Morning call: IPCA-15, CAGED e resultado do Governo Central


Exterior
Sob a perspectiva internacional, a agenda de indicadores encontra-se mais esvaziada, com o foco do mercado direcionado para as comunicações de dirigentes do Fed, enquanto ajustam posições à espera da bateria de dados que serão divulgados no final da semana.
Hoje, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, conhecido por sua postura dovish, realizará um discurso às 12h00, após destacar em sua última aparição a existência de uma lacuna entre os dados econômicos e a percepção real da economia pelos consumidores e empresas. Christopher Waller, votante neutro/hawkish, também discursará no mesmo horário, após mencionar que, embora o ciclo de alta ainda não tenha terminado, não é necessário discutir cortes na taxa de juros, e observando que a abertura na parte longa da curva de juros foi como um “terremoto”. Michelle Bowman, votante em 2023 e conhecida por sua postura hawkish, falará sobre política monetária às 12h45, após mencionar a possibilidade de aumentos adicionais na taxa de juros se o progresso inflacionário estagnar, e expressando a incerteza sobre como o aperto monetário afetará a inflação e a economia. Por fim, o vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr, membro neutro votante, fará discursos às 15h00 e às 17h30, sendo conhecido por fazer poucos comentários públicos sobre política monetária.
Ontem, na Zona do Euro, Christine Lagarde afirmou que o BCE irá discutir o processo de redução do balanço patrimonial do banco, antecipando a última fase de compras de títulos antes do planejamento. Além disso, Lagarde comentou sobre a política monetária adotada, reconhecendo os avanços no processo desinflacionário, porém evidenciou que a autarquia está a depender de dados para tomar decisões, uma vez que a inflação ainda encontra-se distante da meta.
Brasil
No cenário doméstico, em contrapartida ao cenário internacional, a agenda de indicadores encontra-se mais movimentada, com a divulgação do CAGED de outubro, do IPCA-15 de novembro e o Resultado do Governo Central de outubro, além de todo desenrolar da agenda política.
Para o IPCA-15, a mediana das projeções do mercado aponta para aceleração da prévia da inflação a 0,29% m/m em novembro, em comparação com a leitura de outubro (0,21% m/m), com o índice sendo impulsionado pelos preços de alimentação, estes foram impactados negativamente por mudanças climáricas e também a questão sazonal.
Já o CAGED, o mercado espera uma desaceleração da geração líquida de empregos em relação à última leitura, com a mediana das projeções apontando para 135 mil empregos formais em outubro. Por fim, quanto ao Resultado do Governo Central, a expectativa do mercado é de R$15,5 bilhões de superávit primário, apesar dos dados fracos de arrecadação divulgados anteriormente.
Na esfera política, a agenda inclui hoje a votação do Projeto de Lei 4173/23 no plenário do Senado, que propõe a taxação de offshores e fundos exclusivos. O texto aprovado passou por apenas quatro alterações de natureza redacional, mantendo o conteúdo substantivo inalterado. Dessa forma, caso seja aprovado pelo plenário, seguirá diretamente para a sanção presidencial. Vale ressaltar, que a expectativa é de uma arrecadação de R$35 bilhões com essa medida, dos quais R$18 bilhões seriam destinados ao Governo Central.