Morning call: Inflação ao produtor nos EUA e IGP-10 na cena local

Exterior

Sob a óptica internacional, o principal destaque da agenda de indicadores concentra-se na inflação ao produtor (PPI) dos Estados Unidos referente a janeiro. Além disso, os investidores continuam a monitorar novos pronunciamentos de dirigentes do Fed.

Em relação ao PPI de janeiro, espera-se aceleração de 0,1% m/m do headline, após a desaceleração verificada na última leitura (-0,1%), enquanto o núcleo também deve registrar avanço de 0,1% m/m, após permanecer estável em dezembro. Na comparação anual, o índice deve atingir 0,6% a/a em janeiro, enquanto o núcleo deve acelerar 1,6% a/a. A aceleração da inflação ao produtor deve ser explicada pela reacelaração dos preços de combustíveis, somado aos riscos altistas da intensificação das tensões no Mar Vermelho, o que pode impactar as cadeias produtivas, pressionando o preço de bens industriais.

A agenda de comunicações do Federal Reserve inclui um discurso do presidente do Fed regional de Richmond, Thomas Barkin, às 10h00, onde, em seu último discurso, apesar de reconhecer melhorias na inflação, Barkin expressou cautela e destacou incertezas em relação ao cenário inflacionário nos Estados Unidos. Ele enfatizou que ainda é prematuro afirmar se há mais pressão inflacionária por vir, ressaltando que os índices de inflação de serviços e aluguel permanecem elevados. A presidente do Fed regional de São Francisco, Mary Daly, falará às 14h10, e em uma entrevista anterior, Daly mencionou que não é o momento para prever cortes de juros, focando na calibração das políticas. Ela destacou que é cedo para declarar vitória em relação à inflação e que é necessário mais evidência para ajustar a política monetária. Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta, declarou recentemente que não tem pressa para reduzir as taxas de juros, considerando a resiliência do mercado de trabalho e da economia, e alertou que ainda não está claro se a inflação está avançando de forma sustentável em direção à meta de 2% do banco central.

Brasil

Na cena local, o único destaque da agenda de indicadores trata-se do IGP-10 de fevereiro.

Segundo informações do Valor, as últimas duas semanas de fevereiro apresentaram um superávit de US$ 1,996 bilhão na balança comercial brasileira, resultado de exportações no valor de US$ 8,467 bilhões e importações de US$ 6,471 bilhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic).

As exportações, calculadas pela média diária até a segunda semana do mês, cresceram 7,6%, atingindo US$ 1,209 bilhão em comparação com fevereiro de 2023, impulsionadas pelos embarques da indústria extrativa, que registraram um aumento significativo de 92,2%. No entanto, as vendas da agropecuária (-25,7%) e da indústria de transformação (-4,1%) apresentaram queda.

No mesmo período, a média diária de importações recuou 5,8%, totalizando US$ 924,49 milhões, com a indústria de transformação liderando a diminuição (-6%), enquanto o setor agropecuário (4,1%) e a indústria extrativa (0,4%) tiveram aumentos.