Morning call: Deflator do PCE e PNAD Contínua são os destaques da sessão
Exterior
Sob a perspectiva internacional, o destaque da sessão concentra-se na divulgação do Deflator do PCE, principal termômetro de inflação utilizado pelo Fed. Os investidores também devem monitorar os índices de sentimento da economia chinesa, os quais serão divulgados no pós-mercado.
Para o Deflator do PCE, que será divulgado às 10h30, o consenso sugere um avanço de 0,3% m/m para o headline, enquanto o núcleo deve registrar um aumento de 0,4% m/m, alinhando-se aos dados divulgados pelo CPI em meados de fevereiro. Após a composição do CPI mostrar uma aceleração generalizada nos segmentos de Serviços, a composição do PCE é especialmente aguardada, pois pode indicar mudanças na estrutura da inflação na margem. Previstos pelos dados do PPI, espera-se uma aceleração nos índices de serviços de saúde e serviços financeiros, enquanto o segmento de carros usados pode contribuir para uma menor pressão nos bens.
Hoje, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, inicia a agenda de comunicação do FOMC com um pronunciamento às 12h50 após a divulgação do PCE de janeiro. Em sua declaração anterior, Bostic indicou que poderia adiar os cortes de juros se a economia continuar se saindo bem, enfatizando que, embora espere uma trajetória de inflação em direção a 2%, ainda prevê volatilidade e reconhece que há trabalho a ser feito. O presidente do Fed regional de Chicago, Austan Goolsbee, está programado para falar às 13h00, após destacar que a política monetária atual é “bastante restritiva” e que dados de inflação um pouco mais elevados nos próximos meses estão em linha com a trajetória de convergência à meta. Vale ressaltar que Goolsbee não participa das votações nas reuniões deste ano. A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, terá dois pronunciamentos hoje, às 15h15 e às 17h30, expressando em sua última comunicação a expectativa de cortes de juros mais tarde no ano, porém alertando contra cortes prematuros. Mester tem direito a voto nas reuniões do FOMC este ano. Encerrando a agenda de Fedspeakers, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, discursará às 22h10, no qual ontem mencionou que três cortes na taxa de juros em 2024 parecem razoáveis, destacando que o ritmo do ciclo de cortes não depende do calendário, mas sim dos dados disponíveis.
Os índices PMI de fevereiro da China, conforme calculados pela NBS, prometem revelar uma perspectiva mais aprofundada do ânimo empresarial após o encerramento da semana do Ano Novo Lunar. No âmbito industrial, a redução no número de dias úteis pode impactar a interpretação, estimando-se uma desaceleração de 49,2 pontos para 49,1 pontos. Enquanto isso, o índice de Serviços, que se beneficia mais do feriado, tem expectativa de ascender para 50,8 pontos, apresentando potencial para surpreender de forma positiva.
No Japão, Hajime Takata, membro do Conselho do Banco do Japão, indicou de forma contundente que a argumentação a favor do fim da política de taxas de juros negativas está ganhando força. Embora haja incertezas em relação à economia japonesa, sua perspectiva é que a meta de preços está prestes a ser alcançada.
Brasil
Na cena local, o destaque da agenda de indicadores concentra-se na divulgação da PNAD Contínua de janeiro.
Para a PNAD de janeiro, espera-se aceleração da taxa de desemprego, avançando a 7,8%, ante 7,4% registrados na última leitura. pós quatro análises indicando estabilidade na criação de empregos e um notável aumento nos salários, os dados de dezembro revelaram uma aceleração na massa salarial impulsionada pelo crescimento do emprego e uma menor intensidade no aumento salarial. Com os resultados do último mês do ano, o acumulado de 2023 registrou um crescimento de +1,4% no número de ocupações em comparação com 2022. Durante o mesmo período, a força de trabalho experimentou uma diminuição de 0,2%, enquanto o rendimento médio real teve um aumento de 5,7%.
Na seara política, ontem o presidente Lula encaminhou ao Congresso o PL que propõe a gradual reoneração da folha de salários de 17 setores intensivos em mão de obra, substituindo a MP anterior que foi revogada devido à resistência parlamentar. O governo, por meio de mensagem publicada no Diário Oficial da União (DOU), informou que o projeto revoga os benefícios fiscais da Lei nº 12.546/2011, desonerando parcialmente a contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento. Simultaneamente, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou a intenção do governo federal de elaborar uma proposta para flexibilizar a contribuição previdenciária sobre a folha dos municípios, ajustando-se às condições específicas de cada ente municipal.
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