[TAG SUMMIT 2023] Megatendências: Moldando o Futuro

Em tempos de mudanças cada vez mais rápidas e constantes, analisar as tendências do presente para entender as perspectivas para o futuro se faz fundamental. E este foi o tema do terceiro painel do TAG Summit 2023, que contou com a mediação de Francisca Brasileiro, diretora da TAG, e participação remota de Jeff Spiegel – diretor e especialista em megatendências pela BlackRock.

Segundo Spiegel, a maneira como nos conectamos ao mundo está cada vez maior – e isso traz problemas e oportunidades. Falando brevemente sobre algumas das principais tendências para o futuro, o especialista citou grandes mudanças em setores como o da saúde – graças ao envelhecimento da população – e também o climático, com cada vez mais pessoas e empresas mudando seus hábitos por um futuro mais verde e limpo.

O panorama atual da Inteligência Artificial

Mas para o diretor da BlackRock, a tendência que nenhum de nós pode ignorar é a evolução e o crescimento exponencial do uso da Inteligência Artificial. Para desmistificar a ideia de que é só uma onda passageira, Spiegel relembrou algumas previsões a respeito de carros totalmente automatizados, o bitcoin sendo usado como ouro e até – mais recentemente – o metaverso. Mas cravou a diferença: enquanto essas previsões se apoiavam em uma empolgação com o crescimento das tecnologias, a IA já mostrou todo o potencial que tem, e seu uso e desenvolvimento continuam em crescente expansão.

Para situar o cenário atual em números, Spiegel afirmou que hoje o tamanho de mercado envolvendo a inteligência artificial generativa gira em torno de US$ 40 bilhões, mas que a previsão para daqui 10 anos é que chegue a mais de US$ 1 trilhão. Ele também lembrou que a história da Inteligência Artificial já é mais longa do que muitos imaginam, tendo início com o teste de Turing nos anos 50.

Analisando o histórico e a evolução da tecnologia até os dias atuais, Spiegel comentou que hoje a Inteligência Artificial já consegue enganar as pessoas com textos e imagens, e demonstrou isso com um teste prático onde boa parte da plateia acreditou que uma imagem produzida pela IA era real.

Citando a precisão nas respostas do ChatGPT 3.5 (50%) e do ChatGPT 4 (55%), o especialista afirmou que o crescimento exponencial significa que existe cada vez mais espaço para os modelos de IA generativa aprenderem e – consequentemente – evoluírem. 

Spiegel também afirmou que, apesar das dificuldades que surgem com este novo modelo, o potencial para essa tendência é muito maior. E que diversos receios, como a perda de emprego por exemplo, podem estar mais no campo do alarmismo – como já aconteceu em outros casos. Ele lembra que na época do surgimento dos caixas eletrônicos, muitos achavam que não existiriam mais pessoas trabalhando nos caixas – e que a realidade mostrou exatamente o contrário, com o aumento no número destes profissionais. 

Além disso, o profissional também contou que 60% dos empregos que existem hoje não existiam na década de 40, e que isso deve se repetir com a criação de empregos e funções relacionadas à IA.

Por fim, após alertar para o fato de que em breve será cada vez mais difícil distinguir algo criado pela IA de alguém real, Spiegel brincou e garantiu que sua presença no evento – apesar de remota – foi real, e não uma reprodução criada pela inteligência artificial.