidação. Desta vez, executivos de grandes corporações como IBM, Oracle e Embraer foram convidados a compartilhar insights sobre a aplicação dessa tecnologia em suas empresas líderes.

A IA generativa emergiu como uma questão abrangente, atravessando diversas áreas verticais. Isso foi impulsionado, em parte, pelo vasto potencial de mercado, estimado em 1,3 trilhão de dólares até 2032, de acordo com uma análise da Bloomberg Intelligence. 

Apesar do progresso, a tecnologia enfrentou desafios de adoção, desde preocupações com a perda de empregos até questões práticas relacionadas ao uso e proteção de dados.

deco.cx vence competição de startups

A deco.cx venceu o PITCH, competição de startups do Web Summit Rio 2024, com sua plataforma SaaS que simplifica a criação de sites para e-commerces. A startup competiu com Voxcell BioInnovation, do Canadá, e ManyContent, do Brasil. 

Guilherme Rodrigues, cofundador da deco.cx, destacou que a experiência de captação de investimentos ajudou no processo. A startup planeja alcançar o breakeven este ano e captar uma nova rodada em 2025.

Venture Capital

No painel “Construindo um ecossistema por meio da educação”, Bedy Yang, sócia da 500 Global, afirmou que o “período de incerteza chegou ao fim” no venture capital. Essa observação da executiva encapsula o clima do Summit. Gestores e investidores destacaram em várias ocasiões uma melhoria no sentimento do mercado e expressaram confiança de que 2024 verá uma maior disponibilidade de capital.

Laura Constantini, cofundadora da Astella, e Magnus Grimeland, fundador da gestora Antler, Singapura, compartilharam no Web Summit 2024 um panorama dos VCs em 2024. Magnus Grimeland destacou uma mudança positiva no cenário, observando que a maioria das startups que saíram do programa de formação da Antler, sua gestora nos EUA, já obteve nova rodada de capital. Ele expressou otimismo, citando que crises anteriores geraram oportunidades para novos empreendimentos. 

Laura Constantini, cofundadora da Astella, por outro lado, alertou sobre a descapitalização de muitas gestoras locais, o que pode prejudicar startups em estágios avançados. Ela destacou o surgimento de novos investidores-anjo com posturas mais ativas e conhecimento para contribuir com startups.

Fintechs

As startups que oferecem serviços financeiros foram destacadas no Web Summit Rio. Durante o evento, Gabriela Ruggeri, sócia-diretora da Kamay Ventures, afirmou que na América Latina, especialmente no Brasil, há muitas oportunidades. Ela mencionou que certas iniciativas governamentais, como o Pix, abriram caminho para que pequenas e médias empresas desenvolvam produtos financeiros, destacando que as pequenas empresas são a espinha dorsal da América Latina. 

Além disso, Michael Schlein, presidente e CEO da Accion, acrescentou que o Pix é o método de pagamento de crescimento mais rápido no mundo, mas observou que o UPI, da Índia, é o líder, com 40% das transações globais, destacando que estamos testemunhando uma tremenda revolução digital.

Drex

Fabio Araujo, coordenador da iniciativa do Drex no Banco Central, revelou durante o evento que as soluções de privacidade para a versão tokenizada do real devem amadurecer até o meio do ano, embora ainda não estejam prontas para produção. 

Os consórcios envolvidos no projeto estão testando diversas soluções, incluindo Zether e Starlight, com planos de lançar um relatório abordando os resultados até o meio do ano. 

Araujo enfatizou três possíveis resultados desse processo. Primeiro, é improvável que a tokenização do real com privacidade não aconteça, pois a tecnologia está em constante desenvolvimento. Em segundo lugar, é igualmente improvável que todos os obstáculos já tenham sido superados e que o Drex possa ser adotado imediatamente. Por fim, o cenário mais provável é que, embora existam desafios, há caminhos para avançar com a infraestrutura do Drex. Esses resultados refletem a complexidade e o dinamismo do processo de implementação dessa inovação tecnológica.

Ele destacou também a importância de discutir casos de uso com os parceiros do piloto para aprimorar a gestão de contratos inteligentes dentro do ambiente do Drex.

Ecossistema cripto 

Jason Lau, da OKX, detalhou a evolução do mercado de criptomoedas, compartilhando insights sobre as ofertas e perspectivas da exchange. Além disso, Lau introduziu Éderson, goleiro brasileiro, como embaixador da empresa, destacando uma abordagem de marketing inovadora. Pedro Alexandre, da WibooCria, trouxe um estudo de caso envolvendo o cantor Luan Santana, demonstrando como a plataforma integra a criptomoeda Wibx para engajar fãs e ídolos.

Os debates sobre diversidade e regulação foram liderados por Saori Honorato, do Portal do Bitcoin, e moderados por Camila Russo, da The Defiant. Vanessa Butalla, do Mercado Bitcoin, enfatizou uma abordagem inovadora na regulação cripto, destacando a importância de princípios sobre regras restritivas. Reinaldo Rabelo, também do Mercado Bitcoin, apresentou uma análise detalhada sobre a tokenização de ativos reais (RWA), delineando os motivos e as metas da empresa nesse mercado em crescimento.

Outro destaque foi a discussão sobre o valor da tokenização na indústria de eventos, com Roberto Mameli, da Sympla, e Antônia Souza, da Lumix, compartilhando experiências práticas sobre como a tecnologia Web3 beneficia a experiência do cliente e o desenvolvimento do UX.

Planos futuros

A segunda edição do Web Summit Rio encerra com a visão de tornar o Rio a capital da tecnologia e inovação. Com a participação de 34 mil pessoas, um aumento significativo em relação ao ano anterior, o evento almeja atingir os números de Lisboa, com cerca de 70 mil participantes no próximo ano. A maratona de negócios resultou em acordos comerciais que devem gerar cerca de US$ 200 milhões nos próximos quatro anos. 


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