Radar de mercado: Ibovespa sustenta alta em meio ao recuo dos Treasuries


No âmbito internacional, os investidores digerem os dados mistos sobre varejo, indústria, emprego e mercado imobiliário nos Estados Unidos exerceram pressão sobre a moeda norte-americana em relação às suas contrapartes, alimentando expectativas de uma redução mais pronunciada nas taxas de juros pelo Fed ao longo deste ano. Os rendimentos dos Treasuries também registraram perdas momentâneas, mas posteriormente começaram a flutuar, moderando a intensidade da queda. Enquanto as bolsas de valores de Nova York abriram com ganhos modestos, refletindo o apetite por risco proveniente da Europa, o Nasdaq rapidamente mudou de direção, consolidando-se em território negativo. A desvalorização do dólar contribui para a recuperação do mercado de petróleo, mesmo diante do aumento nas projeções de oferta apresentadas pela Agência Internacional de Energia. Dessa forma, o S&P 500 e o Dow Jones avançam 0,21% e 0,42% respectivamente, enquanto o Nasdaq recua 0,07%.
Na cena local, o Ibovespa busca recuperar parte das perdas recentes, mas enfrenta resistência em ultrapassar os 127 mil pontos, nível no qual havia se situado no pregão anterior. O avanço de hoje é respaldado pela valorização das principais bolsas dos Estados Unidos, assim como pela queda nos rendimentos dos Treasuries, incentivando o fechamento da curva futura no Brasil, além de algumas notícias corporativas locais. A alta do índice é moderada, refletindo a escassez de novidades internas, enquanto muitos investidores ainda se encontram ausentes após o período de carnaval, associado ao prolongado feriado chinês e incertezas em torno do início do processo de redução das taxas de juros pelo Fed.
No mercado futuro, os contratos de juros apresentam viés de queda, em linha ao comportamento da curva de rendimentos dos Treasuries, intensificando-se devido a indicadores desfavoráveis no setor varejista e industrial dos Estados Unidos. A liquidez no mercado é mais contida em um dia com uma agenda local mais esvaziada. Em uma sessão de menor vigor, o Tesouro optou por reduzir a oferta nos leilões de títulos prefixados, proporcionando um menor risco para os participantes do mercado. Além disso, o Boletim Focus revelou um acréscimo de 1,0 bps nas projeções de inflação para os anos de 2024 e 2025.
No câmbio, há uma tentativa de valorização do dólar no mercado à vista, após uma manhã predominantemente em declínio moderado, impulsionado pelo alívio nas taxas de juros dos Treasuries. Os investidores aguardam novos pronunciamentos de dirigentes do Fed, em busca de sinalizações quanto a trajetória da política monetária dos EUA, ao passo que a inflação ao consumidor norte-americano surpreendeu negativamente a expectativa do mercado, causando reprecificação do início do ciclo de queda dos juros.