Colapso da Terra USD faz criptos derreterem

Perda de paridade com o dólar é o motivo da queda que fez o Bitcoin atingir seu menor patamar desde 2020, aos U$ 28 mil. Entenda.
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PorGustavo Maia - 12/05/2022
3 min de leitura

Morning Call 12-05-22

Brasil

O índice Bovespa recuperou parte das perdas das últimas sessões e encerrou o pregão de ontem em alta de 1,25%, aos 104 mil pontos. O movimento, descolado dos mercados americanos se deu principalmente pela valorização dos ativos ligados às commodities, com ênfase nos setores de óleo e gás e mineração, após a redução no número de casos de Covid-19 na China trazer alívio ao mercado e as sanções à Rússia continuarem fazendo pressão sobre os combustíveis. Apesar do avanço do índice, o câmbio voltou a depreciar com a aceleração da inflação americana trazendo novas preocupações sobre o ritmo apropriado de aperto monetário da economia dos EUA.

Criptomoedas

Enquanto a XP e o Nubank anunciam o lançamento de plataformas para a negociação de criptoativos, as principais criptomoedas do mundo continuavam derretendo nos mercados globais após o colapso da stablecoin Terra USD. A cripto Terra (LUNA) perdeu mais de 99% do seu valor após a stablecoin a qual é atrelada, Terra USD, perder a paridade com a moeda americana. Isso fez com que o Bitcoin atingisse seu menor patamar desde 2020, abaixo de US$ 28 mil, com que as altcoins (mais voláteis) recuassem mais de 30% e o Tether também perdesse a paridade com o dólar.

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EUA

Os índices futuros de Nova York amanheceram em território negativo, seguindo a derrocada dos mercados americanos observada ontem após a divulgação dos dados da inflação ao consumidor de abril. O CPI americano veio levemente acima do esperado e a inflação acumulada em 12 meses se mantém nos maiores patamares em 40 anos, aos 8,3%. A maior surpresa ficou por conta do núcleo da inflação, que registrou alta de 0,6% na comparação mensal, diante das expectativas de 0,3%. Para hoje, aguarda-se a divulgação do Índice de Preços ao Produtor e novos pronunciamentos das autoridades monetárias.

Europa

As principais bolsas europeias operavam em queda generalizada pela manhã, puxadas pelo mal desempenho de Wall Street, após os dados do CPI de abril abrirem espaço para uma política monetária ainda mais contracionista. Na Europa, a divulgação do PIB do primeiro trimestre do Reino Unido também desapontou o mercado após registrar crescimento menor do que o esperado. O PIB inglês avançou 0,8% no 1º trimestre, após recuar 0,1% em março, o que reacende preocupações de recessão levantadas na última reunião do BoE.

Ásia

A queda dos principais índices americanos, principalmente relacionados à tecnologia, também contaminou os principais mercados asiáticos, que encerraram o pregão desta quinta-feira em baixa. A principal queda foi do índice Hang Seng, de Hong Kong, que amargurou perdas de 2,24%, enquanto o índice de Tóquio recuou 1,77% e Seul caiu 1,63%. Na China, o índice de Xangai cedeu ligeiros 0,12% após a recente redução no número de casos de Covid-19 em Xangai e Pequim trazerem alívio aos investidores.

Balanços

Os investidores internacionais voltam suas atenções às ações da Disney, que já caem 5% no pré-mercado, após pessimismo com o setor ameaçar as ações dos serviços de streaming. No Brasil, a Braskem divulgou crescimento de 56% no lucro líquido do primeiro trimestre quando comparado ao mesmo período de 2021 e aumento de 18% nas receitas. Para hoje, serão divulgados os balanços da Taesa, Smartfit, Nissan, CPFL, B3, Motorola, BR Malls, Rede D’Or, Softbank Group, Siemens, Dotz, Allianz, Merck, Americanas Yduqds, Energisa, Bradespar e Guararapes.

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