Fundos Quantitativos: O que são e como funcionam?

Entenda o que são Fundos Quantitativos, seu desempenho em 2020 e como eles podem aumentar a rentabilidade da sua carteira.
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Por Mariane Vas - 09/02/2021
Atualizado em 27/07/2022
4 min de leitura

Crises sempre aconteceram nos mercados financeiros, e hão de continuar acontecendo. Mas, por serem imprevisíveis, costumam abalar a rentabilidade dos investimentos, que sem mecanismos de proteção, podem sofrer graves prejuízos. Para otimizar os resultados, diversificar o portfólio e minimizar os riscos, vieram os fundos quantitativos.

A seguir veremos mais detalhes sobre os fundos quantitativos, suas vantagens e riscos, além de analisar como foi o desempenho deles na última crise.

O que são os Fundos Quantitativos?

Fundos quantitativos são baseados em algoritmos e modelos matemáticos e utilizam sistemas de Inteligência Artificial para tomar as melhores decisões de investimentos. Diferentemente dos fundos convencionais, nos quais é o gestor que decide a alocação, depois de estudar os fluxos de caixa, balanços corporativos, os fundamentos e toda a concorrência de uma empresa. 

O modelo tradicional é uma abordagem que, se realizada corretamente, costuma dar bons resultados no longo prazo. Entretanto, em situações de tensão, mesmo os profissionais de investimentos são passíveis de erros humanos, análises subjetivas e decisões emocionais. 

Já nos fundos quantitativos, por ter um robô alocador, não há interferência humana e nem julgamentos tendenciosos nas negociações, otimizando os resultados de forma fria e matemática.

Veja mais: Finanças comportamentais: Você investe de forma racional?

Como funcionam os Fundos Quantitativos

Os fundos quantitativos se desenvolvem a partir de uma ampla base de dados e histórico de preços. As estratégias se auto adaptam através das técnicas de machine learning, que aperfeiçoam os algoritmos depois de testes de efetividade (back-testing).

Por exemplo, uma estratégia é incorporar os dados das demonstrações financeiras de uma empresa (como lucro líquido e múltiplos de preço/ lucro) e a avaliação do sentimento sobre a economia (como o crescimento do PIB ou estimativas de lucros para o próximo trimestre). A seguir os gestores quant isolam um critério (como ações com baixa relação preço / lucro) e simulam como uma carteira se comporta em relação ao benchmark durante um período. Depois dos vários testes de efetividade da lucratividade, a estratégia é então colocada em prática.

Há também fundos quantitativos especialistas em arbitragem, analisando os históricos de mercado para identificar as assimetrias de preços. Ou também fundos quantitativos que usam a velocidade de processamento como um diferencial, executando milhares de operações em alta frequência, muito mais rápido e assertivo do que qualquer humano conseguiria.

São inúmeras estratégias, mas que sempre têm em comum o uso da matemática e estatística para automatizar o processo de investimento.

Vantagens dos Fundos Quantitativos

Capacidade de análise de dados: Os fundos quantitativos possuem capacidade de processamento de dados muito maior que qualquer gestor, rapidamente e 24 horas por dia, possibilitando maior embasamento para definir as estratégias e tomar decisões.

Sem subjetividade: As decisões se baseiam puramente nos dados, tirando vieses emocionais na tomada de decisão, uma vantagem importante principalmente em situações de maior risco, onde investidores acabam sendo influenciados pela euforia ou pelo pânico.

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Mais rentáveis em crises: Isso explica porque esses fundos costumam performar melhor do que o mercado em momentos de crise.

Descorrelacionados dos outros investimentos: Pelo modelo de investimento distinto, os fundos quantitativos são descorrelacionados dos fundos tradicionais, o que diminui o risco da carteira consolidada. 

Diversificação: Por serem descorrelacionados com o mercado, os fundos quantitativos são instrumentos interessantes para diversificar e proteger seus investimentos, melhorando a relação entre risco e retorno da sua carteira.

Desvantagens dos Fundos Quantitativos

Exclui análise macro e microeconômica: Os fundos quantitativos excluem uma análise mais abrangente do cenário macroeconômico e situações esporádicos, enquanto os gestores tradicionais, por acompanharem as tendências do mercado, conseguem antecipar alguns eventos e mudar a estratégia.

Perda das tendências: Por serem descorrelacionados do mercado, os fundos quantitativos têm desempenho estável dentro dos seus padrões, sem aproveitar ciclos externos positivos.

Prazo de validade: Todo modelo estatístico tem período de duração, assim que outros gestores quantitativos também descobrirem esse padrão de comportamento,  começarão a aplicar em seus Fundos e as distorções de preços tenderão a desaparecer, invalidando a lucratividade do modelo.

Desempenho nas crises

Como vimos anteriormente, os fundos quantitativos costumam ir melhor que o mercado em períodos difíceis da economia. A seguir veremos como 4 fundos quantitativos brasileiros performaram em 2020, em meio à pandemia do coronavírus, e compará-los com o desempenho do Ibovespa. 

Os gráficos foram elaborados pelo Gorila, com datas entre 02/02/2020 e 01/02/2021. 

Desempenho em 12 meses do Fundo Giant Zarathustra FIC FIM em comparação com o Ibovespa
Desempenho em 12 meses do Fundo Kadima II FIC FIM em comparação com o Ibovespa
Desempenho em 12 meses do Fundo Giant Darius FIC FIM em comparação com o Ibovespa
Desempenho em 12 meses do Fundo Murano FIC FIM em comparação com o Ibovespa

Fica claro como os fundos citados tiveram menor volatilidade do que o benchmark da Bolsa, além de maior resistência à crise econômica em 2020.

Note que são enquadrados como “multimercados”, pois ainda não existe uma classificação Anbima para essa classe e possuem liberdade para investir diferentes ativos e mercados em qualquer porcentagem. 

No Gorila você consegue analisar o desempenho da sua carteira em diferentes crises do mercado, basta ir no Gorila e selecionar o período que deseja.

“Nenhum homem é melhor do que uma máquina e nenhuma máquina é melhor do que um homem com uma máquina.” Paul Tudor Jones.

Mais conteúdos

Aproveite para conferir a live do Gorila com Christian Iveson, da Giant Steps, sobre estratégias quantitativas e tecnologia.

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