Buyback: aprenda o que é a recompra de ações
Já ouviu falar em recompra de ações? Também chamada de buyback, essa estratégia acontece quando uma empresa compra seus próprios papéis no mercado financeiro. Warren Buffet, o maior investidor de todos os tempos, é fã dessa tática.
Diversos fatores podem levar uma companhia a seguir esse caminho. Quer descobrir quais são eles e entender melhor o funcionamento dos bastidores? Continue lendo o artigo!
Por que uma empresa realiza a recompra de ações?
As principais razões que levam uma companhia a fazer o buyback na bolsa de valores são:
- Custódia para venda posterior
- Cancelamento das ações
- Evitar mudanças no controle da companhia
- Remuneração de colaboradores
Vamos nos atentar a cada um deles:
Custódia para venda posterior
Quando uma empresa realiza o buyback, ela pode estar sinalizando ao mercado que suas ações estão subvalorizadas. Em geral, isso leva à alta dos papéis no curto e médio prazo, pois investidores entendem que a companhia vê um futuro potencial de valorização.
Dessa forma, a companhia pode guardar os papéis em sua tesouraria e vendê-los novamente quando o mercado estiver mais favorável, em um processo de follow on.
Cancelamento das ações
Além de guardar na tesouraria, a empresa também pode optar por cancelar as ações adquiridas e torná-las inexistentes. É como se esses ativos fossem deletados.
Em um primeiro instante, pode parecer que a companhia está queimando dinheiro, já que ela investe capital para comprar e depois “joga fora” o que foi adquirido. Entretanto, essa estratégia possui um objetivo e muitas vezes visa beneficiar os acionistas.
O efeito prático que o cancelamento das ações tem é o aumento da participação dos acionistas que permanecem na empresa.
Vejamos um exemplo para ilustrar:
Suponhamos que uma empresa possui 100 ações no mercado e que, do outro lado, há um investidor que detém 9 dessas ações. Esse investidor possui 9% da empresa.
Imagine que essa companhia vai ao mercado fazer buyback, adquire 10 ações dela mesma e decide cancelá-las. Nesse caso, a empresa deixa de ter 100 ações em circulação e passa a ter 90.
Aquele investidor que possui 9 ações da empresa deixa de ter 9% e passa a ter 10% da empresa; já que agora ele possui 9 de 90, e não 9 de 100 ações. Sendo assim, sua participação no lucro da empresa cresce.
O efeito matemático do cancelamento de ações adquiridas em recompra é parecido com a compra de mais ações de uma empresa que distribuiu dividendos.
Leia também:
O que é e como funciona o pagamento de dividendos na bolsa de valores
Isso é muito comum nos Estados Unidos porque lá os dividendos são tributados (diferente do Brasil, onde isso não acontece). Então, algumas empresas, ao invés de distribuírem dividendos que serão taxados, compram e cancelam suas ações, gerando o mesmo resultado prático.
O megainvestidor Warren Buffet é um dos grandes adeptos à recompra de ações. A Berkshire Hathaway, sua principal companhia, nunca distribuiu dividendos em toda sua história.
Evitar mudanças no controle da companhia
O cancelamento ou custódia dos papéis comprados em buyback também pode ocorrer com o objetivo de prevenir mudanças no controle do negócio. Quando os papéis estão com preços baixos, um investidor com recursos pode comprar uma grande quantidade e se tornar o principal acionista da empresa.
Essa mudança na distribuição de fatias pode ser prejudicial a uma companhia, já que os principais acionistas frequentemente podem votar em assembleias e definir os rumos das estratégias da empresa.
Remuneração de colaboradores
O buyback também pode ser feito com a finalidade de adquirir ações para distribuí-las entre os funcionários da empresa. Esse processo de bonificação também é chamado de stock options e visa incentivar o trabalho prestado pelo colaborador tornando-o sócio e acionista.
Essa modalidade remunera os membros estratégicos, como diretores e conselheiros. Assim, o trabalho deles fica mais alinhado aos objetivos dos outros acionistas. Além disso, as ações dadas costumam ter contratos que impedem sua venda por um determinado período, o que contribui na retenção desses funcionários importantes.
Regras da recompra de ações
A recompra de ações é regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários, a CVM. A instituição estabelece algumas regras para que esse processo seja legalizado. São elas:
- Manter somente até 10% de cada classe ou tipo de ação em tesouraria;
- Impedimento de realizar compras se não houver recursos disponíveis;
- Prazo de 18 meses para completar a operação;
- Necessidade de aprovação do conselho de administração ou assembleia-geral.
Vantagens e desvantagens da recompra de ações
Como já mostramos, a recompra de ações diminui o volume de papéis ofertados na bolsa. Com isso, há consequências na valorização e na liquidez desses ativos.
O investidor que preserva as ações de uma empresa que está fazendo recompra sai normalmente beneficiado. Com o cancelamento das ações recompradas, a sua fatia acionária cresce e ele passa a receber mais dividendos. Com a preservação dos papéis recomprados na tesouraria, há ganho de capital por parte da empresa, logo, ela distribuirá mais dividendos.
Contudo, o buyback também pode prejudicar a liquidez desses ativos, ou ainda fazer com que eles sejam negociados por um preço ineficiente.
Exemplos de recompra de ações
É comum que a recompra de ações aconteça em maior número nos períodos de crise. Em 2020, com a crise sanitária causada pela Covid-19, houve um aumento significativo da desvalorização de papéis. Para frear a queda, diversas empresas usaram o buyback com o objetivo diminuir a oferta e valorizar as ações.
Ao todo, 46 companhias realizaram recompra de ações no ano passado. Já em 2021, de acordo com a lista da CVM, até junho, foram iniciados 19 processos de recompra.
Dentre as empresas listadas, está a própria B3, que cancelou cerca de 17 milhões de ações mantidas em tesouraria e que foram adquiridas em outros buybacks. Além de aprovar a recompra de R$ 886,5 milhões e R$ 27,6 milhões em ações em 2020 e 2021 respectivamente.
Outros nomes de destaque que optaram por fazer buyback neste ano foram a Vale (VALE3) e a Itaúsa (ITSA4), além dos bancos Bradesco (BBDC4) e Santander (BCSA34).
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*Texto escrito sob supervisão de Álvara Bianca
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