Open Finance: implementações para 2024, super app do BC e mais

Assessor Sênior do Banco Central comenta as novidades que serão implementadas no sistema financeiro aberto ainda em 2024.
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Por Ednael Ferreira - 27/06/2024
3 min de leitura

No FEBRABAN TECH 2024, o painel “Maturidade do Open Finance: ecossistema financeiro invisível, aberto e conectado transforma o atendimento” reuniu especialistas e um representante do Banco Central para comentar as atualizações do sistema financeiro aberto.

Um dos principais insights da conversa foi que, para lidar com as mudanças implementadas pelo Open Finance, a cultura interna das instituições financeiras precisa se adaptar. Paulo Felipe, Gerente de Relações e Inovações Regulatórias do Itaú, frisou que o cliente tem que ser o centro do sistema financeiro aberto e a inovação deve surgir a partir das necessidades desses consumidores.

Marco Cester, Business Development Director da Topaz, analisou o papel dos dados nesse contexto: “A experiência de banking antes era gerente com relacionamento físico. Agora a quantidade de dados precisa ser muito mais ampla porque não se tem o conhecimento profundo de olhar no olho, hoje isso é traduzido através de muitos dados”.

O que antes dependia do contato humano direto agora depende da capacidade das instituições financeiras de interpretar uma vasta quantidade de dados para entender e antecipar as necessidades dos clientes de forma precisa e eficiente.

 “No momento que o cliente declara a intenção, temos que ser assertivos”, completou Cester. 

O que está por vir no Open Finance?

Matheus Rauber, Assessor Sênior do Banco Central do Brasil, comentou o roadmap das futuras implementações que o sistema aberto terá este ano.

Entre as novidades previstas, destaca-se a melhoria na qualidade das informações sobre o empregador do cliente, programada para meados de agosto. Essa atualização visa trazer mais eficiência ao processo de portabilidade de salário, facilitando a transição de contas para os clientes.

Outra inovação significativa é a inclusão da possibilidade de realizar PIX automático, uma alternativa moderna ao tradicional débito automático. Embora ainda não haja uma data definida para essa aplicação, a expectativa é de que essa funcionalidade traga mais conveniência e rapidez para os usuários.

Além disso, Rauber afirmou que o Banco Central (BC) está avaliando as dificuldades no compartilhamento de dados e serviços para empresas. Já foram solicitadas estruturas de governança para entender melhor esses desafios, com o objetivo de aprimorar a eficiência e a integração.

Outro marco importante é o início da portabilidade de crédito integrado ao Open Finance, previsto também para este ano. Essa iniciativa permitirá que os clientes movam seus créditos entre diferentes instituições financeiras de maneira mais simplificada e transparente, promovendo maior competitividade e melhores condições de crédito.

O Assessor Sênior também mencionou que um dos focos para 2024 é o aprimoramento das instituições participantes do sistema. Ele destacou a importância do manual de monitoramento do Open Finance para isso. O documento visa melhorar as regras de performance das APIs, dentre outras coisas. 

Rauber também falou sobre a mudança no padrão de consentimento de dados no Open Finance. Antes, produtos que não eram compartilhados não eram contemplados nos consentimentos, o que gerava a necessidade de um novo aceite de termos por parte dos clientes. Com as novas regras, desde que os novos produtos estejam no escopo do Open Finance, eles agora devem ser incluídos no consentimento do cliente automaticamente.

Painel no “Maturidade do Open Finance: ecossistema financeiro invisível, aberto e conectado transforma o atendimento”, no FEBRABAN TECH 2024.

O super app do Banco Central 

O representante do BC também fez questão de esclarecer um ponto importante: a autarquia não está desenvolvendo um super app. Segundo ele, o Open Finance é um projeto controlado e supervisionado pelo BC, mas a responsabilidade de desenvolver super apps e outras inovações cabe às instituições financeiras. “Ver a competição entre os super apps é um dos objetivos e grandes expectativas do Banco Central”, disse.

Equipes dedicadas para explorar o potencial máximo do Open Finance

Por fim, Rauber reforçou a necessidade de as empresas evoluírem criando times próprios dedicados a desenvolver soluções baseadas no Open Finance. Ele apontou que a criação de equipes especializadas permitirá às instituições explorar todo o potencial dos dados compartilhados, gerando insights valiosos e melhorando a eficiência operacional.

Essa abordagem não só aprimora a experiência do cliente, mas também capacita as instituições a se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado, mantendo uma vantagem competitiva. A cultura de dados deve ser robusta, incentivando a colaboração entre diferentes departamentos e promovendo a contínua educação e treinamento dos colaboradores para que compreendam e utilizem os dados de maneira eficaz.

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