Morning Call: Powell, Haddad e Campos Neto

As perdas de mais de 1% do petróleo devem pressionar as ações da Petrobras e o avanço dos retornos de Treasuries e do dólar deve estimular a posição defensiva nos mercados de juros e câmbio em cenário de guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, cautela fiscal nos EUA e chance ainda de o Fed promover uma alta adicional dos juros em dezembro.
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PorMariane Vas - 19/10/2023
2 min de leitura

Exterior

Os rendimentos dos Treasuries ampliam ganhos e os títulos de 10 e 30 anos renovam máximas desde 2007, dada a sensação de que o Fed manterá juros em níveis elevados por mais tempo, diante de sinais de solidez da economia americana. O dólar também volta a subir e os futuros das bolsas em Nova York mostram fraqueza, repercutindo balanços corporativos já divulgados nos EUA.

Pela manhã, as ações da Netflix saltavam 13,6%, enquanto as da Tesla caíram perto de 5%, diante da decepção com o lucrou reportado.

Pesam ainda preocupações fiscais nos EUA com propostas de aumento de gastos voltados à guerra pelo governo Biden e pelo risco de paralisação do governo a partir de novembro. Para piorar, a Câmara dos Deputados dos EUA segue sem presidente. De acordo com a NBC, o governo Biden deve enviar ao Congresso novo pacote de financiamento, que deve totalizar cerca de US$ 100 bilhões, e provavelmente buscará US$ 60 bilhões para a Ucrânia, e o restante será para fornecer ajuda a Israel, Taiwan e à fronteira EUA-México.

Ademais, as bolsas da Ásia recuaram, refletindo cautela com o setor imobiliário na China, após a Country Garden fracassar em segunda tentativa de pagamento de títulos.

Por fim, as atenções estão no discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, e de outros seis dirigentes da instituição. Também serão monitorados os dados de pedidos de auxílio-desemprego e de vendas de moradias usadas nos Estados Unidos.

Brasil

As perdas de mais de 1% do petróleo devem pressionar as ações da Petrobras e o avanço dos retornos de Treasuries e do dólar deve estimular a posição defensiva nos mercados de juros e câmbio em cenário de guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, cautela fiscal nos EUA e chance ainda de o Fed promover uma alta adicional dos juros em dezembro.

Os investidores também continuam atentos às discussões e à tramitação das propostas de reformas no Congresso. Como a reforma tributária deverá unificar a arrecadação de Estados e municípios em um único imposto, o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), senadores elaboram uma forma de evitar que “caroneiros” aproveitem ganhos de arrecadação obtidos pelos outros entes da federação.

Atenções ficam ainda no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participam de eventos e em uma entrevista coletiva do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, para anunciar mudanças no programa Tesouro Direto.

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